Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 31 de maio de 2022

POLÍTICA AGRÁRIA —MST: Bolsonaro faz propaganda enganosa sobre titulação de terras

Terça, 31 de maio de 2022

Segundo MST, títulos que estão sendo concedidos pelo governo não assegura propriedade da terra e engana assentados - Gabriel Paiva


Maioria dos documentos emitidos não garante propriedade definitiva da terra, denuncia movimento

Pedro Rafael Vilela
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 31 de Maio de 2022 às 18h07

A quase totalidade dos cerca de 344 mil títulos concedidos pelo governo federal a assentados da reforma agrária, nos últimos três anos e meio, não tem valor de propriedade e fazem parte de uma política de desmonte da agricultura familiar no Brasil.

É o que denuncia o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em nota pública divulgada nesta terça-feira (31). A titulação tem sido alardeada pelo presidente Jair Bolsonaro como uma "carta de alforria" dos assentados, mas, segundo o movimento, ela não garante os direitos prometidos.

A lei agrária e a Constituição Federal definem dois tipos de titulação definitiva aos beneficiários da reforma agrária. O primeiro é a Concessão de Direito Real de Uso (CDRU), que é um título conjunto que dá direito ao uso da terra, assegura herança aos filhos e herdeiros dos assentados, mas não permite que a terra seja vendida. Gratuito, esse título tem força de escritura pública e pode ser usado para a obtenção de crédito para o desenvolvimento de atividades produtivas.

A segunda possibilidade é o título de domínio (TD), que é um documento privado oneroso, que dá os mesmos direitos da CDRU, mas deve ser pago pelo assentado, ao custo de 10% a 20% do valor da terra nua (sem benfeitorias), e ainda permite a venda do lote após seis meses da concessão.

Títulos precários

Auxílio Brasil para os sertanejos

Terça, 31 de maio de 2022


Deixemos o público pagar —se quiser— pelos shows.
Marcos De Oliveira —Monitor Mercantil
31 De Maio De 2022


Para não dizerem que a coluna está indiferente à polêmica do tororó da Anitta, vale destacar o que disse o cantor Sérgio Reis. Para ele, é o público que paga os shows de música pelo interior do Brasil.

O sertanejo Gusttavo Lima cobrou R$ 800 mil por um show em São Luiz, cidade no sul de Roraima com 8,2 mil moradores, IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,649 e com 50,4% da população com rendimento nominal mensal per capita menor que 1/2 salário mínimo (dado do último censo do IBGE, 2010).

Se deixasse a população pagar, e não a Prefeitura, o cantor poderia reunir mil espectadores, cada um pagando R$ 800. Puxado. Então que tal 2 mil pessoas na plateia, com ingresso a R$ 400? Como 1/3 da população de São Luiz recebe Auxílio Brasil (o Bolsa Família piorado por Bolsonaro), bastaria ficarem 1 mês sem comprar comida, gás ou qualquer outra despesa. Resolvido.

Soraya Smaili (da Unifesp): ‘educação e ciência são vítimas do bloqueio de recurso’

Terça, 31 de maio de 2022


Para manter teto de gastos após aumento de servidores federais, presidente novamente tira o chão das Universidades públicas.

31 De Maio De 2022

O presidente Jair Bolsonaro anunciou um novo contigenciamento no Orçamento deste ano para as pastas de Educação e Ciência, Tecnologia e Inovações. Foram bloqueados 14,5% da verba para despesas de custeio e investimento das Universidades e Institutos federais, bem como para entidades que coordenam cursos de Pós-graduação, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o que representa uma redução de R$ 3,23 bilhões. Para o ministério da Ciência, o corte é de R$ 2,9 bilhões.

Para Soraya Smaili, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenadora do centro SoU_Ciência, “a manutenção das atividades de ensino, extensão e pesquisa desenvolvidos nas Universidades e Institutos federais, que já estava comprometida em razão da contínua política de cortes, fica ainda mais sufocante, com grandes riscos de comprometer a sua sequência como também provocar impactos incalculáveis inclusive para o desenvolvimento do país”.

