domingo, 27 de abril de 2025

Mariana Rosa, candidata da nova tendência Raízes do PT, expôs as entranhas do Partido nos último anos. Isso em debate com os cinco candidatos já lançados para presidente do PT DF

Domingo, 27 de abril de 2025
Mariana Rosa


Em debate promovido com a coordenação do deputado Ricardo Vale, reunindo os cinco candidatos já lançados para presidente do PT-DF, Mariana Rosa, candidata da nova tendência Raízes do PT, praticamente expôs as entranhas do Partido nos últimos anos.
Mariana lembrou seus 20 anos no PT e fez uma referência a lideranças pioneiras presentes: o deputado Chico Vigilante, os candidatos Sabino e Rejane Pitanga, além de Lúcia Carvalho e Magela. Disse que as gerações de candidatos mais recentes são frutos da semeadura deles. E lembrou que hoje essas sementes brotaram e ocupam vários espaços no Partido. Segundo Mariana, essas lideranças precisam confiar nessas novas gerações.
Mariana lamentou o papel desempenhado pelo PT nas últimas eleições no Distrito Federal quando perdeu o protagonismo na disputa da política local, com votação em torno de 30% na maioria das cidades, especialmente onde há mais violência doméstica e contra jovens negros, entre outros problemas que estão no centro das pautas do PT.
Disse que, a partir da sua entrada no PT, envolveu-se inicialmente com movimentos de mulheres e indígenas, como no território da etnia Teko Haw (Noroeste) e a retomada do território dos Tapuyas (Paranoá). E em várias cidades, como Samambaia, Ceilândia, Sol Nascente, Recanto das Emas e Estrutural, entre outras.
Percebeu sempre pessoas denunciar questões como a violência contra a mulher, o abandono das crianças e a falta de acesso a serviços públicos básicos. E pessoas sedentas de falar de política e dos responsáveis pelo abandono delas.
E notou também a ausência do PT no contato com as populações dessas cidades. Enquanto isso, o Partido insiste em promover atos políticos no Eixo Norte e Esplanada, sempre distante das bases periféricas.
Situação inaceitável, já que a população brasiliense tem representação política e o PT já teve força até para eleger dois governadores. Além disso, Brasília é dotada de estruturas políticas fortes, como os órgãos do governo federal, autarquias e grandes entidades sindicais.
Mariana pretende, como presidente, mapear lugares críticos onde o PT não consegue representar a população e levar atividades como a defesa das mulheres e dos jovens, assim como promover atividades culturais que possam atrair a juventude pra a estrutura do PT.
Com isso, entende que talvez o PT consiga superar essa dificuldade de estar presente no seio da população e obter votações significativas especialmente nas periferias, podendo inclusive retomar a perspectiva de voltar a governar o Distrito Federal.
(Por Fernando Tolentino, jornalista)