Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 30 de abril de 2018

1º de Maio de 2018. Dia de avaliar os retrocessos sociais

Segunda, 30 de abril de 2018
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Foto de Chico Sant’Anna.


Neste 1º de Maio brasileiro de 2018, diante de uma reforma trabalhista pautada pelos interesses empresariais, o trabalhador brasileiro se depara com condições de trabalho semelhantes ao do século XIX, que mobilizaram os assalariados irem às ruas por seus direitos.

Por Chico Sant’Anna
Fátima de Sousa
Maria José Maninha e
Antonio Carlos de Andrade*
Século 21.
O Brasil chega a mais um 1º de Maio. Neste ano, contudo, não há grandes razões para comemorações. Chegamos ao Dia do Trabalhador com retrocessos em seus direitos. Há 132 anos, em Chicago, nos Estados Unidos, milhares de trabalhadores iam às ruas reivindicar melhores condições de trabalho, entre elas, a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Há 75 anos, com a edição da Consolidação dos Trabalhos – CLT, o 1º de maio de 1943 significava a garantia das mesmas 8 horas diárias de trabalho e uma série de outros benefícios.

A história do Dia do Trabalho é uma acumulo de lutas, reflexões e de comemorações pelas conquistas obtidas. Neste 1º de Maio brasileiro de 2018, diante de uma reforma trabalhista pautada pelos interesses empresariais, o trabalhador brasileiro se depara com condições de trabalho semelhantes ao do século XIX, que mobilizaram os assalariados irem às ruas por seus direitos.

As mulheres, gestantes e nutrizes, não estão mais protegidas da insalubridade eventualmente existentes em seus empregos. Se o patrão mandar, terão que trabalhar nos locais que colocam em risco a sua saúde e de seus filhos. As oito horas diárias de trabalho, ao gosto do empregador, poderão se transformar em dez ou doze. O trabalho intermitente, criado pela reforma, gerou a possibilidade de se remunerar alguém com importância menor do que o salário mínimo. E o que é o pior, em diversas situações, para não perder o direito à previdência social, o trabalhador terá que tirar do bolso para pagar a parcela mínima do INSS.

Lava Jato: PGR denuncia Gleisi Hoffmann, Lula e Palocci por esquema criminoso que beneficiou o PT

Segunda, 30 de abril de 2018
Do MPF
O ex-ministro Paulo Bernardo também está entre os denunciados; grupo é acusado de receber vantagem indevida da Odebrecht
João Américo/Secom/PGR
João Américo/Secom/PGR

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta segunda-feira (30), a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Antônio Palocci e Paulo Bernardo, além do empresário Marcelo Odebrecht, pelos crimes de corrupção (passiva e ativa) e lavagem de dinheiro. Também foi denunciado Leones Dall Adnol, chefe de gabinete da senadora. Segundo a denúncia, a origem dos atos criminosos data de 2010, quando a Construtora Odebrecht prometeu ao então presidente Lula, a doação de US$ 40 milhões em troca de decisões políticas que beneficiassem o grupo econômico. As investigações revelaram que a soma - avaliada na época do acerto em R$ 64 milhões - ficou à disposição do Partido dos Trabalhadores (PT) tendo sido utilizada em operações como a que beneficiou a senadora na disputa ao governo do Paraná, em 2014.