Meio ambiente —Serra do Curral: MPF entra com ação para impedir desmatamento ilegal de Mata Atlântica por mineradora

Terça, 31 de maio de 2022

Ascom-MPF/MG  

Além do licenciamento, legislação que protege o bioma exige anuência prévia do Ibama para os atos específicos de retirada da vegetação, o que não foi feito pela Tamisa

MPDF

O Ministério Público Federal (MPF) ingressou com ação civil pública contra a empresa Taquaril Mineração S.A. (Tamisa), para obrigá-la a solicitar anuência prévia do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) antes de realizar qualquer supressão vegetal na região da Serra do Curral, para a implantação do chamado Complexo Minerário Serra do Taquaril.

De acordo com o MPF, a anuência prévia do Ibama independe do licenciamento ambiental e deve ser expressamente solicitada pelo empreendedor sempre que sua atividade for executada em área de Mata Atlântica.

“O bioma Mata Atlântica é um patrimônio nacional, assim definido pela Constituição Federal, e é tão valioso ambientalmente, que conta com regramentos próprios: a Lei 11.428/2008 (chamada Lei da Mata Atlântica) e o Decreto 6.660/2008. É essa legislação que impõe a obrigatoriedade de anuência prévia do órgão ambiental federal para qualquer supressão vegetal nesse bioma, mas equivocadamente o órgão licenciador estadual dispensou tal obrigação com base em mero parecer, não vinculante para a Administração, o qual, por sua vez, fundamentou-se em analogias contrárias ao que determina a lei”, explica o procurador da República Carlos Bruno Ferreira da Silva, autor da ação.

Secretaria acata recomendação do MPDFT para substituir equipe disciplinar do CED 1 da Estrutural; É o desastre da "gestão" descompartilhada de escolas públicas

Terça, 31 de maio de 2022

Órgãos do GDF assumiram o compromisso de monitorar a melhoria pedagógica das escolas sob gestão compartilhada

A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) reuniu-se, nesta segunda-feira, 30 de maio, com representantes das Secretarias de Educação e de Segurança Pública para tratar do projeto Escola de Gestão Compartilhada. Na ocasião, a Secretaria de Segurança Pública informou que atendeu a recomendação da Proeduc para a substituição dos policiais militares que atuam no Centro Educacional 1 da Estrutural.

Em relação aos indicativos de desempenho do modelo de gestão compartilhada, a Secretaria de Educação afirmou que, devido ao impacto da pandemia de covid-19 nas atividades escolares, não existem dados de avaliação do projeto. Diante disso, a Proeduc requisitou esclarecimentos complementares.

Violência

Nesta terça-feira, 31 de maio, foram divulgadas imagens de discussão entre alunos do CED 1. Um dos adolescentes foi contido no chão e algemado. A Proeduc requisitará informações sobre a conduta dos policiais militares envolvidos na situação.

Fonte: MPDF

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Comentário do Blog Gama Livre: Não há, na realidade, gestão compartilhada em escolas. Há, ao que se vê por aí, duplicidade de comando. E duplicidade de comando é nefasta para qualquer Administração. E, claro, para qualquer Organização.

Sônia Guajajara: Queremos um ministério indígena e a presidência da Funai

Terça, 31 de maio de 2022
Sônia Guajajara é uma das integrantes da "bancada do cocar", que pretende fazer frente à bancada ruralista no Congresso a partir de 2023 - Reprodução/Facebook

Pré-candidata a uma vaga no Congresso, ela foi eleita por revista como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo

Nossas ações de resistência não estão sendo suficientes para impedir os retrocessos desse governo

As causas indígenas e ambientais do Brasil sempre chamaram a atenção de ativistas pelo mundo. Mas, o momento coloca o país ainda mais sob os holofotes internacionais. Na última semana, a ativista Sônia Guajajara foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista estadunidense Time.

Desde os primeiros dias do governo Jair Bolsonaro (PL), celebridades nos mais variados cantos do planeta fazem enfrentamentos às mazelas ambientais da gestão federal do país, principalmente em relação ao desmatamento da floresta amazônica e a agressão sistemática aos povos indígenas.

Na COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) realizada o ano passado em Glasgow, na Escócia, a Apib (Articulação dos Povos Indígenas), organização da qual Guajajara é coordenadora, levou a maior delegação indígena a um evento como esse. E foram ativistas como Txai Suruí e a própria Guajajara que conduziram os debates sobre o futuro do meio ambiente no Brasil.

