Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Eu não gosto de você Papai Noel. Crônica do Natal Caipira

 


Eu não gosto de você Papai Noel. Crônica do Natal Caipira

Terça, 23 de dezembro de 2025

OBSERVAÇÃO: ESTA POSTAGEM TAMBÉM FOI POSTADA NO GAMA LIVRE DE 23 DE DEZEMBRO DE 2023

Rolando Boldrin*

Monólogo do Natal — Aldemar Paiva** 

Eu não gosto de você Papai Noel. Crônica do Natal Caipira


Tamém não gosto desse seu papé de vendê ilusão pra tar da burguesia.

Se os meninu pobre da cidade soubessem o desprezo qui ocê tem, pelos humirde, pela humirdade eu acho que eles jogava pedra em sua fantasia.

Você talvez vancê nem se alembra mais.

Eu cresci, me tornei rapaz, sem nunca me esquecê, daquilo que passô.

Eu lhe escrevi um biete, pedindo um presente a noite inteira eu esperei contente, chegou o sor, mais vancê num chegou.

Dias depois, meu pobre pai, cansado, me trouxe um trenzinho véio, enferrujado, e me ponhou ansim na minha mão e me oiando baixinho me falou: toma, é pra vancê, foi papai noé que mandou. E vi quandu ele adisfarçou umas lágrima cum a mão.

domingo, 21 de dezembro de 2025

Conversa Bem Viver ‘Os que pedem anistia hoje defendem a ditadura’, diz arqueólogo que investiga o DOI-Codi

Domingo, 21 de dezembro de 2025

Escavações no local onde aconteceram crimes do regime militar em SP ajudam a construir as memórias da repressão



Brasil de Fato de 18.DEZ.2025
ANA CAROLINA VASCONCELOS E LUCAS SALUM



Com o objetivo de investigar as memórias da repressão, arqueólogos e pesquisadores vinculados à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizam escavações no antigo prédio do DOI-Codi em São Paulo| Crédito: ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL

Com o objetivo de investigar as memórias da repressão, arqueólogos e pesquisadores vinculados à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizam escavações no antigo prédio do DOI-Codi em São Paulo (SP), local onde aconteceram muitos crimes da ditadura militar brasileira.  

“Eram locais para onde as pessoas consideradas inimigas eram levadas, muitas vezes sequestradas, para serem interrogadas a partir de tortura e, diversas vezes, assassinadas ou mortas durante a tortura — como o caso do jornalista Vladimir Herzog. Depois, os corpos eram jogados em algum outro local ou enterrados em cemitérios em valas anônimas, entre outras coisas”, explica Andrés Zarankin, professor do departamento de Arqueologia da UFMG e um dos coordenadores da iniciativa, ao Conversa Bem Viver.

Ditadura nunca mais —Prisão de militares golpistas em 2025 é ‘lição retrospectiva’ ao Brasil, diz último ministro vivo do governo João Goulart



Domingo, 21 de dezembro de 2025

Almino relembra os episódios dramáticos do golpe e comenta o contexto atual envolvendo a punição a militares golpistas

Brasil de Fato —São Paulo

‘Louvo que tenha sido possível calar quem tentou um golpe ‘ afirma Almino Affonso| Crédito: Tribunal de Contas do Estado de São Paulo

A punição a militares golpistas em 2025 é uma lição retrospectiva que poderia ter sido aplicada com maior contundência no passado. A afirmação é do ex-ministro do Trabalho de João Goulart, Almino Affonso, que testemunhou os bastidores da conspiração que derrubou o governo e instaurou uma ditadura de 21 anos.

“Portanto, louvo que, de maneira mais contundente, tenha sido possível agora, através de medidas estritamente institucionais, calar aqueles que tentaram dar um golpe de maneira cruel contra a democracia”, posiciona-se.

