Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 31 de outubro de 2020

31 de outubro, o dia do Saci Pererê

 Sábado, 31 de outubro de 2020


Seção Brasilidades do Portal Bonifácio homenageia, neste 31 de outubro, o dia do Saci Pererê, contraponto ao halloween, ou dia das bruxas, modismo neocolonial importado dos Estados Unidos. A data valoriza o folclore brasileiro na figura do personagem que aparecia com suas brincadeiras sempre à noite, cujo nome tem origem na língua Tupi-Guarani. A lenda do Saci provavelmente surgiu entre os povos indígenas do sul do Brasil durante o período colonial, onde ele era retratado como um menino índio que morava na floresta, com sua pele bronzeada e uma cauda. Em outras regiões do Brasil aparece como menino negro, usando gorro e fumando cachimbo. No futebol, o Saci está presente como mascote do Internacional de Porto Alegre e foi imortalizado na literatura brasileira na obra do escritor Monteiro Lobato e nos desenhos do cartunista Ziraldo. Na Câmara dos Deputados, projetos dos ex-deputados Aldo Rebelo, Chico Alencar e Ângela Guadagnin tentaram oficializar o 31 de outubro como Dia do Saci e do folclore brasileiro.

Episódio 18 — Privatização do SUS — Fátima Sousa e Rubens Bias; Pra não dizer que não falei das flores

 Sábado, 31 de outubro de 2020

Spreaker

https://www.spreaker.com/show/pra-nao-dizer-que-nao-falei-das-flores


No programa dessa semana, Rubens Bias, Conselheiro de Saúde do DF, conversa com a enfermeira sanitarista  e Professora da UnB, Fátima Sousa sobre o decreto de Bolsonaro que abria caminho para a privatização do SUS. Depois de muita pressão popular, o decreto foi derrubado no dia seguinte, mas ainda nos resta saber qual será a próxima investida do Governo contra saúde pública no Brasil.


https://open.spotify.com/episode/2jaUJjZoe2hvvqiCg8IBMZ


Google Podcasts:

https://www.google.com/podcasts?feed=aHR0cHM6Ly93d3cuc3ByZWFrZXIuY29tL3Nob3cvNDM5NzU0OS9lcGlzb2Rlcy9mZWVk


Deezer:

https://www.deezer.com/show/1257412

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*Rubens Bias é conselheiro do Conselho de Saúde do Distrito Federal.

*Fátima Sousa
Paraibana, 57 anos de vida, 40 anos dedicados a saúde e a gestão pública; 
Professora e pesquisadora da Universidade de Brasília;
Enfermeira Sanitarista, Doutora em Ciências da Saúde, Mestre em Ciências Sociais; 
Doutora Honoris Causa;
Implantou o ‘Saúde da Família’ no Brasil, depois do sucesso na Paraíba e em São Paulo capital; 
Implantou os Agentes Comunitários de Saúde;
Dirigiu a Faculdade de Saúde da UnB: 5 cursos avaliados com nota máxima;
Lutou pela criação do SUS na constituinte de 1988;
Premiada pela Organização Panamericana de Saúde, pelo Ministério da Saúde e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde.

Ibaneis ataca empresas públicas e privatização chega ao BRB

 Sábado, 31 de outubro de 2020

Do Sindicato dos Bancários de Brasília — 30 de outubro de 2020


O governo Ibaneis lança mais um ataque contra as empresas públicas do DF. Além de insistir ferozmente na privatização da CEB, sobre a qual quer evitar a todo custo o debate na Câmara Legislativa, e mesmo com promessas de campanha feitas quando candidato de jamais privatizar empresas públicas do DF, agora os empregados do BRB são surpreendidos com um projeto de privatização de duas das subsidiárias do banco, a DTVM e a Corretora de Seguros BRB.

Há projeto elaborado pelo banco BTG Pactual – banco vinculado ao privatista Paulo Guedes, ministro da Economia -, de criação de “joint ventures” que transformam a DTVM e a Corretora de Seguros em empresas privadas, cujos sócios que entrarem no negócio terão 50,1% para assegurar o controle acionário. Atualmente, a DTVM é 100% do banco e a Corretora de Seguros BRB 69,7%. Da corretora, os demais 30,3% pertencem à Associação dos Empregados do Banco de Brasília (AEBRB).

Já é hora do pesadelo na Terra Indígena Yanomami

 Sábado, 31 de outubro de 2020

Por

Marcos Wesley
Instituto Socioambiental - ISA

“Você não pode dormir. Você não pode se esconder. Não ouse entrar no rio. Não adianta fechar a estrada. Não adianta se isolar. Não adianta rezar. Eles não vão parar. Eles vão continuar. Nem que eles tenham que destruir tudo”. É assim que começa o vídeo "Uma história de terror para os Yanomami", narrado na língua Yanomami por Dário Kopenawa, diretor da Hutukara Associação Yanomami. Lançado hoje pelo Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kwana, o filme foi produzido pela agência Wieden +Kennedy São Paulo, parceira da campanha #ForaGarimpoForaCovid.

