Quinta, 12 de junho de 2014
Que torçamos
pelo time da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), aquela do João Havelange e do
Ricardo Teixeira, o Teixeira que agora foi descoberto com, no mínimo, R$100
milhões em contas secretas no Banco de Mônaco.
Que
torçamos, mas que não confundamos o torcer para alguns jogadores ganharem a
Copa da Fifa, com o patriotismo verdadeiro, o patriotismo que nosso país merece
e que os políticos a cada dia que passa têm menos. Cada um dos filhos dessa pátria têm o dever,
mas antes do dever, tem o direito de ser
patriota. Mas não é acharmos que somos patriotas porque a cada quatro anos
torcemos pela seleção de futebol.
Patriotismo
é coisa séria, não dá para misturar com os interesses da Fifa, da suspeitíssima Fifa, uma organização em
investigação, por corrupção, por várias polícias mundo a fora. Até o FBI anda
no encalço dos cabeças dessa organização tratada a pão de ló, melhor, a grana,
pelos governos brasileiros. Governos (federal e estaduais) que se curvam, e
quem se curva, já dizia nossas avós, mostra os fundos. E sem trocadilhos, os
fundos da Nação foram dados ao tenebroso esquema que envolve a realização dessa
Copa da Fifa. Fundos que faltam à saúde, à educação e a tudo do que é interesse
da qualidade de vida de brasileirinhos e brasileiros.
Se o
‘futebol é a pátria de chuteiras’, estaria justificado determinados
comportamentos de filhos dessa pátria? Quando metem os pés pelas mãos, e se
acham mais patriotas por estarem gritando Brasil........... sil.......sil.....sil.
E de quatro em quatro anos seguram uma bandeirinha. Ou pintam uma bandeira no
chão, na parede etc.
O pior é
quando o uso da bandeira, constitucionalmente um dos símbolos nacional,
descamba para o desrespeito, ou pouco caso, achando que a bandeira nacional é,
por exemplo, uma bandeira do Esporte Clube Bahia (time pelo qual torço) e com ela se pode usar a criatividade ou a mediocridade.
Não é
porque a Constituição, a lei 5.700 de janeiro de 1971, e outros dispositivos
legais, digam que a bandeira brasileira deve ser respeitada. Em seu artigo 31,
a lei 5.700 de 1971 traz que “São consideradas manifestações de desrespeito à
Bandeira Nacional, e portanto proibidas:
1 — Apresentá-la em mau estado de
conservação.
2 — Mudar-lhe a forma, as cores, as proporções, o dístico ou
acrescentar-lhe outras inscrições;”
Mas tem
patriota por aí achando que em nome da Copa da Fifa (não seria em nome dos
interesses financeiros da Fifa?), vale qualquer coisa. Tirar o dístico da
bandeira e acrescentar-lhe outras inscrições. Veja o que foi flagrado, e
fotografado, por um leitor do Blog Gama Livre. Ele, um brasileiro patriota sim.
Vai torcer pela seleção, mas tem a perfeita noção de que jogo é jogo,
patriotismo é alguma coisa muito, mas muito mesmo, mais elevada do que torcer
pelo time de futebol da CBF. Torcer, qualquer um torce. Ser patriota já não é
só dar um grito, gritar gol, tomar uma cervejinha pra comemorar, e depois
voltar pra casa com a sensação do patriotismo cumprido.
A ‘bandeira
brasileira' aí de cima da postagem (e reproduzida abaixo), pintada na parede de uma casa, foi fotografada, por um leitor
do blog, numa das quadras residenciais do Setor Sul do Gama. Há de ter gente
que jura ser essa pintura uma prova de patriotismo. Ao passar por lá, é capaz
de se emocionar, se arrepiar, e até chorar de emoção. Cada um pensa o que quer,
né?
Foto de 12/6/2014 — colaborador do Gama Livre