Um dos mais antigos colaboradores de Ibaneis Rocha, o jornalista Bartolomeu Rodrigues (foto) deixa o governo atirando contra o que chamou de agressão a Brasília. “Ver hoje o Distrito Federal, a capital da esperança sonhada por Juscelino (este também cassado de seus direitos políticos pela ditadura), adotar tal dispositivo é uma agressão à memória de JK, de Oscar Niemeyer, de Darcy Ribeiro e de todos os que se sacrificaram na luta contra o arbítrio. Representa ceder, a qualquer custo, às mentes mais retrógradas de uma página sombria de nossa história.”
Por Chico Sant’Anna
O cronômetro já está ligado. Em 11 meses, o brasiliense volta às urnas para eleger seu novo governador e seus representantes no Congresso Nacional e na Câmara Legislativa. A eleição de Ibaneis Rocha (MDB), ao Senado, que vinha sendo apresentada como favas contadas, está agora de molho, vítima de de fatos novos. O cenário, que era tido como cor de rosa, sofre agora respingos de uma eventual candidatura de José Roberto Arruda ao GDF ou ao Senado, do desejo da presidente do Partido Liberal – DF, Bia Kicis, ao Senado e de outros nomes da ala conservadora e de direita, que podem reduzir a votação de Ibaneis. Por isso mesmo, ele vem fazendo acenos, cada vez mais polêmicos, à direita e extrema direita, tentando fidelizar os votos desses segmentos, em especial dos bolsonaristas. A estratégia, contudo, tem provocado rachaduras na cozinha do atual inquilino do Buriti.
Parceiro de longa data de Ibaneis, desde os tempos em que ele presidia a OAB-DF, o ex-secretário de Cultura do DF, Bartolomeu Rodrigues, veio a público por meio de Carta Aberta, declarar seu rompimento com Ibaneis, devido a esse ter sancionado projeto de lei, de autoria do distrital bolsonaristas, Thiago Manzoni (PL), que cria no calendário candango, o Dia da Memória das Vítimas do Comunismo. A ser comemorado em 4 de junho, a iniciativa é alvo de ironias e de revolta. Nas redes sociais, internautas buscam identificar uma única vítima do comunismo em Brasília.