Assista:


O vídeo de Halloween dá arrepios e assusta a todos. Para os Yanomami o terror é real e vivenciado na pele. A Terra Indígena Yanomami sofre pela invasão de garimpeiros que amedrontam com suas doenças e exploração dos parentes e da floresta. Com as invasões, a vida dos Yanomami é um pesadelo do qual eles não podem despertar. 

“O Fórum de Lideranças Yanomami e Ye’kwana tem levado a nossa voz e a nossa luta diante do que estamos vivendo com esse descaso do Governo Federal. A Mãe Terra está sofrendo, todo o território Yanomami, junto com os espíritos de muitos que já morreram, também. Esse filme é mais um alerta do nosso sofrimento real”, concluiu Dário Kopenawa.

Contribua para o fim dessa história de terror e violações. Assine a petição #ForaGarimpoForaCovid e lute ao lado do povo Yanomami e Ye’kwana pela retirada dos mais de 20 mil garimpeiros da Terra Indígena Yanomami que estão destruindo a floresta e disseminando a Covid-19.

Assine a petição

Marcos Wesley
Instituto Socioambiental - ISA

Mais informaçõ––es sobre o ISA.
Dúvidas ou comentários, ligue ou envie um whatsapp para (11) 93500 1149 e fale com Mariana Barros ou escreva para relacionamento@socioambiental.org

CLDF promove audiência sobre Orçamento da Criança, Adolescente e Jovem

Sábado, 31 de outubro de 2020

Do Gama Cidadão

CLDF promove audiência sobre Orçamento da Criança, Adolescente e Jovem

Além de parlamentares, a audiência conta com a presença de jovens dos projetos Onda e Corre, ambos coordenados pelo Inesc

No dia 4 de novembro, às 19h, acontece a Audiência sobre Orçamento da Criança, Adolescente e Jovem, proposta pelos jovens à Frente Parlamentar Mista de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). A sessão será transmitida ao vivo pelo canal do Youtube e pelo Facebook da CLDF.

Cinco jovens dos projetos Onda – Adolescentes em Movimento pelos Direitos e Corre – Juventudes na Cidade, ambos coordenados pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), participam da audiência que também tem a presença dos deputados (as) Fábio Félix, Leandro Grass e Arlete Sampaio, que compõem a Frente  Parlamentar em questão; de Coracy Coelho Chavante, presidente do Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente; e de secretários (as) de diversas pastas do Governo do Distrito Federal (GDF).

Na ocasião, o Inesc apresenta as informações da Nota Técnica sobre a proposta de orçamento do GDF para 2021, na qual constam cortes nos setores de educação e cultura. O documento, que tem o objetivo de auxiliar os jovens na audiência, destaca a importância da participação e transparência das informações e aponta propostas de emendas ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do DF.

RECURSOS DO “ANDAR DE CIMA” PARA UM PROGRAMA DE RENDA MÍNIMA

 Sábado, 31 de outubro de 2020

Por

Aldemario Araujo Castro

Advogado

Mestre em Direito

Procurador da Fazenda Nacional

Brasília, 30 de outubro de 2020

Segundo o ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em relação ao ano de 2018, o Brasil figura entre as nações com maior grau de desigualdade socioeconômica do planeta. Estamos em 79o lugar entre os 189 países avaliados. Na América do Sul, ficamos atrás do Chile, Argentina e Uruguai. Entretanto, aparecemos como a maior economia da América Latina e a nona do mundo, conforme a atualização de abril de 2018 do World Economic Outlook Database do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Deve ser destacado que as profundas diferenças observadas na sociedade brasileira não são obras do acaso, defeitos de funcionamento das engrenagens socioeconômicas ou meras consequências da corrupção endêmica que assola as instituições públicas e privadas. Convivemos com poderosos mecanismos, cuidadosamente construídos e ancorados na institucionalidade jurídica, viabilizadores da transferência de bilhões e bilhões de reais da grande maioria da população para um punhado de setores minoritários extremamente privilegiados.

Assim, assumem especial importância os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil inscritos no artigo terceiro da Constituição. São eles: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais e c) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Talvez esse último dispositivo desaparecesse nos novos trabalhos constituintes, conforme proposta recentemente apresentada pelo líder do Governo, Deputado Ricardo Barros. A pretensão é de substituir a Constituição atual por outra para “escrever muitas vezes nela a palavra deveres”. Essa é a sandice da vez. Não entendem, os raciocínios rasos e toscos, que cada direito constitucional corresponde a pelo menos um dever e que a ordem jurídica, muito mais extensa que a Constituição, fixou e continuará fixando uma multidão de deveres, até mesmo para viabilizar os direitos.