Uma visita à Rocinha

Segunda, 30 de abril de 2018
Por
Siro Darlan, desembargador do Tribunal de Justiça e Membro da Associação Juízes para a Democracia.
Recebi um convite da Associação de Moradores da Rocinha para debater sobre o “Extermínio de Lideranças Femininas” com a Professora da Universidade do Canadá Susan Boyd e as lideranças femininas da Rocinha. A chegada numa sexta-feira à tarde foi deslumbrante. Subindo de carro pela Rua Ápia já causa um impacto impressionante de como a localidade pulsa. São 200 mil habitantes subindo e descendo o morro o que obriga o carro a seguir atrás das pessoas que andam no meio da rua a pé, de moto, de bicicleta, e as pessoas ditam a velocidade do carro como vi algumas vezes em algumas cidades da Índia. O que parece caótico, funciona maravilhosamente. Pessoas transitam em meio a um mercado surpreendente com quatro agências dos principais bancos do país, supermercados, lojas de eletrodomésticos, escolas públicas e privadas. E no meio do povo soldados fortemente armados fazendo seu trabalho de policiamento.
Ao chegar no topo da rua, desço do carro e tenho que retornar três Travessas, porque o carro não entra nelas, até encontrar a Travessa Palmas, onde fica a sede da Associação dos Moradores. Esta fica num prédio onde só sobe as escadas quem está em bom estado físico, e mesmo assim o local parece um formigueiro de pessoas que entram e saem à procura da solução dos mais variados problemas, desde a busca de documentos, até os conflitos de vizinhos e ajuda para emprego e vagas nas escolas, passando pela busca de melhoria de habitação. Pensei que bom, o poder público está atuando aqui. Engano meu. Tudo é resolvido, ou tenta-se resolver através da solidariedade dos moradores. Para a solução dos conflitos, zero da presença do judiciário, mas conheci duas moradoras treinadas e formadas em mediação de conflitos pela Defensoria Pública e pelo Tribunal de Justiça. Elas atuam, substituindo o poder judiciário, na solução dos conflitos e são respeitadas como eram os Pagés.

TJDF garante concessão gratuita de fraldas geriátricas pelo Estado

Segunda, 30 de abril de 2018
Do TJDF
A 5ª Turma Cível do TJDFT reformou decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública do DF, que indeferiu o pedido de tutela de urgência para que o Distrito Federal fornecesse ao agravante/autor fraldas geriátricas. Em sede recursal, à unanimidade, os desembargadores determinaram ao Distrito Federal que conceda, gratuitamente, fraldas geriátricas ao autor, no prazo de 30 dias, sob pena de multa diária de R$ 100,00 até o limite de R$ 20 mil.

#ABRILindígena: Justiça revoga reintegração de posse de área pública ocupada pelos Kariri Xocó em Paulo Afonso (BA)

Segunda, 30 de abril de 2018
Do MPF
Kariri Xoco - fonte - www.chicosabetudo.com.br.jpg
Após manifestação do Ministério Público Federal (MPF) em Paulo Afonso (BA), a Justiça Federal revogou a decisão liminar que concedia à Uzi Construtora Ltda a posse da área do extinto Parque Operacional do Departamento Nacional de Estradas e Rodagens (DNER), localizado às margens do Rio São Francisco, em Paulo Afonso – 464 km de Salvador. A decisão, de 27 de abril, garantiu, ainda, a permanência dos integrantes da tribo Kariri Xocó na Escola Municipal José Geraldo, “Aldeia Indígena Kariri Xocó da Bahia”, localizada nas proximidades do Parque.
Segundo a ação, em 25 de maio de 2017, os Kariri Xocó foram retirados da área do Parque e alocados, em caráter emergencial, na Escola Municipal José Geraldo para o cumprimento da liminar que concedeu reintegração de posse dessas terras à construtora Uzi. Posteriormente, após concluído o estudo da Superintendência de Patrimônio da União (SPU) que confirmou que área litigiosa era indubitavelmente da União, o MPF pediu a revogação da liminar. O pedido foi indeferido e a Justiça determinou, na ocasião, que os indígenas saíssem da escola em até seis meses.

Estudantes desocupam reitoria da UnB depois de 19 dias

Segunda, 30 de abril de 2018
Por Agência Brasil  Brasília

Depois de 19 dias de ocupação, estudantes deixaram na manhã de hoje (30) a reitoria da Universidade de Brasília (UnB). A saída foi negociada com a administração da UnB e o movimento de estudantil. O acordo foi articulado, no fim de semana, quando as reivindicações foram discutidas e a parceria para somar esforços em defesa do ensino superior público, inclusivo e de qualidade foi negociada.

Uma vistoria será feita no local e os estudantes comprometeram-se a restaurar eventuais danos ao patrimônio decorrentes da ocupação.

Os alunos informaram que a ocupação faz parte de um movimento em favor da universidade pública no Brasil e contra eventuais possibilidades de desmonte do ensino público.