“Esse governo Bolsonaro, por conta de todas as maldades que ele vem fazendo, tem despertado esse olhar internacional para os povos indígenas, para o meio ambiente. A gente assumiu essa linha de frente, nessa articulação e tende a se fortalecer, cada vez mais, porque nós não estamos somente numa campanha contra o governo Bolsonaro, é uma campanha permanente, em defesa da vida”, afirma Sônia Guajajara. 

“Essas articulações, todas elas, tendem a continuar, independente do governo. Claro que nesse [governo] exige ainda um esforço maior, porque é um governo declarado como inimigo, anti-indígena, 'antigente', antidireitos. Então, é preciso uma articulação muito maior”, completa a liderança indígena.

A ativista, convidada desta semana no BDF Entrevista, projeta um futuro em que a luta dos povos indígenas os conduzirá aos lugares de poder e de tomada de decisão sobre os assuntos que afetam diretamente a sua existência.

“Nós queremos também reformular a Funai e nós teremos um indígena ocupando a presidência. Nunca teve na história e a gente também nunca quis, enquanto movimento indígena. Mas, agora a gente quer, sim, a presidência da Funai. Queremos, sim, o Ministério e queremos também participar das discussões de outras políticas”, explica Guajajara.

Na entrevista, a coordenadora da Apib também fala sobre as eleições e sua pré-candidatura à Câmara dos Deputados, pelo PSOL. 

“Estamos animadas. A Apib resolveu, neste ano, lançar uma bancada indígena, para que possa entrar nessa disputa eleitoral. A gente sempre achou que não era nossa responsabilidade assumir esse lugar na política partidária. Mas chegou uma hora que as nossas ações, por meio somente da resistência, não estão sendo suficientes para impedir os retrocessos, para impedir os assassinatos e todo esse desmonte da política indigenista”.

Confira a entrevista na íntegra: 

Brasil de Fato: Você foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time. Mas, mais do que ter uma foto e um nome estampado em uma publicação de grande circulação internacional, não deixa de ser uma premiação pelo teu trabalho e teu empenho na causa indígena e ambiental também, não é, Sônia? 

Sônia Guajajara: Sim, eu acho que eu menos reparei foi na foto, porque esse reconhecimento é o resultado de todas essas ações coletivas que a gente vem fazendo em prol dos direitos indígenas, em prol dos povos indígenas, dos territórios, do meio ambiente. 

Então, sim, há um reconhecimento por todo esse esforço da luta coletiva e urgente que a gente vem fazendo. É motivo de muita alegria, de muita honra para a gente, porque acho que só nos mostra que nós estamos no caminho certo.

SEM RECURSOS —"Situação é dramática", diz reitora da UnB após cortes no orçamento

Terça, 31 de maio de 2022
Corte de 14,5% no orçamento da UnB compromete pagamento de despesas de custeio, como segurança, água e energia, além de ameaçar as bolsas de estudantes pobres - Isa Lima/Secom UnB

Governo Bolsonaro bloqueou mais de 14% dos recursos das instituições federais de ensino

Pedro Rafael Vilela
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 31 de Maio de 2022

A Universidade de Brasília (UnB), que possui cerca de 40 mil alunos e é uma das maiores instituições de ensino do país, perdeu cerca de R$ 36 milhões com o corte de 14,5% do seu orçamento para 2022, anunciado pelo governo federal na última sexta-feira (27).

O impacto do corte, que atinge até mesmo despesas que já estavam empenhadas (reservadas para pagamento), torna a situação da UnB "dramática", nas palavras da própria reitora Márcia Abrahão.

"A situação é dramática mesmo e será o caos. Esse corte pegou todas as universidades federais. Na Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), estamos analisando todas as medidas cabíveis, inclusive judiciais, para reverter o corte. Nossa única opção é a reversão da medida", afirmou a reitora ao Brasil de Fato.

O contingenciamento é feito sobre despesas discricionárias, que incluem, por exemplo, gastos com manutenção predial, energia, limpeza e segurança, mas também pode afetar o pagamento de bolsas e auxílios a estudantes em situação de vulnerabilidade, que representam uma parte importante da comunidade. Atualmente, há cerca de 15 mil bolsas estudantis ativas na UnB.