O indefectível mercado, cada vez mais idolatrado na sociedade brasileira (estranhamente, diga-se de passagem), não possui a mínima “vocação” para o combate à desigualdade socioeconômica. Uma das mais vigorosas políticas públicas para redução significativa do abismo social brasileiro, fundada na construção de um inteligente e provocante programa de renda mínima, causa arrepios nos “agentes econômicos” preocupadíssimos com uma certa “saúde fiscal” do Estado. Trata-se da inusitada e festejada “sustentabilidade” da dívida pública num cenário em que o Estado-devedor controla a taxa de juros, possui os instrumentos para acomodar a taxa de juros de longo prazo e tem um endividamento em moeda que emite.

Até o início do ano de 2020, o clã Bolsonaro não poupava críticas ao Bolsa Família. “Não sei o que passa na cabeça dessas pessoas achar que o socialismo e o comunismo têm como dar certo”, disse recentemente o senhor Jair Bolsonaro após referir-se ao Bolsa Família. O Programa Bolsa Família (PBF) é um importante instrumento de transferência de renda do Governo Federal, sob certas condições, que unificou e ampliou vários programas anteriores da mesma natureza. Foi instituído no Governo Lula (registre-se que não tenho a menor simpatia política por esse senhor) em 2003 e está regulado pela Lei n. 10.836, de 2004.

Ocorre que a pandemia decorrente do COVID-19 e a necessidade de auxiliar a população mais sofrida por intermédio de um auxílio financeiro emergencial fez brilhar os olhos dos inquilinos do poder em relação aos programas de renda mínima. A rápida conversão possui razões estritamente eleitorais. Na mira do clã Bolsonaro está uma possível, mas incerta, reeleição presidencial. Reputo secundário esse ponto. Socorrer os necessitados é um imperativo jurídico, ético, político e econômico, mesmo que a iniciativa governamental mire objetivo dos mais censuráveis.

Observe-se que as fontes financeiras cogitadas pelo governo para instituir um novo programa de renda mínima simplesmente “esquecem” o “andar de cima” da sociedade. O esforço fiscal sempre é dirigido para “os andares de baixo” da pirâmide social (o “mundo do trabalho” em sentido amplo). Veja a lista de hipóteses já levantadas:

a) congelar aposentadorias e pensões pagas pela Previdência administrada pelo Poder Público;

b) realizar cortes em benefícios sociais;

c) reduzir o pagamento de precatórios;

d) suprimir recursos da educação, especificamente os administrados pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB);

e) eliminar ou diminuir deduções (educação e saúde, por exemplo) do imposto de renda da pessoa física;

f) reduzir remunerações de servidores públicos (com redução proporcional da jornada de trabalho).

Mudando o foco dos debates, aponto uma fonte de financiamento que atinge diretamente o “andar de cima”. Trata-se de aumentar a tributação dos juros recebidos pelos bancos nas suas operações de crédito (as mais diversas formas de empréstimos concedidos a pessoas físicas e jurídicas).

Segundo dados do Banco Central do Brasil (BCB), o saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) alcançou R$3,7 trilhões em agosto de 2020, sendo R$1,6 trilhão de pessoas jurídicas e R$2,1 trilhões de pessoas físicas. O Indicador de Custo do Crédito (ICC), medidor do custo médio de todo o crédito do SFN, apontou para 17,9% ao ano no mesmo mês de agosto.

Percebe-se, com extrema facilidade, que centenas de bilhões de reais são pagos anualmente por pessoas físicas e empresas na forma de juros bancários no Brasil. Ninguém se iluda. O devedor de bancos no Brasil não paga aquela taxa SELIC baixinha fixada pelo BCB. Esse, apesar de ser um dos principais problemas socioeconômicos brasileiros, inclusive por deprimir o consumo de forma significativa, raramente é objeto de alguma atenção da imprensa ou dos últimos governos, incluído o atual.

A proposta específica, a título de provocação para o debate, reclamando os estudos e ajustes pertinentes, envolve a utilização dos recursos do Programa Bolsa Família (a ser extinto) e os recursos advindos do aumento da tributação dos bancos, como antes posto. Com uma massa de recursos da ordem de 100 bilhões de reais por ano, seria possível viabilizar uma renda básica (com mecanismos inteligentes de ingresso e saída do programa) na casa dos 300 reais mensais para cerca de 30 milhões de beneficiários. Seria, ademais, um importante passo para a implementação da esquecida “renda básica de cidadania”, definida pela Lei n. 10.835, de 2004.