De acordo com a assessoria de imprensa da UnB, as negociações foram mediadas por três professores de distintas unidades acadêmicas. Participaram das conversas as professoras Ana Tereza Reis, da Faculdade de Educação, e Elza Noronha, da Faculdade de Medicina, e o professor Roberto Goulart Menezes, do Instituto de Relações Internacionais.

Pela administração, participaram das negociações o chefe de gabinete, Paulo César Marques, a decana de extensão, Olgamir Amância Ferreira, e a assessora de assuntos estratégicos da reitoria, Mônica Nogueira.

Segundo a assessoria de imprensa da UnB, o acordo prevê ainda a manutenção do diálogo, da transparência e do reconhecimento da pluralidade característica da universidade.

Saiba mais

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Leia também:  

Truculência do governo, hoje (26/4), contra estudante da UnB que protestavam contra o caos financeiro da Universidade

Temer: desmascarado, desmoralizado, desesperado

Segunda, 30 de abril de 2018
O resultado que ele festejará no dia 22, é sem duvida alguma, a mais completa coleção de fracassos, inutilidades, irresponsabilidades, implantou apenas o domínio total da corrupção,  e da troca de vantagens publicas.
Por
Helio Fernandes

No dia 22 de maio, completa 2 anos da usurpação do poder. Teve a cumplicidade de parceiros que estão presos para sempre. E a omissão culposa ou desatenta, mas rigorosamente comprometida, de dois terços da Câmara e do senado. Não tinha projeto de governo, plano de administração político, econômico, financeiro.

Nem mesmo PLATAFORMA de realizações, como se dizia antes de 30, na chamada "Primeira República". Só a ambição de deixar de ser “vice decorativo", julgava que com uma conspiração parlamentar passaria a ser presidente. (Farsante sempre, enviou carta confidencial à presidente Dilma. E sofrêga e açodadamente, deu a copia a um jornalista, que naturalmente, publicou antes dela chegar à destinatária).

As rondas da memória

Abril
30

As rondas da memória
Nesta tarde do ano de 1977, se reuniram pela primeira vez catorze mães de filhos desaparecidos.
Desde então buscaram juntas, juntas bateram nas portas que não se abriam:
— Todas por todas — diziam.
E diziam:
— Todos são nossos filhos.
Milhares e milhares de filhos tinham sido devorados pela ditadura militar argentina e mais de quinhentas crianças haviam sido distribuídas como prendas de guerra, e nenhuma palavra era dita pelos jornais, pelas rádios, pelos canais de televisão.
Alguns meses depois da primeira reunião, três daquelas mães, Azucena Villaflor, Esther Ballestrino e Maria Eugenia Ponce também desapareceram, como seus filhos, e como eles foram torturadas e assassinadas.
Mas a caminhada das quintas-feiras, ninguém mais conseguiu parar. Os lenços brancos davam voltas e mais voltas pela Plaza de Mayo e pelo mapa do mundo.
    Eduardo Galeano, no livro Os filhos dos dias (Um calendário histórico sobre a humanidade), Editora L&PM, 2012, página 144.

domingo, 29 de abril de 2018

Privatizações, criminosas agressões ao Povo

Domingo, 29 de abril de 2018
Por
Pedro Augusto Pinho*

Pediria ao meu caro leitor, afundado na propaganda neoliberal, que emergisse por instantes e pensasse: como surgiu e para que surgiu o Estado.

Se conseguisse pensar nas origens, a privatização seria ação primitiva e a estatização alguma coisa mais sofisticada, menos rude.

Mas vamos pensar no Estado como ente jurídico. Ele se forma como modo de proteção coletiva, para atender às necessidades dos cidadãos. Se uma parcela minoritária da população se apossa do Estado surge um desvirtuamento e, em consequência, a maioria da população tem o direito e o dever de reaver o Estado para todos.

A compreensão que temos de Estado é, normalmente, a do Estado Moderno, aquele surgido após o feudalismo. Mas podemos ter também a compreensão de um conjunto de pessoas, de famílias, convivendo em determinado espaço geográfico, que se une para qualquer tipo de benefício comum.

Mesmo para o filósofo político Thomas Hobbes, pensador do Estado Absolutista, o “Estado Soberano” significa a realização máxima de uma sociedade civilizada racional.