“Na época, quando analisamos o quadro em que vivíamos, era um período de longa efervescência social e política”, explica ao BdF Entrevista, da Rádio Brasil de Fato. “Por conta disso, cria-se ainda hoje uma área de análise crítica e por vezes contundente sobre o governo de João Goulart”, continua.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Auditoria —Políticas públicas voltadas à primeira infância no DF apresentam falhas estruturais



Sexta, 19 de dezembro de 2025

Lacunas afetam indicadores de mortalidade infantil na capital federal, aponta Tribunal de Contas

Brasil de Fato —Brasília (DF)

Postado originalmente no BdF de 18.dez.2025 - 19:18

Política Distrital pela Primeira Infância tem falhas estruturais, segundo TCDF| Crédito: Wilson Dias/Agência Brasil

A primeira infância é o período decisivo para o desenvolvimento que corresponde dos 0 aos 6 anos de idade. Crianças nesta faixa etária, no Brasil, são resguardadas pelo Marco Legal da Primeira Infância, que estabelece diretrizes para a implementação de ações voltadas a este público. No Distrito Federal, no entanto, há falhas estruturais nas políticas públicas voltadas para este segmento.

O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) constatou que as políticas têm “caráter fragmentado e desarticulado”. A avaliação consta no Relatório Analítico e Parecer Prévio (RAPP) do exercício de 2024, que avaliou ações voltadas à primeira infância no âmbito do Governo do Distrito Federal (GDF) com foco nos eixos de governança, financiamento e cuidado materno-infantil.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Ibaneis é o 2º pior governador no Brasil, diz pesquisa

Quinta, 18 de dezembro de 2025

Por Chico Sant’Anna

O inferno astral por que passa o governador Ibaneis Rocha (MDB) parece não ter fim. Depois do escândalos BRB-Master, de denúncias de desvios de dinheiro no IGES e do surgimento do nome de José Roberto Arruda como candidato ao Buriti, o governador ganha de presente, a poucos dias do Natal, o título de segundo pior governador estadual do Brasil, perdendo apenas para o amazonense Wilson Lima (UB). Ibaneis caiu seis posições em relação à mesma pesquisa de 2024. Considerando apenas as Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, Ibaneis passa a ser o pior governador dos vinte estados que conformam as quatro Regiões. O ranking dos melhores governadores foi elaborado a partir da pesquisa AtlasIntel.

Pior que óleo de palma

Quinta, 18 de dezembro de 2025

Esta mensagem é da Ekō, que é um movimento global de pessoas como você, que unidas exigem que grandes corporações sejam responsabilizadas por suas ações, e somos comprometidas a forjar um novo caminho sustentável e justo para nossa economia global.

O habitat dos orangotangos está sendo destruído na Indonésia. Não por causa do óleo de palma, nem da soja, mas por causa de um tipo precioso de árvore que a indústria de veículos recreativos usa para fabricar suas motorhomes. E os fabricantes de veículos recreativos não têm *nenhuma* norma de sustentabilidade no momento!

Vamos chamar a atenção de grandes nomes como Winnebago e Jayco — dizer a eles que queremos desfrutar da natureza em caravanas livres de desmatamento:

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Transição energética: fatos e fakes em três tópicos

Quarta, 17 de dezembro de 2025

Transição energética: fatos e fakes em três tópicos

Postado originalmente no PÁTRIA LATINA de 15 de dezembro de 2025

Pedro Augusto Pinho*

DEDICATÓRIA E APRESENTAÇÃO

Estes três artigos são dedicados ao político nacionalista ROBERTO REQUIÃO, que acompanhamos a trajetória desde a década de 1990, quando governou o Estado do Paraná. Nunca nos decepcionou pela integridade pessoal, pelo preparo político e pelas opções nacionalistas. É em sua homenagem que transcrevemos, na sequência, este trecho do artigo que Requião escreveu para comemoração dos 60 anos da Associação dos Engenheiros da Petrobrás – AEPET.

O Estado brasileiro já perdera, dos desastrosos anos do governo de Fernando Henrique para cá, o controle sobre seu próprio destino, o comando de boa parte dos instrumentos que poderiam alavancar o desenvolvimento nacional e possibilitar aos brasileiros uma vida digna. Em nome de tal “modernidade”, sabotou-se a plena vigência da Constituição Cidadã, diminui-se o Estado, privatizou-se e concedeu-se à ganância das corporações nacionais e multinacionais, promoveu-se a agiotagem da dívida, submeteu-se aos abutres do capital vadio. Depois da desdita neoliberal fernandista, que os governos seguintes não refrearam, o que restou para chamar de nosso na pátria amada?” (Roberto Requião, “A Petrobrás e a Soberania Nacional”, abril de 2021, in “AEPET 60 anos de luta e convicção em defesa da Petrobrás”, 2021).