A incombustível

Segunda, 31 de maio de 2022

A incombustível 

A Signora Girardelli, fazedora de prodígios, deixou o público europeu vesgo, lá pelo ano de 1820.

Ela acariciava seus braços com velas acesas, dançava descalça sobre a fogueira e a revolvia com suas mãos, sentava-se sobre ferros que fumegavam em brasa, banhava-se nas chamas, fazia gargarejos de azeite fervente, engolia fogo, mascava brasas e as cuspia transformadas em libras esterlinas... E após tão ardentes exibições, mostrava seu corpo invicto, sua pele cor de neve, e recebia ovações.

— É tudo truque – diziam os críticos de tudo e de sempre.

Ela não dizia nada.

                      Eduardo Galeano, no livro 'Os filhos dos dias'. 2ª Edição, pág. 177. L&PM Editores

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Documentário traz a fotografia do Brasil na ótica de Orlando Brito

Segunda, 30 de maio de 2022


Vítima de um câncer de intestino, o fotojornalista Orlando Brito, um dos gigantes do fotojornalismo contemporâneo, nos deixou uma crônica das últimas décadas do Brasil. Registros que remontam aos anos de chumbo da Ditadura Militar. Não Nasci Para Meus Olhos Perderem Tempo, documentário sob a direção de Cláudio Moraes resgata a alma desse que foi o grande cronista de nosso país.


Do Blog Chico Sant'Anna e InfoCom
Por Rita Nardelli

Zé Ketti, compositor de músicas de enorme sucesso, como Máscara Negra, A Voz do Morro e Acender as Velas, terminou a vida num quartinho cedido por uma prostituta, cantando em bares da zona de prostituição em São Paulo em troca de um prato de comida.

João Cabral de Melo Neto, diplomata e poeta, autor de Morte e Vida Severina, tomava cachaça diariamente para disfarçar a dor de, em idade avançada e depois de ter acumulado tanto conhecimento, ter sido aposentado e não poder mais trabalhar pelo seu país.

Dois soldados comunicaram-se pelo olhar no momento que decidiram, por não haver outra opção, soltar-se de um cabo de aço que apresentou problemas durante um exercício militar realizado numa torre a uma altura correspondente a onze andares.

Num acidente de trânsito, Bruna, de 15 anos de idade, morre. A mãe explica assim a dor: “olha, quando eu perdi a minha filha, eu perdi também a noção das distâncias, eu perdi a precisão dos aromas, perdi a delícia dos sabores e eu perdi, sobretudo, a beleza das cores.”

Em 1977, o plenário da Câmara vazio – só havia ali um segurança da Casa, tomando conta daquele cenário – era o triste retrato de uma das medidas constantes do Pacote de Abril - o fechamento do Congresso Nacional.

SÓ PARA EXPORTAÇÃO —Refinaria privatizada descumpre promessa e mantém navios sem combustível na Bahia

Segunda, 30 de maio de 2022
Acelen, criada pelo fundo Mubadala Capital, dos Emiradores Árabes, assumiu controle da Rlam - Divulgação

Empresa que comprou Rlam chegou anunciar retomada do abastecimento, mas isso nunca ocorreu

Vinicius Konchinski
Brasil de Fato | Curitiba (PR) | 30 de Maio de 2022

A Acelen, empresa que comprou da Petrobras a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), em São Francisco do Conde (BA), descumpriu sua promessa e não retomou o abastecimento de navios que passam pelo Porto de Salvador.

O fornecimento de óleo combustível a embarcações parou em 1º de dezembro, quando a Petrobras repassou à companhia privada o controle da Rlam, agora chamada de Refinaria de Mataripe. O fato gerou queixas de oficiais da Marinha Mercante e uma denúncia do Sindicato das Agências de Navegação do Estado da Bahia (Sindinave) à Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O Brasil de Fato tratou das reclamações em reportagem em fevereiro. Na época, a Acelen informou que empenhava todos seus esforços para retomar o serviço até o fim de março.