Podemos concluir que longe do “elefante na loja de louças”, que apareceu na propaganda neoliberal nos anos 1980/1990, nas telas da televisão no Brasil, o Estado tem como função básica servir à população sob sua área de atuação. E o que consiste este servir? Na proteção contra pessoas e interesses de outros Estados e na prestação dos serviços que garantam a vida, a formação, os deslocamentos e as comunicações entre os cidadãos, ou seja, servir às pessoas que vivem nos espaços do Estado.

Com estas características, o Estado é a resultante dos interesses de seus  habitantes, ou seja, ele é o defensor de todos, dos iguais, dos pares, dos habitantes, independentemente das características e qualificações de cada um.

O Estado é, necessariamente, a representação de todos.

O mal que pode acontecer para qualquer cidadão é ter seu Estado possuído por fração minoritária da população, ou, ainda muito pior, de modo direto ou indireto, ser apossado por Estado estrangeiro ou um sistema internacional, como o financeiro, atualmente. 

Recentemente os Clubes Militares abriram polêmica com o decano Ministro Celso Melo, do Supremo Tribunal Federal (STF). Insurgiram-se os militares contra a qualificação de pretorianos, dirigida às Forças Armadas (FFAA), no decorrer do voto do Ministro em habeas corpus em julgamento.

Mas, convenhamos, se as FFAA são instituições do Estado para defender a Nação contra terceiros, sejam eles outros Estados ou entidades privadas, e as FFAA não executam estas tarefas mas vão reprimir parcela da população, está certo o Ministro. As FFAA desprezaram sua função em pról da soberania do Estado para agirem no interesse de um governo sem legitimidade, ou seja, como verdadeiras guardas pretorianas, para uma parcela minoritária da população.

Digo isto com profunda tristeza. Sempre vi as FFAA, com exceções pessoais e nunca institucionais, como defensoras do Brasil. Infelizmente isto não se dá, no momento, vítimas também da insidiosa e maléfica propaganda neoliberal.

Os que me leem sabem que atribuo ao poder da banca, sistema financeiro internacional, o que está ocorrendo de mau em nosso País e no mundo. Não tenho dúvida que o recente fiasco militar, mas profundamente danoso à população síria, é consequência da ação da banca. Nem mesmo a criatividade de nova desculpa ela tem; repete a farsa das armas químicas com que destruiu o estado iraquiano.

Os golpistas de 2016, no executivo, no legislativo e no judiciário, entre outros danos gravíssimos ao povo brasileiro, estão destruindo o Estado. Boa parte desta destruição decorre das privatizações.

Vamos entender, fora das ideologias, o que significa a privatização. Ela surge com vários nomes: política de participação privada, parceria público privada, parceria estratégica e, sempre que o nome privatização, pelo total insucesso dos objetivos anunciados, fica desgastado, surge nova designação para o mesmo objetivo: tirar um bem ou o fruto de um trabalho para o povo brasileiro e transferi-lo para o estrangeiro ou, além do estrangeiro, privilegiada minoria brasileira, obviamente corrupta ou corrompida.

A questão com as FFAA está intimamente ligada às privatizações. Quando os oficiais sofreram verdadeira lavagem cerebral, a partir dos anos 1970, em prol da ideologia neoliberal, ela veio envolta em princípios da democracia liberal que se encaixava na oposição ao modelo socialista estatal. Ficou, assim, associado o Estado, não mais à Pátria, mas a um sistema político; enquanto a liberdade estava associada ao Mercado. Colocaram-se então dicotômicos Estado e Mercado, que haviam convivido desde o mercantilismo com mútuos benefícios.

Vemos nas ações das FFAA de hoje um consequência disfuncional para suas próprias funções constitucionais de defesa do Estado Brasileiro.

Os prezados leitores não se iludam com a eficiência privada. Ela decorre de favorecimentos fiscais, tributários, financeiros que tem origem nos impostos que você paga e vão se refletir nos lucros da minoria rentista. Esta é a eficiência.

Também se avalia o Estado pela prestação de serviços que não podem ser medidos pelo lucro. Com estas falsas bases de confronto, com diferenças de objetivos e recursos não são possíveis comparações.