O Brasil, desde a sucessão do Presidente Ernesto Geisel, foi tomado pelas finanças apátridas. Foi início das deformações, das farsas e falácias, da imensa e nunca vista corrupção que tomou a política e a governança nacional, com nefastas consequências para formação do próprio povo, cada vez mais desinformado e subordinado à bandidagem.

I – Petrobrás, petróleo e energia no Brasil e no mundo

Apesar de pública e paga pelo povo, Dívida segue cercada de sigilos, diz Fattorelli

Quarta, 17 de dezembro de 2025
Neste corte, a coordenadora nacional da ACD, Maria Lucia Fattorelli, fala que bibliografia e dados sobre a dívida pública são as mais escondidas do país. “Alegam, às vezes, sigilo bancário, o que é um absurdo, porque a dívida é pública e paga pelo povo”.
Divulgação ACD 16.12.png

domingo, 14 de dezembro de 2025

Prisão na Itália —Condenada pelo STF, Carla Zambelli renuncia ao mandato de deputada federal

Domingo, 14 de dezembro de 2025

Prisão na Itália —Condenada pelo STF, Carla Zambelli renuncia ao mandato de deputada federal

Na última quarta-feira (10), a Câmara manteve o mandato da deputada apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal

Brasil de Fato — Rio de Janeiro (RJ)
14.dez.2025
Redação

Zambelli está presa na Itália e enfrenta um processo de extradição| Crédito: Lula Marques/Agência Brasil

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) apresentou, neste domingo (14), a renúncia ao mandato de parlamentar à secretaria-geral da Mesa Diretora da Câmara Federal. Com isso, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos), determinou a convocação do suplente, o deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse.

Na última sexta-feira (12), a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Alexandre de Moraes de afastar a deputada do cargo e dar posse ao suplente no prazo de 48 horas.

sábado, 13 de dezembro de 2025

Vitória coletiva Inelegibilidade de bolsonarista Gilvan da Federal (PL) por violência política reforça luta das mulheres, diz deputada atacada pelo parlamentar

Sábado, 13 de dezembro de 2025

O TRE manteve a condenação do político que xingou e humilhou publicamente a deputada estadual Camila Valadão (Psol-ES)

Gilvan da Federal (PL-ES) foi condenado a oito anos de inelegibilidade pelo TSE-ES
| Crédito: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A deputada estadual Camila Valadão (Psol-ES) classificou a decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo (TRE-ES), que manteve a condenação e a inelegibilidade por oito anos do deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES), como um marco na luta contra a violência política de gênero no país. Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, ela destacou que o reconhecimento judicial “é uma vitória das mulheres”.

Entre os ataques cometidos por Gilvan contra Valadão, o processo cita xingamentos como “satanista” e “assassina de criança”, além de humilhações públicas, como quando o deputado ordenou que a vereadora “calasse a boca” e desinfetou a tribuna Câmara Municipal de Vitória logo após o discurso da parlamentar no Dia da Consciência Negra em 2021, quando ambos eram vereadores.

Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), as agressões tinham o objetivo de intimidar e cercear sua atuação parlamentar, configurando violência política de gênero prevista na Lei 14.192/2021. Além da inelegibilidade, a sentença original, mantida pelo TRE-ES, aplicou uma pena de um ano e quatro meses de reclusão, substituída por restritivas de direitos, além de um multa de R$ 10 mil.

A deputada definiu os episódios como parte de “uma escalada sistemática de violência”, com tentativas contínuas de silenciamento e desqualificação. “O objetivo da violência política de gênero é exatamente fazer com que mulheres tenham medo de ocupar esses espaços”, apontou. “Eu fui uma parlamentar que não me silenciei. Enfrentei, tive coragem de dizer: não me mande calar a boca”, lembrou.

