Terça, 11 de outubro de 2022

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Dados do IBGE apontam um avanço agressivo do agronegócio sobre as terras virgens do Distrito Federal, ocupando 1/4 das terras. Outra parcela de igual tamanho foi comprometida pela expansão urbana. A área de vegetação nativa se resume hoje à metade do que existia há 60 anos. Epecialistas temem os reflexos, notadamente, quanto à segurança hídrica da Capital Federal.
Texto e fotos de Chico Sant’Anna
Ao longo de seus sessenta anos, o território do Distrito Federal perdeu a metade da vegetação nativa que o cobria. Dados de 2020, do relatório Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física, recém divulgado pelo IBGE, apontam que dos 5.802 km², a área de vegetação nativa (campestre e florestal) ainda intacta representa 51,3% do território do DF. A outra metade está dividida, quase que meio a meio, entre área agrícola, 24,2%, e área urbana, 24,5%. As últimas duas décadas, 2000 a 2020, registraram um crescimento vertiginoso do agronegócio candango sobre as terras de vegetação nativa, que no Distrito Federal é, essencialmente, vegetação de Cerrado.
Embora o DF seja a menor Unidade da Federação, em termos absolutos, o crescimento da área agrícola sobre a nativa foi o 21º maior dentre as 27 UFs, todas elas com territórios significativamente maiores do que o daqui. Nesses últimos vinte anos, foram ocupados 261 novos km², avanço de 23,1%. A área agrícola distrital passou de 1.132 km² para 1.393 km².