Compare-se por exemplo, e com dados verdadeiros, as conquistas da Petrobrás e de qualquer outra petroleira na área de exploração e produção nos anos de 2000 a 2010. Os indicadores próprios desta indústria são: aumento de reservas de óleo e gás e aumento da produção. Compare-se os tempos para desenvolvimento de um campo marítimo em águas profundas e ultraprofundas. Compare-se, agora na área industrial, os perfis de refino pelos derivados obtidos com óleos, em média, entre 30ºAPI/35ºAPI. Ou seja, compare-se, com indicadores adequados, a Petrobrás com qualquer outra empresa integrada de petróleo e você terá a empresa brasileira muito mais capaz e eficiente. Mas comparar com lucro significa comparar com variável que a Petrobrás não controla e que constitui o principal objetivo das Exxon, Shell, BP, e que não se submetem a preços administrados como a Petrobrás.

Portanto meus caros, não se iludam com os indicadores privatistas. São majoritariamente, se não totalmente, falsos, inadequados à comparação, são laranjas e alfaces comparadas com pregos e asas de frango.

Mas não é essa a pior face da questão. É o encolhimento, o enfraquecimento, a falta de recursos do Estado até para se defender, como ocorre agora, dos agentes estrangeiros e dos venais e corruptos brasileiros que trabalham para sua destruição.

É muito importante que as FFAA e muitos brasileiros vejam a ideologia antinacional que está por trás da hipócrita campanha contra a corrupção, desencadeada pelos maiores corruptos nacionais e estrangeiros. É também importante entender que as privatizações não tem objetivo de melhor servir, como os apagões de energia elétrica, os apagões no fornecimento de água, nos apagões dos sistemas de telefonia bem demonstram, elas, as “eficientes” privadas apenas querem tirar do Estado parcelas de seu lucro sob a forma de isenções tributárias (veja os trilhões de reais para as petroleiras estrangeiras), de empréstimos a baixo juros do BNDES (em constante questionamento sobre suas operações até que cedam às estrangeiras), dos “incentivos”, “regressões”, “créditos tributários” e muitas outras formas de retirar recursos para atacar o Estado desprovido por ineficiente. E nem estamos tratando da agiotagem dos juros, criados pelas isenções e fraudes tributárias, pelos mesmo rentistas que deles se aproveitam.

É preciso que todos estejam consciente das fraudes que envolvem as privatizações e as denunciem como um crime contra o Brasil.

*Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado 

Histórico: Europa decide proibir pesticida que exterminou mihões de abelhas

Domingo, 29 de abril de 2018
Vários estudos mostraram ligações entre o uso de neonicotinoides e a diminuição das populações de abelhas

Do Sputnik / Foto: Pública - Pixabay
e Portal ContextoExato

Na sexta-feira, reguladores europeus proibiram uma classe amplamente usada de pesticidas chamada neonicotinoides, um movimento chamado de “grande vitória” e “inovador” por ativistas por poupar a vida das abelhas, essenciais ao equilíbrio do ecossistema.

"A proibição inovadora da UE aos pesticidas neonicotinoides que matam abelhas é uma grande vitória para os polinizadores, para as pessoas e para o planeta", disse Tiffany Finck-Haynes, ativista sênior da Friends of the Earth (Amigos da Terra).

A diretora do programa de saúde ambiental do Centro Europeu para a Diversidade Biológica, Lori Ann Burd, chamou a iniciativa de uma vitória da "regulamentação de pesticidas baseada na ciência".

De acordo com uma declaração recente da União Europeia, os três tipos de pesticidas neonicotinoides — imidacloprida, clotianidina e tiametoxam — só serão permitidos em estufas permanentes que não abriguem abelhas. As novas regulamentações devem entrar em vigor até o final deste ano.

Vários estudos mostraram ligações entre o uso de neonicotinoides e a diminuição das populações de abelhas.

"A saúde das abelhas continua sendo de extrema importância para mim, uma vez que diz respeito à biodiversidade, à produção de alimentos e ao meio ambiente", afirmou o comissário europeu para saúde e segurança alimentar, Vytenis Andriukaitis, ao jornal The Guardian.