Para Valadão, a violência contra mulheres na política não pode ser dissociada das demais violências que atravessam a vida cotidiana no Brasil, como o feminicídio. “A nossa sentença saiu exatamente dias após as mulheres ocuparem as ruas para exigir que queremos estar vivas e queremos ser livres”, pontuou, citando os atos do último domingo (7).

Mesmo assim, ela acredita que decisões como a do TRE-ES fortalecem a resistência. “Por isso que essa é uma decisão, uma vitória nossa. Não é individual minha porque ela serve como referência para a luta política de todas as mulheres do Brasil”, observou.

Neste ano, Gilvan da Federal já havia sido suspenso cautelarmente por três meses pelo Conselho de Ética da Câmara após dirigir ataques misóginos à deputada e ministra Gleisi Hoffmann (PT) e ofensas ao deputado Lindbergh Farias (PT-RJ). O parlamentar também ganhou repercussão nacional ao desejar a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em declarações públicas, acumulando pedidos de investigação por quebra de decoro.

O PL já anunciou que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar reverter a inelegibilidade do deputado e garantir a sua participação do nas eleições de 2026.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Editado por: Geisa Marques

No fundo do poço, outro poço

Sábado, 13 de dezembro de 2025

No fundo do poço, outro poço


Roberto Amaral*


“Cuidemos. A República pode afundar.”
– Manuel Domingos Neto

Sinal dos tristes tempos: devemos comemorar a suspensão por seis meses do mandato do deputado Glauber Braga, decretada pelo plenário da Câmara Federal na última quarta-feira (10/12/2025). No dia anterior, por ordem do presidente da Casa, ele fôra agredido por gendarmes da polícia legislativa.

As hosanas são justificadas porque o corretivo previamente decidido pela direita era a pura e simples cassação do mandato do parlamentar fluminense, cumulada com oito anos de inelegibilidade — sua virtual expulsão da vida pública, que ele tanto dignifica. Antes disso, pelas artes e sortilégios  de Artur Lira — dublê de capo e feiticeiro —, Glauber era submetido ao Conselho de Ética. Nada ouviu ali que merecesse ser tomado como acusação séria, mas teve a perda do mandato indicada. A espada de Dâmocles pesa sobre sua cabeça desde março.

A reunião do Conselho era um teatro farsesco, como deveria ser o julgamento em plenário: ambos montados com script pré-definido para cumprir formalidades regimentais exigidas para sancionar uma sentença previamente lavrada. Uma vindita anunciada, concebida no melhor estilo siciliano. Não faltou, sequer, o Don Corleone de ocasião. O pretexto alegado, à falta de algo melhor, foi um pontapé — aliás, muito bem dado — por Glauber em canalha assalariado pela direita para insultar sua mãe, então no leito de morte.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

A REPÚBLICA NO PAPEL

Sexta, 12 de dezembro de 2025



A REPÚBLICA NO PAPEL


Aldemario Araujo Castro
Advogado
Mestre em Direito
Procurador da Fazenda Nacional
Brasília, 12 de dezembro de 2025

A expressão "Constituição como uma folha de papel" é uma metáfora famosa cunhada pelo jurista Ferdinand Lassalle. Ela marca o sentido sociológico do conceito de Constituição.

Para Lassalle, existem duas Constituições: a) Constituição real (ou efetiva) como a soma dos fatores reais de poder que vigoram em uma sociedade (forças políticas, econômicas, sociais, etc.). Trata-se de um poder concreto e factual e b) Constituição escrita (ou folha de papel) como o texto legal, o documento formal.

Assim, a Constituição escrita só teria valor e eficácia se ela realmente correspondesse à Constituição real (os fatores reais de poder da sociedade). Caso contrário, a contradição entre os termos da Constituição e o poder efetivo tornaria a Carta Magna uma mera formalidade, sem força normativa.