Portanto, é preciso muito cuidado com o discurso oriundo do Governo Bolsonaro, notadamente na voz do senhor Paulo Guedes, da grande imprensa e do mercado, sobretudo financeiro. O Brasil não se resume ao superavit primário, à corrupção, aos “privilégios” do funcionalismo público (embora existam alguns a serem suprimidos) e aos “demoníacos” gastos previdenciários. A imensa maioria da sociedade brasileira nem imagina o que (e quanto) é “escondido” dela em termos de expedientes institucionalizados de transferência de riqueza (não se trata de corrupção) da imensa maioria da população para um punhado de “escolhidos”.

Não esqueça!!! Neste sábado (31/10) tem briga entre a URSS e forças da França. Os franceses são bons de dança e afirmam que bailando zombarão dos golpes de foices e batidas de martelo. A luta será no Gama

Sábado, 31 de outubro de 2020

Esta postagem foi publicada originariamente na terça (27/10) aqui mesmo no Blog Gama Livre. A republicação se justifica pela importância do combate que acontecerá hoje, sábado (31/10), entre a URSS e tropas da França. Quem sairá vencedor do campo de batalha? A conferir a partir das 16 horas. 

Neste sábado (31/10) tem briga entre a URSS e forças da França. Os franceses são bons de dança e afirmam que bailando zombarão dos golpes de foices e batidas de martelo. A luta será no Gama

Para assistir a batalha, é obrigatório o uso de máscara, para que o espectador não perca a briga para a Covid-19.


A batalha tem data, hora e campo para acontecer. Será a partir das 16 horas deste próximo sábado 31 de outubro de 2020. O campo? Arena Cruzeiro, no Parque Ecológico do Gama. O campo de batalha fica dentro do Parque, ao lado da Quadra 1 do Setor Norte.

Observações importantes: 

CCCP é uma abreviatura das palavras em russo de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o equivalente a URSS. O mundo ocidental adorou o conceito de CCCP para o termo em russo, que era usado em uniformes de competições esportivas, em eventos culturais e tecnológicos ocorridos na antiga União Soviética.

Montpellier Hérault Sport Club é um clube de futebol francês, fundado em 1974 e sediado em Montpellier.'

Tanto o soviético quanto o francês aí acima, são brasileiros. Gamenses.

O que importa é comparecer hoje, sábado (31/10) para torcer por um ou outro.

Veja na imagem abaixo o local exato do Campo (Arena) Cruzeiro no Parque Ecológico do Gama. O tapete verde em que os franceses farão tudo para não dançar na disputa com a foice e o martelo dos russos. Clique na imagem para melhor visualizá-la. O Campo da batalha está sinalizado por um pião verde na imagem.

Os avós das caricaturas políticas


 






















Eduardo Galeano, no livro ‘Os filhos dos dias’, 2ª edição, L&PM Editores, página 343

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

HOMENAGEM A DARCY RIBEIRO - com Pedro Pinho

 Sexta, 30 de outubro de 2020

HOMENAGEM A DARCY RIBEIRO - com Pedro Pinho

Transmitido ao vivo em 28 de out. de 2020

Homenagem aos 98 anos de Darcy Ribeiro, completados no dia 26/10.

Os marcianos estão chegando!

 Outubro

30

Os marcianos estão chegando!

    Em 1938, aterrissaram naves espaciais no litoral dos Estados Unidos, e os marcianos se lançaram ao ataque. Tinham tentáculos ferozes, enormes olhos negros que disparavam raios ardentes, e uma babante boca em forma de V.
    Muitos cidadãos apavorados saíram às ruas, enrolados em toalhas molhadas para se proteger do gás venenoso que os marcianos emitiam, e muitos mais preferiram se trancar com trancas e retrancas, bem armados, à espera do combate final.
    Orson Welles tinha inventado essa invasão extra-terrestre, e havia transmitido tudo pelo rádio.
     A invasão era mentira, mas o medo era verdade.
    E o medo continuou: os marcianos foram russos, coreanos, vietnamitas, cubanos, nicaraguenses, afegão, iraquianos, iranianos...

Eduardo Galeano, no livro 'Os filhos dos dias'.  L&PM Editores, 2ª edição, página 342.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Aprovado ontem (28/10) na CLDF projeto de lei que altera o Programa Nota Legal, beneficiando entidade de assistência social, entidades prestadoras de serviços de saúde, de educação, de desporto e cultura e de defesa animal

 Quinta, 29 de outubro de 2020

Na CLDF foi aprovado ontem (28/10), em dois turnos, o Projeto de Lei nº 1.373/2016, que altera o Programa Nota Legal. Pela proposta as pessoas físicas ou jurídicas adquirentes de mercadoria, bem ou serviços sujeitas ao pagamento de ICMS e ISS, ficarão autorizadas a cederem seus créditos fiscais a entidades distritais privadas sem fins lucrativos.

Podem ser beneficiadas as entidades de assistência social, entidades prestadoras de serviços de saúde, entidades de educação, entidades de desporto e cultura e  entidades de defesa e proteção animal.