Martin Dermine, da Rede Europeia de Ação contra Pesticidas, também elogiou a proibição, afirmando que "autorizar os neonicotinoides durante um quarto de século foi um erro e levou a um desastre ambiental. A votação de hoje é histórica".

"A maioria dos países membros deu um sinal claro de que nossa agricultura precisa de transição", acrescentou Dermine. "Usar pesticidas que matam abelhas não pode mais ser permitido e apenas práticas sustentáveis ​​devem ser usadas para produzir nossos alimentos".

Além disso, os críticos dos pesticidas também apontaram para os desenvolvimentos ambientais dos EUA. "Embora os apicultores dos EUA tenham relatado perdas catastróficas novamente neste inverno, ao invés de proibir esses perigosos pesticidas, a agência americana está considerando aumentar o uso em 165 milhões de acres", observou.
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E se as abelhas desaparecerem, como estão desaparecendo?

Abelha no Gama, DF. Foto Taciano, blog Gama Livre


7 verdades e 5 mentiras de correntes sobre Joaquim Barbosa; frases verificadas sobre o ex-ministro do STF nas redes sociais incluem ainda duas afirmações exageradas e uma impossível de se provar

Domingo, 29 de abril de 2018
Da
https://apublica.org


O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa filiou-se ao PSB e pode se candidatar à Presidência. Foto: Carlos Humberto/STF

O nome do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa tem sido defendido nos últimos anos como uma das alternativas para a campanha presidencial de 2018. Apesar disso, Barbosa sempre se esquivava de se colocar nessa posição. Ele chegou a declarar que não concorreria na disputa. “Seria uma aventura muito grande eu me lançar na política, pelo meu temperamento, pelo meu isolamento pessoal, pelo meu estilo de vida”, disse em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, em dezembro de 2016. Sua filiação ao PSB no dia 6 de abril tornou essa possibilidade mais real e movimentou as redes sociais.
Apesar de ainda não ter se declarado como pré-candidato, o ex-ministro apareceu com 10% das intenções de voto na maioria dos cenários na pesquisa do Datafolha de 16 de abril. Ele disputa espaço como um personagem de fora da política, já que nunca concorreu a nenhum outro cargo e nunca foi acusado de corrupção. Por conta da sua grande popularidade – impulsionada pelo seu papel como relator no julgamento do mensalão –, Barbosa passou a ser alvo de correntes nas redes sociais.
Truco – projeto de fact-checking da Agência Pública – analisou 15 frases sobre o ex-ministro do STF a partir de duas dessas postagens: “16 motivos para NÃO votar em Joaquim Barbosa”, uma compilação de autoria desconhecida, e “Como Pensa Joaquim Barbosa”, publicada pela página Movimento Juntos pelo Brasil. Veja, a seguir, os resultados das verificações.

Jânio Ferreira Soares, no Bahia em Pauta: O Rio São Francisco, mesmo com milhões de metros cúbicos sem oxigênio, manda de Paulo Afonso um recado de vida e resistência

Domingo, 29 de abril de 2018
Do Blog Bahia em Pauta, editado pelo jornalista Vitor Hugo Soares
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Paulo Afonso: cânion do Rio São Francisco.