Na visão de Lassalle, uma Constituição é apenas uma "folha de papel" quando não é aplicada ou respeitada na prática porque não tem o respaldo das forças sociais e políticas dominantes.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Renúncias fiscais: O escândalo da ‘bolsa empresário’ de Ibaneis Rocha

Quinta, 11 de dezembro de 2025

Renúncias fiscais — O escândalo da ‘bolsa empresário’ de Ibaneis Rocha

Enquanto corta orçamento de saúde e educação, GDF ampliou benefícios tributários em 452% desde 2019

Brasil de Fato — Brasília (DF)

O governo insiste que a arrecadação segue “em um bom e saudável ritmo”, mas que é preciso controlar gastos
| Crédito: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O orçamento de 2026 do governo Ibaneis Rocha (MDB) revela uma escolha política clara: enquanto corta bilhões da saúde e da educação, o Distrito Federal mantém uma verdadeira “bolsa empresário” financiada com recursos públicos. As renúncias fiscais previstas chegam a R$ 10,2 bilhões em 2026, um aumento de 452,26% em relação a 2019. É o nosso dinheiro sendo usado para privilegiar os amigos do Rei, enquanto a população sofre na fila das unidades de saúde.

Na educação, o desmonte é explícito: em relação ao Plano Plurianual para 2026, o governo corta R$ 3,6 bilhões, uma redução de 25,8% nas dotações da área, ao mesmo tempo em que o orçamento total do DF cresce 11,6% e a despesa de pessoal e encargos da Secretaria de Educação sobe apenas 1,32%, abaixo do crescimento vegetativo da folha, o que coloca em risco progressões, direitos já garantidos em lei e a própria manutenção da qualidade do ensino.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

QUAL CONGRESSO QUAL NADA; QUEM GOVERNA O BRASIL É A BANDIDAGEM OU O COMANDO VERMELHO

Quarta, 10 de dezembro de 2025

QUAL CONGRESSO QUAL NADA; QUEM GOVERNA O BRASIL É A BANDIDAGEM OU O COMANDO VERMELHO

 

No escurinho da madrugada, a Câmara dos Deputados fez o Brasil retroceder à escravidão. Agora é a escravidão do medo, conduzida pela ignorância e pela violência. A escravidão à marginalidade, aos assaltantes vestidos como autoridades, melhor se diria fantasiados, pois aqui é o país do carnaval!


Esta Câmara, que já havia aprovado a PEC da Bandidagem (353 a favor e 134 contra, sendo unanimemente favoráveis os 83 deputados do Partido Liberal (PL), os 42 dos Republicanos e os 5 do Partido Renovação Democrática), repete seu compromisso com os marginais nesta Dosimetria ou PEC da Impunidade, 291 a favor (unanimemente no NOVO e PRD, quase unânime no PL, amplamente majoritários no União Brasil, PP, Republicanos, Podemos, PSDB e MDB) e 148 contrários.


Por mais precário que seja o Supremo Tribunal Federal (STF) em fechar suas portas à bandidagem, teve, na 1ª Turma, com simbólico apoio da 2ª Turma, a coragem ou a ousadia de punir criminosos fardados. Algo que o País deixou de fazer no século passado, como igualmente não o fizera ao proclamar a República.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

MAIS FÁCIL VER GENERAL NA PRISÃO DO QUE DO COMANDO VERMELHO UM PODEROSO CHEFÃO

Terça, 9 de dezembro de 2025

MAIS FÁCIL VER GENERAL NA PRISÃO DO QUE DO COMANDO VERMELHO UM PODEROSO CHEFÃO

 

Você me chamou

Para esse pagode                                             

E me avisou

Aqui não tem pobre

Até me pediu pra pisar de mansinho

Porque sou da cor, eu sou escurinho...

Aqui realmente está toda nata

Doutores, senhores

Até magnata

Com a bebedeira e a discussão

Tirei a minha conclusão...

Se gritar pega ladrão

Não fica um, meu irmão!

Se gritar pega ladrão

Não, não fica um...

(“Reunião de Bacana”, de Ary do Cavaco e Bebeto de São João).

 

O gaúcho Luiz Edson Fachin, atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), doutor em Direito e reconhecido civilista, desconfortado com a indecorosidade das cortes jurídicas brasileiras, resolveu propor um Código de Conduta a vigorar para a alta magistratura do Brasil. E apresentou como sugestão o atual Código Alemão.


Do portal UOL, de 8/12/2025, extraímos algumas definições, prescrições e recomendações, das diretrizes de conduta para juízes do Tribunal Constitucional Federal alemão. Elas estão organizadas em 16 artigos divididos em quatro capítulos que estabelecem os princípios gerais, regras para atividades não preditivas, conduta após o fim do mandato e diretrizes comportamentais.