A proposta abre mais uma possibilidade de captação de recursos pelas entidades relacionadas, conforme acontece em outras Unidades da Federação.

A inclusão das entidades de desporto e cultura e entidades de defesa e proteção animal foi sugerida por meio de uma emenda apresentada ao projeto de lei pelo distrital João Cardoso (do Avante).

Veja abaixo o substutivo aos projetos de Lei nº 1.373/2016 e nº 3152019



E a seguir a Emenda Aditiva de Plenário que incluiu as entidades de desporto e cultura e entidades de defesa e proteção animal

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Suspensão do prazo de validade de concurso por tempo indefinido é inconstitucional. Autoria da lei é do Executivo do DF

 Quarta, 28 de outubro de 2020

Do TJDF

O Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios - TJDFT, por unanimidade, declarou a inconstitucionalidade da Lei Distrital 6.228/2018, que alterou o art. 68 da Lei Distrital 4.994/2012, para permitir a suspensão automática do prazo de validade de concurso público, enquanto a Administração estiver impedida de efetivar a nomeação dos aprovados.

A ação direta de inconstitucionalidade foi ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, sob o argumento da presença de vício de inconstitucionalidade material, pois a norma estabelece a possibilidade de suspensão de prazo de validade dos concursos públicos, sem a imposição de limite de tempo, fato que viola o texto da própria constituição sobre o tema, além de violar o interesse público e o princípio da razoabilidade.

MPDF investiga parcelamento irregular na região do Taquari

 Quarta, 28 de outubro de 2020

Área, que garante o fornecimento de 30% da água limpa que chega ao Lago Paranoá, corre risco

A 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema) instaurou inquérito civil público para apurar parcelamento irregular do solo no condomínio Privê Lago Norte II, na região conhecida como Serrinha do Paranoá.

Foi requisitado à Terracap que apresente informações, no prazo de 20 dias, sobre a desobstrução da área do condomínio. A empresa pública também deverá realizar nova vistoria nas terras ocupadas irregularmente pelo condomínio em 45 dias. A última vistoria no local foi realizada há mais de uma ano.

A Prodema requereu ainda à Agência de Fiscalização do Distrito Federal (DF Legal) que, em 60 dias, realize fiscalização na área. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) deverá encaminhar, em 30 dias, os autos de infração lavrados na na área do condomínio Privê.

Entenda o caso

A Serrinha do Paranoá garante o fornecimento de 30% da água limpa que chega ao Lago Paranoá e sofre ameaças como grilagem de terras, perda de recarga de aquíferos, alto risco de erosão, diminuição da área de Cerrado e contaminação do solo. O Fórum Ambientalista do Distrito Federal relatou ao MPDFT a ocorrência de desmatamento e expansão irregular do condomínio. Segundo representantes da organização, existe alto risco de degradação ambiental, principalmente em relação a recursos hídricos.

Após requisitar informações à Terracap, ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Ibram), à Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e às delegacias de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e do Meio Ambiente, além de realizar visita de campo, a Prodema constatou que o condomínio não está em processo de regularização e não possui licenciamento ambiental. O Ibram e a Terracap também já realizaram fiscalização na região e verificaram invasões, inclusive com construções recentes.

A movimentação de terra na área tem afetado a vegetação nativa. Além disso, sedimentos de obras escoam para o Córrego do Urubu e Lago Paranoá. Esse tema específico também é acompanhado em outro procedimento instaurado Prodema.

O promotor de Justiça Roberto Carlos Batista defende que a área precisa de atenção especial das autoridades e de toda a sociedade. “É preciso considerar os riscos ecológicos da região, que é uma área de recarga de aquífero, dotada de uma centena de nascentes”, afirmou.

Parque Pedra dos Amigos

A Prodema também instaurou procedimento para acompanhar a proposta de criação do Parque Distrital Pedra dos Amigos, no Núcleo Rural Córrego do Urubu, no Lago Norte. Foram requisitadas informações ao Ibram sobre a instalação do parque, no prazo de 30 dias.


A Terracap já se manifestou favoravelmente à criação. Representantes do Fórum Ambientalista estão em contato com as autoridades e realizam campanha de apoio à causa nas redes sociais.


Fonte: MPDF

Fórum Comunitário do Gama (FComGama) realiza Assembleia Comunitária Virtual nesta quinta (29/10) às 18h. Na pauta, o absurdo que querem fazer com o terreno do Centro de Saúde 8

 Quarta, 28 de outubro de 2020

O link da assembleia virtual será postado uma hora antes do início dos trabalhos na página do FComGama e em grupos de WhatsApp ligados ao Gama. E, claro, no Blog Gama Livre.