Dias depois da reportagem, ainda em fevereiro, Acelen chegou a divulgar uma nota pública informando que, no dia 21 daquele mês, o abastecimento havia sido retomado. Segundo a empresa, na época, a operação era feita apenas por meio de barcaças, as quais retirariam o combustível de um terminal administrado pela Acelen e o levariam a navios.

Acontece que, segundo Gonzalo Jorrín, diretor-executivo do Sindinave, isso nunca ocorreu. “Não é verdade [que o abastecimento foi retomado]. Não houve nenhuma novidade sobre isso”, afirmou Jorrín.

DIREITO À VIDA —Casos de mortalidade materna crescem no DF

Domingo, 29 de maio de 2022
No Distrito Federal, o número de mortes maternas mais que dobrou entre um ano outro. - Foto: Arquivo / Agência Brasília

Em 2019 foram registrados 21,2 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos. Em 2020, os casos subiram para 53

Roberta Quintino
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 27 de Maio de 2023

Entre 2019 e 2020, estima-se que no Brasil tenham ocorridos 1.655 e 2.039 óbitos maternos, de acordo com dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde publicado neste mês de maio, período em que se comemora o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.

O país, que foi convocado a participar da iniciativa global das Nações Unidas, conhecida como Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), para um esforço de eliminação da mortalidade materna evitável entre os anos de 2016 e 2030, move-se em direção contrária à meta de redução de mortes maternas global de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos.

De acordo com o boletim epidemiológico, o Brasil apresentou um aumento acentuado de morte materna, variando de 57,9 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos em 2019 para 74,7 em 2020. As ocorrências aumentaram em praticamente todas as regiões do país.

No Distrito Federal, o número de mortes maternas mais que dobrou entre um ano outro. Em 2019 foram registrados 21,2 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos. No ano posterior, os casos subiram para 53,4 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos.

A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) informou ao Brasil de Fato DF que não possui dados de mortalidade materna para os anos de 2021 e 2022, bem como, informações sobre a incidência de casos por região administrativa, idade e raça.

Mortes evitáveis

A doula Gabriela Carvalho afirma que a maioria das causas de mortes maternas são evitáveis. Para ela, o acesso a um pré-natal de qualidade com profissionais capacitados poderiam reduzir significativamente os casos de mortalidade materna.

Da fogueira ao altar

 Maio

30

Da fogueira ao altar

    Neste dia de 1431 uma jovem de dezenove anos foi queimada viva no velho mercado de Rouen.
    Ela subiu ao cadafalso com um enorme gorro, onde estava escrito:

Herética,
Reincidente,
Apóstata,
Idólatra.

    Depois de queimada, foi atirada no rio Sena, do alto de uma ponte, para que as águas a levassem longe.
    Ela havia sido condenada pela Igreja católica e pelo Reino da França.
    Se chamava Joana d’Arc.
    Ouviram falar?


                       Eduardo Galeano, no livro 'Os filhos dos dias'. 2ª Edição, pág. 176. L&PM Editores

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domingo, 29 de maio de 2022

Livro SAÚDE E BEM-ESTAR. MINHAS ANOTAÇÕES. De Aldemario Araujo Castro. Lançamento nesta quarta (1º/6) e exemplar eletrônico gratuito

Domingo, 29 de maio de 2022




Livro:
SAÚDE E BEM-ESTAR. MINHAS ANOTAÇÕES

Autor:
ALDEMARIO ARAUJO CASTRO

Mais informações e exemplar eletrônico gratuito:

Lançamento:
Dia 01/06 (quarta)
18 às 20 horas
Restaurante Supren Verda
Quadra 203 - Asa Norte - Brasília - DF

As leituras e pesquisas para elaboração desse livro apontaram claramente no sentido de que a saúde e o bem-estar consistentes e duradouros dependem do desenvolvimento de um conjunto de hábitos saudáveis. Não são dietas, nem práticas transitórias ou passageiras. São comportamentos positivos ou construtivos a serem realizados diariamente durante toda a vida. E sempre é o momento de começar.

Os pilares fundamentais das condutas a serem observadas são os seguintes:

- alimentação adequada (mais natural possível)
- atividade física (diariamente, de preferência)
- certos hábitos saudáveis (meditação, exposição ao Sol, sono regular, entre outros)
- equilíbrios espiritual, emocional e social  

A MÁFIA ESTÁ ENTRE NÓS

Domingo, 29 de maio de 2022

Pedro Augusto Pinho*

“O que é roubar um banco comparado a fundar um banco?” (Bertolt Brecht, “A ópera dos três vinténs”, 1928, e Ricardo Piglia, “Plata quemada”, 1997).