Uma das exigências está em que os juízes só podem aceitar remuneração para palestras, para participação em eventos e para publicações desde que isso não afete a reputação do tribunal e dê origem a quaisquer dúvidas sobre a sua independência, imparcialidade, neutralidade e integridade do magistrado.


Enquanto no Brasil quase não há transparência em relação aos ganhos dos membros do STF com participação em eventos, a Suprema Corte alemã exige que os seus juízes divulguem em seu site os ganhos financeiros com essas atividades. O tribunal da Alemanha também exige que os magistrados levem em conta se a natureza do evento é compatível com a dignidade do seu ofício e de sua percepção da reputação do tribunal.

MPDFT participa de encontro nacional sobre enfrentamento à violência doméstica

Terça, 9 de dezembro de 2025

Promotora de justiça Adalgiza Aguiar, do Núcleo de Gênero (NG), contribuiu com debate sobre estratégias para redução do feminicídio

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) participou do 15º Encontro Nacional da Comissão Permanente de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Copevid), realizado nos dias 4 e 5 de dezembro, no Ministério Público do Espírito Santo (MPES). O evento reuniu promotores e procuradores de justiça de todo o país, além de especialistas e representantes para discutir boas práticas, desafios legislativos e estratégias de combate à violência de gênero.

A programação contou com debates sobre o orçamento no enfrentamento à violência de gênero, políticas de proteção, o papel do Ministério Público no combate a violência doméstica, os avanços da Lei Maria da Penha e as políticas públicas e rede de enfrentamento à violência doméstica no cuidado a mulheres e crianças. Na ocasião, também ocorreu o Encontro Nacional das Procuradorias e Promotorias de Justiça com Atuação na Violência Doméstica.

Fundo Distrital: MPDFT direciona mais de R$ 33 milhões no combate à corrupção no DF

Terça, 9 de dezembro de 2025


Do MPDFT

Em 2025, todos os depósitos do Fundo Distrital de Combate à Corrupção (FDCC) vieram do Ministério Público. Valores são provenientes de acordos em processos e ações judiciais

Neste dia 9 de dezembro é celebrado o Dia Internacional do Combate à Corrupção, data que chama atenção para a importância do tema dentro e fora das instituições. No Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a pauta é tratada em diversas frentes, como investigações, controle externo da atividade policial, transparência, controle social, educação, proteção do patrimônio público, meio ambiente e defesa do consumidor.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Feminicídios: a incontornável dimensão colonial

Segunda, 8 de dezembro de 25

Feminicídios: o desamor que virou arma

Em meio às ruínas do modelo de homem-provedor, jovens ressentidos apostam na disputa sexual. Nas frustrações afetivas e precariedade dos vínculos, ultradireita encontra combustível político. E a violência vira modo de afirmação subjetiva do masculino


OutrasPalavras

Publicado 08/12/2025

                      Boletim Outras Palavras

Por Tainá Machado Vargas

A cada nova notícia de misoginia destas semanas, a brutalidade se torna mais explícita e o espanto, mais silencioso. É nesse cenário que se impõe a necessidade de enfrentar a fragmentação dos afetos e compreender o lugar que o ressentimento masculino ocupa hoje nas formas de envolvimento emocional e sexual com mulheres. A precarização dos vínculos, somada à politização da feminilidade, intensifica a corrosão entre subculturas violentas de masculinidade, nas quais gênero, desejo e status de poder se convertem em arenas de tensão permanente.

Antes de tudo, convém registrar que não se trata de enxergar esse tema com falsos moralismos. Ao contrário: o culto aos moralismos e, sobretudo, a exploração política da masculinidade, engessa o debate justamente por estar no cerne de um problema mal discutido. Não é possível compreender a escalada da violência contra as mulheres sem observar o ambiente ideológico e os fundamentos que sustentam a órbita dessa dominância masculina, frequentemente reforçados por discursos identitários de ódio às minorias e alimentados pelo neoliberalismo. Nesse sentido, é urgente pensar como o campo afetivo e relacional vai sendo esvaziado à medida que conquistas sociais importantes retrocedem.