Quinta, 1 de maio de 2025
Há 50 anos, os Estados Unidos sofreram a derrota militar e política mais significativa de sua história
Aquela manhã, finalmente, tudo parecia ter acabado. O fogo que tinha incendiado o céu e queimado o ar. Os gritos abafados das crianças correndo em busca de refúgio. O cotidiano e ensurdecedor ruído metálico das explosões. A morte onipresente que, durante décadas, em todos os cantos do país, tinha acumulado milhões de corpos que nunca tiveram a chance de ser velados.
O relógio ainda não tinha batido o meio-dia quando, naquele 30 de abril de 1975, o tanque T-54 — carregando as bandeiras da Frente de Libertação Nacional (mais conhecida como Viet Cong) — derrubou os portões do Palácio Presidencial em Saigon. Naquela manhã, com as forças lideradas pelo General da República Democrática do Vietnã Văn Tiến Dũng já nos arredores da cidade, tudo parecia ter chegado ao fim.
Rapidamente, as imagens das últimas autoridades estadunidenses e sul-vietnamitas deixando o local em helicópteros, desde os telhados da embaixada dos Estados Unidos, correram o mundo. As imagens da derrota impossível dos Estados Unidos comoveram o mundo.
Nesse dia 30 de abril de 1975, a queda de Saigon marcou não apenas o fim da Guerra do Vietnã, mas também o início da reunificação do país. A vitória impossível de um povo que, após mais de 30 anos de sangrentas Guerras de Libertação, conseguiu expulsar o colonialismo francês, rejeitar a ocupação japonesa e derrotar o exército — e a arrogância — dos Estados Unidos.
Naquele dia, após décadas de conflito no qual entre 2,5 e 4 milhões de vietnamitas perderam suas vidas, o país finalmente começou a construir o tão sonhado sonho de independência.