✊FÓRUM COMUNITÁRIO E DE ENTIDADES DO GAMA✊

📢Assembleia Comunitária (Virtual)

Data: 29/10

🕧18h


O FComGama convoca a comunidade para uma Assembleia Comunitária, com o propósito de discutir meios e mobilização para impedir a entrega do terreno do Posto de Saúde nº 8 ao hospital particular Maria Auxiliadora.

O estado de degradação do Posto 8, ao lado de um hospital privado que não para de crescer, é reflexo do estado da saúde pública no Brasil, temos visto ao longo dos anos e governos, um empoderamento dos grupos de saúde privada e a destruição sistemática do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem sido fundamental no enfrentamento da pandemia.

Queremos o Posto de Saúde nº 8, mas o queremos exatamente no local em que se encontra, servindo a população e cumprindo com excelência a promoção da saúde, de forma pública, universal e gratuita.


📱Grupo FComGama:

https://chat.whatsapp.com/FePNtzPE2tVFECHbAANsqL

👍Página no Facebook:

https://www.facebook.com/fcomgama


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Saiba mais sobre o assunto clicando em:

DENÚNCIA: Área do Posto de Saúde nº 8 do Gama será entregue por Ibaneis ao Hospital Maria Auxiliadora

Bolsonarismo: um projeto lesa-pátria

Quarta, 28 de outubro de 2020

Por

     Nossa principal parceira comercial, milhões de dólares à frente dos EUA, da Europa e do Mercosul, a China é o maior comprador mundial de soja, a cereja do agronegócio brasileiro, a “salvação da lavoura” de nossa raquítica balança comercial, onde, com o recesso industrial,  pesam as exportações de matérias primas in natura, como alimentos não processados, ou minério de ferro que exportamos para importar trilhos e lingotes de aço. A China comprou  do Brasil nada menos que 7,25 milhões de toneladas de soja no último setembro, contra 4,79 toneladas no mesmo mês do ano passado, donde um aumento de 51%. Pois é contra esse país (e, portanto, contra nossos interesses comerciais e estratégicos) que o governo do capitão investe, irresponsável e impunemente, por todos os meios ao alcance de sua demência sub-ideológica, arrastando o país à mais abjeta subserviência aos caprichos de Trump.  Com o silêncio cúmplice dos militares, que já tiveram mais apreço aos brios nacionais. Trata-se, porém, apenas, de um dos muitos itens de seu, e de sua jolda, programa de desconstrução nacional, anunciado em banquete na embaixada brasileira em Washington, ao lado do astrólogo da Virgínia e do desqualificado Steve Bannon, na presença de nosso então embaixador que, pelo que se sabe, embora com demissão já anunciada, e já aposentado, não teve os necessários brios para se levantar, pôr o chapéu na cabeça e voltar para casa pegando o metrô.  

     Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional- (consabidamente comprometido com os interesses dos EUA), a China, na companhia da Coreia do Sul e do Vietnã (o que indica, aos que ainda enxergam, para onde se desloca o eixo dinâmico da economia mundial),  terá, ainda neste ano, desempenho econômico superior ao projetado para a média mundial. Enquanto a retração esperada do PIB global é de         -4,4%, e a dos EUA de -4,3%, a previsão para a China é de um crescimento de 1,9%. Em comparação com o mesmo período do ano passado,  o PIB chinês cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano, em plena pandemia. Só para lembrar: o PIB brasileiro em 2019 ficou em 1,1%; e, para este ano, a média das estimativas sugere uma queda de algo em torno de 6%.

DENÚNCIA: Área do Posto de Saúde nº 8 do Gama será entregue por Ibaneis ao Hospital Maria Auxiliadora

 Quarta, 28 de outubro de 2020



Por Juan Ricthelly

Ontem (27/10/2020) em solenidade no Gama (DF), o governador Ibaneis anunciou que o terreno do Posto de Saúde nº 8 será cedido ao Hospital Maria Auxiliadora, hospital privado, em troca o mesmo construirá um posto em outro local.

O Posto 8 é uma reivindicação antiga da comunidade, que perdeu aquele importante espaço no Governo Agnelo, que iniciou obras de reforma que jamais foram concluídas.

A área é bem localizada, no centro da cidade e é um local de fácil acesso à população.

É lamentável que uma medida tão descabida seja tomada sem ouvir a comunidade e o que a mesma pensa sobre.

Se faz importante dizer que a medida conta com apoio do Deputado Daniel Donizet, aquele mesmo que enterrou a CPI DA PANDEMIA, que tinha o propósito de investigar os escândalos de corrupção na Secretaria de Saúde.

Donizet que não mora na cidade, não tem nenhum histórico de atuação política e comunitária no Gama anterior a sua eleição, mas que ainda assim se reivindica como um deputado local, demonstra desconhecer o Gama ao apoiar uma medida tão absurda.

