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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Morte no HSVP: relatório detalha caso, aponta “contradição” em falas da direção e traz novos relatos de tortura

Quinta, 1 de maio de 2025

Dois óbitos foram registrados em hospital psiquiátrico do DF nos últimos 4 meses; grupo recomenda afastamento da direção


Brasil de Fato — Brasília (DF)
Postado originariamente no BdF em 30.abr.2025 às 19h48

Relatório de diligência realizada no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) um dia após a morte de uma paciente de 52 anos aponta novos detalhes sobre o óbito e as condições de funcionamento da instituição. Segundo o documento, ao qual o Brasil de Fato DF teve acesso, no primeiro momento da visita, funcionárias negaram que “qualquer intercorrência ou fato relevante” teria acontecido no hospital nos últimos dias.

O texto também indica contradições no discurso da direção do HSVP sobre a morte, além de trazer novos relatos de tortura por parte das pessoas internadas no hospital psiquiátrico localizado em Taguatinga, região administrativa do Distrito Federal. Uma delas teria ouvido da equipe da instituição que seria a “nova Raquel“, em referência à jovem de 24 anos encontrada morta no local na noite de Natal de 2024.

A diligência no HSVP foi realizada no dia 23 de abril com o objetivo de confirmar uma denúncia de morte recebida pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) no dia anterior e de verificar as mudanças dos protocolos assistenciais após a morte de Raquel França.

Além da coordenação da Comissão, que é presidida pelo deputado distrital Fábio Felix (Psol-DF), participaram da visita representantes do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, do mandato do distrital Gabriel Magno (PT-DF), do grupo Psicologia e Ladinidades/Saúde Mental e Militância no DF (UnB) e do Fórum Revolucionário Antimanicomial do DF. Também acompanharam a diligência a presidenta do Conselho Regional de Psicologia (CRP 01/DF) e os deputados federais Erika Kokay (PT-DF) e Pastor Henrique Vieira (Psol-DF), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Luta Antimanicomial da Câmara dos Deputados.

“Tudo normal”

Ao chegar ao HSVP, a equipe que realizou a diligência foi recebida por duas enfermeiras da instituição. Ao serem questionadas sobre a rotina do hospital nos últimos dias, elas teriam dito que “tudo estava normal, sem qualquer ocorrência atípica”. O relatório também aponta que a instituição apresentava “funcionamento regular”.

Foram outras pacientes do hospital que relataram ao grupo a ocorrência de uma morte. A equipe conversou com a mulher que encontrou Eva de Oliveira, de 52 anos, desacordada no chão do banheiro, no dia anterior à visita, 22 de abril. Segundo a paciente, ela encontrou Eva caída de cabeça para baixo em frente ao vaso sanitário. Havia sangue onde Eva bateu com o rosto no chão.

Ataques imperialistas adiaram por quase 30 anos a independência do Vietnã

Quinta, 1 de maio de 2025

Há 50 anos, os Estados Unidos sofreram a derrota militar e política mais significativa de sua história



Aquela manhã, finalmente, tudo parecia ter acabado. O fogo que tinha incendiado o céu e queimado o ar. Os gritos abafados das crianças correndo em busca de refúgio. O cotidiano e ensurdecedor ruído metálico das explosões. A morte onipresente que, durante décadas, em todos os cantos do país, tinha acumulado milhões de corpos que nunca tiveram a chance de ser velados.

O relógio ainda não tinha batido o meio-dia quando, naquele 30 de abril de 1975, o tanque T-54 — carregando as bandeiras da Frente de Libertação Nacional (mais conhecida como Viet Cong) — derrubou os portões do Palácio Presidencial em Saigon. Naquela manhã, com as forças lideradas pelo General da República Democrática do Vietnã Văn Tiến Dũng já nos arredores da cidade, tudo parecia ter chegado ao fim.

Rapidamente, as imagens das últimas autoridades estadunidenses e sul-vietnamitas deixando o local em helicópteros, desde os telhados da embaixada dos Estados Unidos, correram o mundo. As imagens da derrota impossível dos Estados Unidos comoveram o mundo.

Nesse dia 30 de abril de 1975, a queda de Saigon marcou não apenas o fim da Guerra do Vietnã, mas também o início da reunificação do país. A vitória impossível de um povo que, após mais de 30 anos de sangrentas Guerras de Libertação, conseguiu expulsar o colonialismo francês, rejeitar a ocupação japonesa e derrotar o exército — e a arrogância — dos Estados Unidos.

Naquele dia, após décadas de conflito no qual entre 2,5 e 4 milhões de vietnamitas perderam suas vidas, o país finalmente começou a construir o tão sonhado sonho de independência.