quarta-feira, 21 de março de 2012

Ophir: relatório do CNJ é decisivo para pagamento de precatórios em SP

Quarta, 21 de março de 2012
Da OAB
Brasília, 21/03/2012 - "Quem ganha com o estudo sobre o pagamento dos precatórios em São Paulo é o cidadão brasileiro, que finalmente pode ter a expectativa de ver respeitada a lei que estabelece a ordem e forma de pagamento dos créditos". A afirmação foi feita hoje (21) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, em entrevista coletiva após receber da corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, estudo sobre a situação do setor de precatórios do Tribunal de Justiça de São Paulo. Entre os principais problemas detectados está a não observação da ordem cronológica obrigatória para pagamento dos precatórios e a forma de proceder ao levantamento dos credores. "A falta de pagamento constrangem a todos do ponto de vista da dignidade do ser humano. O que a OAB, o CNJ e a sociedade querem é o efetivo cumprimento da lei. Chegou o momento de afastarmos as vaidades e construirmos em favor da sociedade", afirmou Ophir.

O estudo do setor de precatórios foi feito por uma equipe da Corregedoria Nacional de Justiça, a pedido do próprio TJ paulista. A conclusão da equipe é de que não existem irregularidades de ordem disciplinar, ou seja, o Tribunal não está deixando de pagar os credores para manter recursos em caixa. "O que existe é uma gestão em desacordo com a Resolução 115 do CNJ e que não atende às exigências da Emenda 62 - que levou da Administração pública para os Tribunais de Justiça a obrigação de gerir o processo de pagamento dos precatórios -, criando embaraços à Corte e a outros Tribunais", afirmou a ministra Eliana Calmon na entrevista. "Apontamos no relatório o que não está de acordo com a moderna administração do setor de precatórios e sugerimos soluções para serem adotadas pela Corte". A reunião para a entrega do estudo à OAB e ao TJ aconteceu na sede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com a participação do presidente do Tribunal de Justiça paulista, desembargador Ivan Sartori.

O desembargador Ivan Sartori enalteceu a atuação do CNJ e da OAB como importantes parceiros para melhorar a administração da Justiça. "Contamos muito com a ajuda da Ordem, do CNJ e da própria sociedade". O desembargador ainda afirmou que a Emenda 62 causou um verdadeiro "tsunami" no Tribunal, uma vez que toda a operacionalização do pagamento dos créditos passou de uma hora para outra a ser feita pelos TJs, incluindo a administração dos precatórios das Justiças Federal e do Trabalho. A dívida atual do Estado de São Paulo com relação aos precatórios chega a R$ 20 bilhões.

Quanto às inspeções que estão sendo realizadas no TJ paulista -  outro tema abordado na entrevista -, Ophir afirmou que estas estão previstas entre as atribuições da Corregedoria e devem sim ser realizadas, pois estão entre as missões do CNJ. O presidente do TJ paulista afastou o termo "investigação" a que estaria sendo submetida a Corte. "O que está havendo é uma inspeção de rotina nos pagamentos feitos aos magistrados, que será realizado em todos os Tribunais".