Iremos mobilizar a comunidade do Gama contra essa medida, queremos o posto de saúde exatamente onde se encontra, reformado e servindo a população.

Live 'A reforma administrativa (PEC 32/2020) destrói o Serviço Público'; vídeo 'A inflação é produzida pelo modelo que precisa virar!'

 Quarta, 28 de outubro de 2020

Da Auditoria Cidadã da Dívida

A REFORMA ADMINISTRATIVA (PEC 32/2020) DESTRÓI O SERVIÇO PÚBLICO



Veja também o vídeo: 
A inflação é produzida pelo modelo que precisa virar!

Os dois vídeos foram publicado no Youtube pelo Canal da Auditoria Cidadã da Dívida

Vencer a pedagogia colonial para verdadeira independência

Quarta, 28 de outubro de 2020

Por

Pedro Augusto Pinho

Opinião /  28 de outubro de 2020

 

Em 26 de outubro comemoramos o aniversário de nascimento de Darcy Ribeiro. Deveria ser uma festiva data nacional, pois se trata do maior pensador brasileiro, aquele que teve na nossa cultura, no estudo de nossos autóctenes antepassados, na profunda compreensão do povo brasileiro, desenvolvida sua metodologia e seu foco do trabalho.

Darcy, diferentemente da quase totalidade de nossos intérpretes, pensadores e construtores da nacionalidade brasileira, não se escorou em ideologias e teorias do norte, do mundo colonizador. Neste artigo me deterei numa única, mas fundamental questão por ele estudada e que denomino a pedagogia colonial.

Trato por pedagogia colonial aquela que o poder, todo poder e a qualquer tempo, adota para que não haja reflexão crítica, pensamento próprio, ideias que não sigam os interesses do poder, nas populações sob seus domínios. O poder na Inglaterra, por exemplo, que é o fundiário-financeiro desde o século XV, aproveitou a religião cristã para construir seu processo de dominação do espírito, da mente dos habitantes das ilhas Britânicas e, a partir daí, de todo seu Império Colonial.

Notável é a infiltração da pedagogia colonial em nossas mentes, que conduz às maiores ignomínias, às mais autodestruidoras ideias, e que, no entanto, seja considerada tão natural como o ar que respiramos. E, ainda pior, quando conseguimos apontar uma consequência da pedagogia colonial na atitude, às vezes até nociva à própria pessoa, ela, ao invés do reconhecimento, repudia o alerta.

Darcy Ribeiro vai ao âmago desta pedagogia colonial em nossa Nação, quando ressalta a “criação de necessidades” para populações originárias e o aprendizado da “língua do senhor” ambas conduzindo à escravidão e à subserviência.

Escreve este gênio brasileiro: “O preço da satisfação é a submissão final ao processo de produção”, “são integrados como consumidores, como produtores ou como reserva de mão de obra” (Darcy Ribeiro, Os Índios e a Civilização, Editora Vozes, Petrópolis, 1979, 3ª edição) e “desde o primeiro dia, o negro enfrenta a tarefa tremenda de reconstruir-se como ser cultural aprendendo a falar a língua do senhor, adaptando-se às formas de sobrevivência na terra nova” (Darcy Ribeiro, Educação no Brasil, in O Livro dos Cieps, Bloch Editores, 1986).

E esta ausência de uma cognição própria, individual, se transborda na compreensão igualmente submissa da sociedade que, salvo em poucos e isolados episódios de nossa História (veja na Era Vargas), “se ter fluido o conceito de soberania” nacional.

A luta pela soberania política-econômica-administrativa deve, por conseguinte, estar acompanhada da luta pela libertação da pedagogia colonial. E a Escola do Presente, que Leonel Brizola apresenta no Livro dos Cieps, como aquela que surge “questionando, por dentro, esta realidade social injusta, desumana e impatriótica”, esta escola de Darcy Ribeiro é o maior exemplo.

Embora lembre em alguns elementos a Escola do Trabalho, de M. Pistrak (1888-1940), o amor à criança e o humanismo de V. Sukhomlinski (1918-1970) e a alegria de estudar e a escola antipreconceituosa de Georges Snyders (1917-2011), os Cieps e a Universidade de Brasília são, acima de tudo, as escolas da brasilidade. Aquelas que poderiam nos libertar da pedagogia colonial e, portanto, como tudo que seja construção nacional, que signifique a defesa do Brasil, especialmente do pensamento brasileiro, precisa ser imediatamente destruído, não pode existir ou deixaremos de ser colonizados.

E vemos hoje com tristeza os Cieps, como a Petrobrás, sendo fisicamente destruídos, pois a destruição por dentro, das motivações, do entusiasmo da construção nacional, não tem como sobreviver aos tempos neoliberais, a todos governos após a Constituição de 1988.

