quarta-feira, 29 de abril de 2020

Embaixada da China divulga lista de rumores infundados sobre o país durante a epidemia de Covid-19

Quarta, 29 de abril de 2020
Por
Fabiana Ceyhan, do https://brasiliainfoco.com/

A Embaixada da China no Brasil, divulgou hoje, 29 de abril, uma lista explicativa do que considera” fake news ” e o que é a verdade de fato. O Brasilia in Foco, teve acesso a esta lista e repassa para os nossos leitores o texto na íntegra.

Rumor: A China ocultou e reportou com inexatidão o número de casos diagnosticados e mortes por Covid-19.

Realidade: a China sempre foi transparente no diagnóstico e no número de mortes por Covid-19 e cumpriu suas obrigações de informar.

Em 20 de abril de 2020, o número acumulado de casos de Covid-19 contabilizados em Wuhan era de 50.333, com 3.869 mortes e uma taxa de mortalidade de 7,69%, acima da média mundial.

O baixo número de casos confirmados e mortes na China é atribuído a medidas oportunas, rigorosas e abrangentes de prevenção e controle tomadas pelo governo chinês, incluindo o encerramento das vias de acesso à cidade de Wuhan. Segundo o relatório de pesquisa da revista Science, as medidas anteriores reduziram o número de pessoas infetadas na China em mais de 700.000.

Rumor : a China manipulou a OMS para assegurar que esta não direcione críticas ao país.

Verdade: a OMS é uma organização internacional independente composta por 194 membros da Organização das Nações Unidas e não pode ser manipulada.

Entre os 21 membros da equipe de liderança na sede da OMS, está apenas um membro chinês e 11 dos EUA, União Europeia e Canadá. Ren Minghui, da China, serve como diretor-geral assistente na OMS para a prevenção da AIDS, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, desde janeiro de 2016.

Antes de anunciar a suspensão do financiamento da OMS, os EUA eram o maior contribuinte da instituição. Incluindo contributos voluntários, a China é a sexta maior fonte de financiamento da OMS.

Não só a China, mas quase todos os estados membros apoiam o trabalho do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. As teorias de que o diretor-geral “depende da China” e que fora “eleito apenas com o apoio da China” são infundadas.

Rumor : A China é responsável pela pandemia e tem de compensar o mundo.

Realidade: os vírus são um inimigo comum da humanidade e a China, tal como os outros países, é também uma vítima. Não há base legal para exigir uma “compensação” à China.

Os vírus são o inimigo comum do ser humano, e podem surgir em qualquer circunstância e em qualquer lugar. A China, como os outros países é também uma vítima.

A OMS anunciou a 30 de janeiro que o novo coronavírus constitui “uma emergência de saúde pública de interesse internacional”. Tal fato ocorreu um mês após a China ter enviado, sem atraso, a primeira notificação à OMS.

As leis e regulamentos internacionais de saúde não fornecem uma base para um estado se responsabilizar por uma pandemia. Contudo, alguns juristas internacionais acreditam que a China deve ser responsável e pagar compensações pela pandemia do novo coronavírus. Nesse caso, quem deverá compensar por epidemias como a gripe H1N1, AIDS, e BSE?

Rumor: a China está ajudando outros países a combater a epidemia, apenas para expandir a sua influência geopolítica.

Realidade: a China ajuda outros países por motivos humanitários e de solidariedade, partilhando a sua experiência acumulada na luta contra epidemias.

O vírus não conhece fronteiras e nada tem a ver com a cor de pele ou idioma. A ajuda da China a outros países na luta contra a epidemia provém, não só do espírito humanitário internacional, mas também da crença em uma comunidade de destino comum para a humanidade.

A ajuda da China a outros países é também uma manifestação tradicional de agradecimento da nação. No momento mais severo da epidemia, no final de janeiro e início de fevereiro deste ano, a China recebeu ajuda de vários países do mundo. O povo chinês estima o gesto, tanto que Wang Yi, conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores, enfatizou a gratidão chinesa durante uma conversa com Josep Borrell, ministro dos Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação da Espanha.

A China acumulou experiência útil na luta contra epidemias. Após dois meses de prevenção e controle rigorosos, a situação da China foi, por fim, contida. O escritório europeu da OMS acredita que a experiência da China pode ser usada como referência para outros países e pode ajudá-los a delinear e implementar, de modo mais eficaz, medidas capazes de tratar doenças críticas.

Rumor: os produtos médicos importados da China são contrafeitos e de qualidade duvidosa.

Realidade: a China leva a cabo inspeções rigorosas de qualidade nos produtos médicos exportados. Parte do problema deriva do uso impróprio ou da diferença de regulamentações entre a China e o resto do mundo.

De acordo com dados da Administração Geral Alfandegária da China, entre 1 de março e 4 de abril de 2020, o país exportou um total de 10,2 bilhões de yuans de materiais de prevenção epidemiológica, incluindo 3,86 bilhões de máscaras, 37,52 milhões de roupas protetoras, 2,41 milhões de termômetros, 16000 ventiladores, 2,84 milhões de caixas de reagentes de detecção do novo coronavírus e 8,41 milhões de pares de viseiras. Os produtos onde foram detectados problemas de qualidade foram em número reduzido.

Desde 2 de abril, o governo chinês emitiu políticas para reforçar a qualidade de gestão das importações de materiais médicos. Os produtos expedidos têm não somente de obedecer aos requisitos da autoridade nacional regulatória de medicamentos, mas também aos padrões do país importador.

Rumor: a China criou o novo coronavírus para paralisar a economia ocidental.

Realidade: a economia chinesa está intrinsecamente ligada à economia mundial. A economia chinesa só pode ser bem sucedida se a economia do resto do mundo operar dentro da normalidade.

A economia chinesa foi profundamente afetada pela epidemia do novo coronavírus. No primeiro trimestre do ano, o PIB chinês caiu em 6,8%, o valor mais baixo desde que a China começou a contabilizar o PIB, em 1992. A última vez que a China experienciou uma contração econômica desta magnitude data de 1976.

Desde que a China se juntou à OMC em 2001, a economia do país foi, progressivamente, se integrando com o resto do mundo. Em 2019, as importações e exportações da China perfizeram 31,54 trilhões de yuans, dos quais 17,23 representam exportações, contribuindo para 18% do total da economia. A China e o mundo são interdependentes, sendo do interesse da China que a economia mundial se recupere rapidamente e cresça de modo sustentado.

Rumor: a China reabriu os seus mercados de animais selvagens.

Realidade: não existem neste momento mercados de animais selvagens na China. A legislação do país proíbe a caça, comércio, transporte e consumo de animais selvagens.

O 16º encontro do Comitê Permanente da 13ª Assembleia Popular Nacional aprovou a “Decisão do Comitê Permanente da 13ª Assembleia Popular Nacional para a Proibição Integral do Comércio de Vida Selvagem, Eliminação de Animais Selvagens e Proteção da Saúde Popular”. O Fundo Mundial para a Natureza aprovou tal decisão.

O que reabriu foi o mercado tradicional dos agricultores de Wuhan, o qual vende legumes, frutas, marisco e carnes, sendo que segue rigorosamente os regulamentos sanitários relevantes e cujas características não se distinguem dos homólogos europeus.

Embaixador da China no Brasil Yang Wanming
Fonte: Embaixada da China no Brasil