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 CRÔNICA                         
Se meu rio falasse
Janio Ferreira Soares
Nesses tempos de ministros do STF comprometidos até o talo da toga – e ainda por cima falando um juridiquês que mais confunde do que explica -, melhor ouvir o CD do baiano Giovani Cidreira ou então a voz desse pedaço de rio agonizando em minha frente, que se falasse diria algo mais ou menos assim.
“Olá, antes de entrar no assunto que me trouxe até aqui, gostaria de me apresentar, embora a maioria já deva ter ouvido falar de mim e de meus remansos. Me chamo Francisco, assim como o Papa, o ex-sogro de Carlinhos Brown e o santo gente boa nascido em Assis, na Itália, cujo nome inspirou o meu.
Apelidos não tenho, apesar de muitos que nunca me viram mais largo insistirem em me chamar de Velho Chico, provavelmente querendo uma intimidade que jamais lhes dei, até porque, se o próprio ribeirinho que me vê todo santo dia nunca me tratou assim, por que diabos um estrangeiro haveria de?
Oficialmente tenho 516 anos, mas, como naquela música que gosto muito e que a moçada canta em minhas margens quando luas me lampejam, eu nasci há uns 10 mil anos atrás e, do mesmo modo que o velhinho sentado na calçada com uma cuia de esmola e uma viola na mão citado por Raul no começo da canção, não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais.
De extensão eu tinha 2.700 Km, mas com os desvios que alongaram meu curso e duplicaram meu tormento, perdi as contas. De afluentes devo continuar com os 168 que os livros de geografia cravam, embora só uns 36 me irriguem pra valer. Já de velhas promessas de me revitalizarem ou coisa assim, ah!, seu moço e dona moça, isso é conversa pra Nego D’água dormir.
Como vocês sabem, broto lá em Minas e passeio por alguns estados do Nordeste, onde, nos bons tempos pré-barragens, despencava nos cânions de Paulo Afonso que nem trovoada de verão e depois seguia até bater de frente com o oceano, numa peleja bonita de se ver. Já hoje, completamente poluído pelas Baronesas que se alimentam dos esgotos que caem em minhas águas (e separado pelas hidroelétricas de Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Complexo Moxotó e Xingó – que me dividiram em várias partes tornando-me uma espécie de esquartejado líquido), chego tão desnutrido no final de minha jornada que o mar já penetra alguns quilômetros dentro do meu leito, trazendo com ele mariscos, pescadas e robalos que, queira Deus, convivam em harmonia com minhas traíras e surubins.
Agradeço do fundo de meus peraus sua atenção e me despeço dizendo que mesmo com milhões de metros cúbicos sem oxigênio, partes de mim ainda resistem à espera de algum milagre ou, quem sabe, de ventos do Norte mais constantes, que pelo menos possam provocar um rodízio na minha agonia. Agora me dê licença que os meninos já vão começar a sessão Beatles. Fui!”.
Janio Ferreira Soares, cronista, é secretário de Cultura de Paulo Afonso, na beira baiana do Rio São Francisco.
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O Gama Livre recomenda também a leitura de: 

Os mercadores de sonho e a transposição do rio São Francisco. Bem social, direito de todos, transformado em bem econômico, direito de alguns. Entrevista especial com Dom Luiz Flávio Cappio

Vídeo publicado no Youtube em junho de 2017

Uma campanha contra a transposição do Rio da Unidade Nacional. A música é cantada por Carlos Pita: Nas águas do São Francisco

sábado, 28 de abril de 2018

Jornais destacam enxurrada de reclamações em UPA terceirizada

Sábado, 28 de abril de 2018
Imprensa local não tem mais como esconder que a gestão por OSs é um erro que ataca os cofres públicos e que pode custar vidas

Do site Ataque aos Cofres Público, com informação de A Tribuna, TV Tribuna e Expresso Popular
A UPA de Santos é um poço de reclamações que custa R$ 21 milhões por ano. Dinheiro pago pelos munícipes, embolsados por uma empresa contratada pela Prefeitura.
Deu no Jornal Expresso Popular na semana passada. Deu na TV Tribuna na semana retrasada (assista aqui). E agora, nesta sexta-feira (27), o péssimo atendimento prestado pela organização social Fundação do ABC é destaque do Jornal A Tribuna (versão impressa).

Estatísticas oficiais omitem grande parte da dívida pública; dados foram reproduzidos pela grande imprensa, sem qualquer questionamento

Sábado, 28 de abril de 2018
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Texto de 27 de abril de 2018

