Domingo, 26 de abril de 2015
Da Revista Veja
Preso há seis meses, Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo da Petrobras, admite pela primeira vez a intenção de fazer acordo de delação premiada. Seu relato mostra quanto era íntimo de Lula
Por: Robson Bonin
O engenheiro Léo Pinheiro cumpre uma rotina de preso da Operação
Lava-Jato que, por suas condições de saúde, é mais dura do que a dos
demais empreiteiros em situação semelhante. Preso há seis meses por
envolvimento no esquema do petrolão, o ex-presidente da OAS, uma das
maiores construtoras do país, obedece às severas regras impostas aos
detentos do Complexo Médico-Penal na região metropolitana de Curitiba.
Usa o uniforme de preso, duas peças de algodão azul-claras. Tem
direito a uma hora de banho de sol por dia, come "quentinhas" na própria
cela e usa o banheiro coletivo. Na cela, divide com outros presos o
"boi", vaso sanitário rente ao piso e sem divisórias. Dez quilos mais
magro, Pinheiro tem passado os últimos dias escrevendo. Um de seus
hábitos conhecidos é redigir pequenas resenhas e anexá-las a cada livro
lido. As anotações feitas na cela são muito mais realistas e impactantes
do que as literárias. Léo Pinheiro passa os dias montando a estrutura
do que pode vir a ser seu depoimento de delação premiada à Justiça.
Pinheiro foi durante toda a década que passou o responsável pelas
relações institucionais da OAS com as principais autoridades de
Brasília. Um dos capítulos mais interessantes de seu relato trata
justamente de uma relação muito especial - a amizade que o unia ao
ex-presidente Lula.
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http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/os-favores-do-empreiteiro