Quinta, 4 de
outubro de 2012
Por Ivan de
Carvalho

A partir do momento em que chegou a
esse patamar, a campanha da coligação que sustenta a candidatura do petista –
na quarta vez que ele tenta chegar à prefeitura da capital baiana – ganhou
estímulos e auxílios de várias naturezas e finalmente fez o que até aí se
revelara extremamente difícil – decolou.
E a pesquisa importante seguinte,
sempre na modalidade de respostas estimuladas, atribuiu ao petista 27 por cento
das intenções de voto, um salto de 11 pontos percentuais se considerados os 16
por cento já citados. Até aí, no entanto, o principal candidato de oposição, o
democrata ACM Neto, mantinha-se firme no seu patamar de 40 por cento de
intenções de voto (quando Pelegrino obteve 27, Neto oscilou de 40 para 39, o
que, em princípio, não é relevante, dada a relativa imprecisão declarada sempre
pelos próprios institutos de pesquisa).
Mas a pesquisa importante seguinte,
do Ibope, mudou a configuração. ACM Neto desceu de seu patamar e ficou com 31
por cento, enquanto Pelegrino o ultrapassou, alcançando os 34 por cento. Ontem,
dizia-se que pesquisas em curso já mostravam uma vantagem maior para Pelegrino.
Analistas, a exemplo do cientista político Paulo Fábio Dantas, sugerem que ACM
Neto cometeu um erro estratégico ao “despolitizar” a campanha. O candidato
democrata é oposição e dispunha de material farto para politizá-la, inclusive –
mas não só, é óbvio – o julgamento do Mensalão em curso no Supremo Tribunal
Federal, circunstância que aflige gravemente o PT. Curiosamente, o PT é que
politizou a sua campanha, com ganhos evidentes graças a isso.
O
Ibope, sob encomenda da TV Bahia, só divulgará nova pesquisa – que começou a
ser feita segunda-feira e prossegue ouvindo eleitores – no sábado à noite,
véspera da eleição em primeiro turno. No domingo, fará e divulgará uma pesquisa
de boca de urna, que ouvirá 4 mil eleitores e, salvo erro crasso, indicará com
bastante precisão o resultado a ser extraído das urnas. Como parecem estar
agora as coisas, há tendência forte de que haja segundo turno, mas já não
existe certeza. Hoje é o último dia de campanha eleitoral na televisão e rádio,
mas não há vedação legal à propaganda governamental, que tem sido intensa e
cuja simultaneidade com a proximidade das eleições pode ser mera coincidência.
Caetano Veloso acrescentaria um “ou não”, mas ele é ele e eu sou eu.
SÃO PAULO – O processo eleitoral para a
prefeitura de São Paulo, a maior cidade brasileira e quinto maior orçamento do
país, caminha para um desfecho eletrizante no domingo. O líder das pesquisas,
Celso Russomano, candidato do PRB (com a indissolúvel solidariedade da Igreja
Universal do Reino de Deus e da Rede Record), vem caindo dos 35 por cento que
foi seu pico e, em pesquisa Datafolha finalizada e divulgada ontem, já descera
para 25 por cento das intenções de voto. Tecnicamente empatado com ele, José
Serra, do PSDB, subiu um ponto e está com 23 por cento. Em terceiro lugar,
embora tecnicamente empatado com Serra, está o candidato do PT, Fernando
Haddad, lançado pelo ex-presidente Lula – subiu também um ponto e está com 19
por cento. Por enquanto, quem mais tem tomado votos de Russomano é Gabriel
Chalita, do PMDB, recentemente em ascensão contínua, embora lenta: agora subiu
mais dois pontos e está com 11 por cento.
A grande questão a ser resolvida
pelos eleitores até domingo: quais os dois candidatos – entre Russomano, Serra
e Haddad – que vão para o segundo turno.
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Este artigo foi
publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta quinta.
Ivan de Carvalho é
jornalista baiano.