Agora há pouco o Tesouro Nacional divulgou os números da dívida pública em março/2018, dados estes reproduzidos pela grande imprensa, sem questionamento.
Segundo o governo, a dívida pública federal chegou a R$ 3,636 trilhões, porém, este dado não inclui, por exemplo, os títulos da dívida em poder do Banco Central (BC), que chegaram a R$ 1,7 TRILHÃO em fevereiro, segundo o último dado do BC. O governo alega que tal dívida não deveria ser contabilizada, pois seria uma dívida do Tesouro com o BC (dois entes do próprio governo), porém, a maior parte destes títulos é entregue aos bancos por meio das “operações compromissadas”, que representam dívida do BC com os investidores privados. Tais operações implicaram em um custo em juros de quase meio trilhão de reais de 2014 a 2017.
Os dados oficiais também omitem esta parcela da dívida (de mais de R$ 1 TRILHÃO) quando divulgam que os bancos teriam apenas R$ 785 bilhões (22,39%) da dívida interna federal, dado este completamente distorcido, que se presta a tentar legitimar a dívida, tentando dizer que ela beneficiaria principalmente a classe média, por meio de fundos de investimento e fundos de pensão. Para ver maiores detalhes sobre estas distorções dos dados oficiais, confira o artigo Mentiras e Verdades sobre a Dívida Pública – Parte 3.
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Ou se quiser, leia adiante.
20 de julho de 2017
MENTIRAS E VERDADES SOBRE A DÍVIDA PÚBLICA – PARTE 3


Rodrigo Avila
Economista da Auditoria Cidadã da Dívida

Texto atualizado em abril/2018 
O gráfico que retrata o Orçamento Geral da União elaborado pela Auditoria Cidadã da Dívida (em formato de pizza”) tem recebido críticas de pessoas ligadas ao mercado financeiro (de forma explícita ou não) e também por outras pessoas que acabam repetindo tais críticas.
Cabe esclarecer, inicialmente, que referido gráfico reproduz dados oficiais do SIAFI:
Orçamento Geral da União – 2016 – Executado (pago), por Função – Total = R$ 2,572 TRILHÕES
Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida.

Estudantes negros enfrentam o racismo de professores e colegas em universidades

Sábado, 28 de abril de 2018
Da
https://ponte.org


De xingamentos de ‘escravos’ a brincadeiras com os cabelos, negros que chegaram ao universo até então branco do ensino superior convivem com ataques de racismo


28/04/18
A estudante negra, que prefere não ser identificada, conta que, quando passou em publicidade e propaganda na Faculdade Cásper Líbero, na cidade de São Paulo, esperava se deparar com algum episódio racista quando pisasse naquele espaço — que, até poucos anos, era quase que exclusivamente branco, como todo o ensino superior do Brasil. “Por ser uma faculdade elitista, eu imaginei que sofreria algo”, diz. O que ela não esperava é que o racismo partisse de uma professora.
Durante uma aula, em 22 de março, folheando o álbum da Copa do Mundo de uma aluna, a professora comentou que na Croácia “só tem gente bonita” e, diante das imagens da seleção da Nigéria, disse que “queria saber como esse aqui faz pra pentear o cabelo, deve ser um ninho”, segundo o relato de alunos. No final da aula, a aluna e seus colegas procuraram a professora para questionar essa e outras falas dela que consideravam discriminatórias. Durante a conversa, a professora negou que fosse racista, disse que não havia racismo no Brasil (“tem até um outro negro na Cásper”) e ainda pôs a mão no cabelo da jovem, alegando “curiosidade”.

“A comida é o maior problema de saúde que há no mundo”. Entrevista com Vandana Shiva

Sábado, 28 de abril de 2018

Do 
Instituto Humanitas Unisinos
Dá algumas voltas pela sala do Círculo de Belas Artes (Madri) onde ficamos com ela e, em seguida, bebe pausadamente seu chá para enfrentar a manhã de entrevistas e conferências que lhe esperam nesta viagem a Espanha. A ativista Vandana Shiva (Dehradun, Índia, 1952) dedicou boa parte de sua vida desconstruindo supostos benefícios da agricultura industrial, que ela situa como ingrediente principal na receita para acabar com nossa saúde e com a do planeta. Com um sorriso cativante, mostra-se firme na hora de defender o papel de liderança que as mulheres devem desempenhar na luta pela soberania alimentar e a agroecologia. Acaba de apresentar Quién alimenta realmente al mundo?, editado por Capitán Swing.

A entrevista é de Araceli Acosta, publicada pelo jornal espanhol ABC, 15-04-2018. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

A primeira pergunta você a faz no título de seu livro: quem alimenta realmente o mundo?