Segunda, 22 de julho de 2013
Alex Rodrigues, repórter Agência Brasil
Os ministérios da Saúde e da Educação ainda não foram oficialmente notificados sobre a ação civil pública movida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com o objetivo de obter a suspensão judicial do Programa Mais Médicos.
Na ação protocolada no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1),
 sexta-feira (19), à noite, a entidade questiona a dispensa dos médicos 
estrangeiros de se submeterem ao teste obrigatório de revalidação de 
seus diplomas quando autorizados a exercer a profissão no país após 
aderirem ao programa federal.
O conselho federal também questiona a falta de comprovação do domínio
 da língua portuguesa pelos profissionais estrangeiros e o que 
classifica como “criação de subcategorias de médicos”, já que os 
incluídos no Programa Mais Médicos só vão poder trabalhar em 
determinadas localidades, conforme definido pelo governo federal.
Os ministérios da Educação e da Saúde informaram por meio de sua 
assessoria que ainda não foram notificados da ação. O Ministério da 
Saúde, segundo sua assessoria, aguarda a notificação oficial para, 
conhecendo o teor da ação civil, providenciar sua resposta.
De acordo com a assessoria do Ministério da Saúde, os médicos 
estrangeiros não vão ser submetidos aos exames de revalidação de seus 
diplomas porque, caso isso fosse feito, eles automaticamente poderiam 
atuar em qualquer área da saúde, em qualquer parte do território 
brasileiro, o que contraria os objetivos do programa: a contratação de 
médicos estrangeiros se destina a suprir dificuldades das periferias e 
do interior do país de atrair profissionais de medicina.
Quanto ao questionamento das supostas dificuldades com o idioma com 
que os médicos estrangeiros lidariam, o Ministério da Saúde acrescentou 
que, ao se inscrever no programa, os interessados devem comprovar que 
concluíram seu curso universitário em uma instituição de ensino 
reconhecida pelo governo de seus países e cujas diretrizes curriculares 
sejam compatíveis com as normas internacionais, além de declarar 
conhecimento da língua portuguesa. O ministério também garante que os 
aprovados, mesmo que atuando distantes dos grandes centros, serão 
supervisionados por uma instituição de ensino superior brasileiro. 
Criado em 9 de julho por meio de medida provisória, o Mais Médicos 
também estabelece o estágio obrigatório de dois anos no Sistema Único de
 Saúde (SUS) para alunos que entrarem no curso de medicina a partir de 
2015.