Há mais de um século os militares brasileiros tramam e aplicam golpes no Estado Nacional. Nem sempre no mesmo sentido, mas com um mote que se repete frequentemente: o combate à corrupção e ao comunismo. Será mesmo?

“Quem analisa o Brasil, mesmo sem maiores pretensões sociológicas, mas encarando-o e equacionando-lhe os principais problemas de maneira objetiva, chega fatalmente a esta conclusão inquietante: estamos vivendo a fase crucial de nossa história” escreveu, em 1954, o general Anapio Gomes (“Radiografia do Brasil”, com segunda edição pelos Irmãos Pongetti, logo após a morte do estadista Getúlio Vargas, em 1955).

O então Ministério da Guerra estava entregue, nesta “fase crucial”, desde janeiro de 1951 até novembro de 1955, aos seguintes generais: Newton Estillac Leal, Ciro do Espírito Santo Cardoso, Euclides Zenóbio da Costa e Henrique Teixeira Lott, este após 25 de agosto de 1954.

Na Marinha e na Aeronáutica aos Almirantes Renato de Almeida Guillobel e Edmundo Amorim do Valle e aos Brigadeiros Nero Moura, Epaminondas Gomes dos Santos e Eduardo Gomes, estes últimos, na Marinha e na Aeronáutica, após 25 de agosto de 1954, respectivamente.

Se tomarmos a sentença do historiador britânico, John Keegan (“The Face of Battle”, 1976), “não é pelo que os exércitos são, mas pelo que os exércitos fazem que as vidas das nações e dos indivíduos se modificam”, a “fase crucial” de nosso País é de toda a história, especialmente em nossos dias.

Nas onze conferências que o capitão Genserico de Vasconcelos proferiu na Escola de Estado Maior e Aperfeiçoamento de Oficiais (“História Militar do Brasil”, 1921) desenvolvendo a influência do fator militar na “organização da nacionalidade” expõe, na síntese, que “a obra da República reatou a nossa continuidade histórica, emendando 1889 com o Império, que se não havia desligado de Portugal e das bandeiras, terminou com o traçado dos lindes da nossa casa, vastíssima morada de quase nove milhões de quilômetros quadrados. O Brasil integrou-se na América pela porta da República”. E conclui: “A Missão do Exército e da Marinha resume-se, pois, em manter a inviolabilidade e a segurança de nossas definitivas fronteiras, e argamassar a nacionalidade dentro de sua tradição e da sua continuidade histórica”. Belas palavras!

E logo se seguiu, em 1922, há 100 anos, o Movimento Tenentista e as diversas manifestações militares pela década de 1920.

No número de março-abril de 1979 de “A Defesa Nacional” (Ano LXVI, nº 682), o general de divisão Carlos de Meira Mattos (“A Continentalidade do Brasil”) discorreu sobre nossa realidade geográfica — maritimidade e continentalidade — afirmando que “as sucessivas elites brasileiras, desde José Bonifácio, não tomaram consciência” desta “aptidão geopolítica”, daí os recuos e “cautelas” que marcam nossa história.

Talvez Meira Mattos, golpista de 1932 (voluntário), de 1954 e de 1964, não tivesse o explícito propósito do purismo, da unicidade, mas caiu na esparrela, na armadilha do excludente, ao trocar nosso contorno marítimo pelo terrestre (elogios a Juscelino Kubitschek e Emílio Médici).

Impossível não nos lembrarmos do poema de Cecília Meireles “Ou isso ou aquilo”: “não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo” (Cecília Meireles, Poesia Completa, Global Editora, 2017).

Somos vítimas, em todos os lugares, em todos os tempos, da pedagogia colonial, que se alimenta das segregações, pois é indispensável para que o poder, qualquer poder que não seja efetivamente popular, democrático, participativo, se mantenha sem a compreensão de antagonismos: ou isso ou aquilo.