A pedagogia colonial, existente em pensamentos ideologicamente e politicamente opostos, está explicitada magistralmente na introdução (As Teorias do Atraso e do Progresso) que Darcy Ribeiro escreve para sua monumental As Américas e a Civilização, escrita no Uruguai, em 1968, e publicada no Brasil, em 1970, pela Editora Civilização Brasileira. Vou arriscar uma síntese, que nunca terá o mesmo sabor e completude do texto do pensador brasileiro.

São dois os esquemas conceituais, de orientações opostas, que “inspiram a maioria dos estudos sobre o desenvolvimento das sociedades americanas: o da sociologia e o da antropologia acadêmicas e o do marxismo dogmático”.

Perdoem-me leitores a arrogância, mas sumarizo esta magnífica exposição de Darcy Ribeiro afirmando que são pensamentos de base liberal, que, até de boa fé, buscam em detalhes, em levantamentos muitas vezes exaustivos de fatos insignificantes, deslocados da história e do ambiente físico e humano em que se dão, justificar uma situação e sua transformação de um polo de atraso para outro de modernidade.

Retomo a obra de Darcy. Há nestas produções acadêmicas um caráter conformista que não espera qualquer transformação da sociedade. “Um tipo de investigação científica que se satisfaz em documentar copiosamente as diferenças entre as sociedades atrasadas e em registrar, com igual abundância de detalhes, os contrastes de modernidade e tradicionalismo”.

Porém, “estes estudos se prestam utilmente ao esforço de doutrinação às nações avançadas em relação às atrasadas, para induzi-las a uma atitude de resignação com a pobreza ou seu equivalente que é a crença nas possibilidades de superação espontânea do atraso”.

Quanto ao marxismo dogmático, “se assenta na ideia de que as diferenças de desenvolvimento das sociedades modernas se explicam como etapas de um processo de evolução unilinear e irreversível, comum a todas as sociedades humanas”. Estudos assim inspirados se reduzem a ilustrações com exemplos locais, e, como há por toda região a relação escravista de trabalho, “o esquema se desdobra em categorias híbridas, como formações feudal-escravistas, semifeudais, semicoloniais, feudal-capitalistas etc.”.

“O paradoxal é que esta concepção teórica, nominalmente revolucionária, resulta, com frequência, ultraconservadora”: sentar e esperar pela evolução libertadora, como um religioso, pelo milagre.

René Capriles, em seu estudo Makarenko O Nascimento da Pedagogia Socialista (Editora Scipione, SP, 1989), escreve que o império russo dos tzares “teve nas escolas paroquiais seu principal meio de ensino e doutrinação”. Confirmando que a pedagogia colonial pode apresentar variações conforme o tempo e o local, mas sempre é um projeto de manutenção do poder.

Voltemos ao analítico As Américas e a Civilização. Darcy Ribeiro propõe estudar a realidade social sob três esferas: adaptativa, associativa e ideológica.

“O sistema adaptativo (analisa como) a sociedade atua sobre a natureza no esforço de prover sua subsistência e reproduzir o conjunto de bens e equipamentos”. Vemos nesta esfera a base nacionalista que deve sustentar toda análise e proposta de transformação das sociedades. Cada sociedade encontra sua condição geomorfológica, hidrográfica, eólica, insolar e tantas outras ambientais próprias e únicas.

Daí resulta o sistema associativo, que “permite organizar a vida social, disciplinar o convívio humano, regular as relações de trabalho e reger a vida política”, ou seja, estruturar a ação da sociedade e lhe dar a forma que corresponda ao processo otimizado da sua relação com a natureza.

“Finalmente, o sistema ideológico é representado pelos corpos de saber, de crenças e valores gerados nos esforços adaptativo e associativo”. Temos, então, o que denomino “consciência” na construção da cidadania, ou seja, a mais eficaz ação para independência da pedagogia colonial; a formação de uma consciência nacional, conhecer-nos e aos outros, respeitando-os e exigindo reciprocidade.

Nesta homenagem aos 98 anos do nascimento do genial intérprete, concluo com a análise que também significa uma proposta nacional em As Dores do Parto (in Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro, Companhia das Letras, SP, 1995). “Nunca houve aqui um conceito de povo, englobando todos os trabalhadores”, a “primazia do lucro” exigida pelo “mercado externo” gera uma “força de trabalho afundada no atraso”.

Assim, há a estratificação de classes que “desgarra e separa os brasileiros”. “O ruim aqui, e efetivo fator causal do atraso, é o modo de ordenação da sociedade, estruturada contra os interesses da população, desde sempre sangrada para servir a desígnios alheios e opostos aos seus. Não há, nunca houve, aqui um povo livre, regendo seu destino na busca de sua própria prosperidade”.

“Somos um povo em ser, impedido de sê-lo”.

Pedro Augusto Pinho, Administrador aposentado.

Transcrito do MONITOR MERCANTIL