Há cerca de vinte anos, analisando o poder onipresente do sistema financeiro internacional, escrevemos sobre a participação crescente da economia marginal no poder das finanças.

Esta denominação de economia marginal une todos os ganhos ilícitos, assim definidos em tratados, convênios, acordos internacionais e nas legislações nacionais, tais como a tráfico de drogas, a comercialização de pessoas e órgãos humanos, contrabandos de armas e outros produtos.

Há razão simples para compreender esta prevalência. Enquanto os capitais tradicionais estão aplicados, em imensa maioria em bens fundiários, os capitais marginais estão em moedas correntes, são “cash”, a vista, comprando, corrompendo, subornando imediatamente.

A crise de 2008/2010, em parte, foi fruto da disputa pelo poder, ou seja, pelo controle dos 85 paraísos fiscais existentes no mundo. E, assim, da circulação do dinheiro. Fundamental para o poder que se funda nas finanças.

Porém é muito difícil para as pessoas, mesmo as mais críticas do neoliberalismo, entenderem que não é um projeto ideológico, nem nazista, nem fascista, nem petista, nem falsamente democrático, que está em questão. É o domínio da marginalidade, das milícias, da mais nefasta pedagogia colonial que aceita e até justifica a venda de crianças para os traficantes de sexo.

O exemplo mais recente vem do “Projeto de Nação – O Brasil em 2035”, lançado em 19 de maio último, que foi entendida como a mais recente e antecipada contestação à vontade das urnas, que deverá surgir em outubro próximo.

O “Projeto”, documento de 93 páginas, coordenado pelo general de divisão da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva, contem 37 temas, considerados estratégicos: geopolítica, governança, segurança, desenvolvimento, ciência, tecnologia, saúde, educação, defesa nacional entre outros, que muitas vezes se contradizem nas conclusões.

Longe de nossa intenção imputar ao general Luiz Rocha Paiva, ou a seu irmão, coronel Paulo Ricardo da Rocha Paiva, de quem lemos com prazer as análises nas edições da “Defesanet”, bem conduzidas por Nelson Duhring, qualquer associação ao crime.

Todos, e não nos excluímos desse “todos”, somos vítimas da pedagogia colonial, com intensidades e focos variados. E, assim, é-nos difícil entender e avaliar, também pelo sigilo de que se cerca, a participação da marginalidade criminosa nas decisões do atual governo brasileiro.

A economista e escritora Loretta Napoleoni escreveu “Rogue Economics” (Seven Stories Press, NY, 2008) que na tradução de Pedro Jorgensen Jr. para Difel (RJ, 2010) tomou o título “Economia Bandida”. Narra principalmente os eventos da última década do século XX, após a queda da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e a ascensão das economias marginais e da islâmica, sem que mostre incompatibilidades entre elas.

Também não aprofunda a ação de Vladimir Putin, para libertar a Federação Russa das máfias locais, “é preciso separar o dinheiro do poder” (entrevistas a Oliver Stone, produzidas em 2017 e transmitidas no Brasil pela TVT em 2020).

Escreve Loretta Napoleoni: “os principais beneficiários das transações não são aqueles que criam os novos produtos nem aqueles que os consomem, mas aqueles que os comercializam”, boa conclusão para os caminhoneiros que pedem a privatização da Petrobrás, afastada, pelos golpistas de 2016, da comercialização dos derivados de petróleo.

Mais não se atribua unicamente à economia subterrânea, a estas finanças apátridas e marginais, a responsabilidade pela situação vivida hoje no Brasil. Citando o grande brasileiro e político Leonel Brizola, “há um mar de cumplicidades”.

Em entrevista concedida em setembro de 2006, Grant Woods, diretor do Banco Coutts, onde a rainha do Reino Unido e a aristocracia britânica têm conta, esclareceu que o sistema fiscal dos residentes em Londres beneficia tributariamente todos estrangeiros que lá tenham endereço. “Eles deixam de pagar bilhões de dólares em imposto nos seus países de origem, desde que deixem depositadas grandes somas em bancos como o Coutts”. E confessa que "eu mesmo estruturei carteiras de vários oligarcas russos”, formados na década que sucedeu ao fim da URSS.

À missão das Forças Armadas, nas emocionantes palavras do capitão Genserico de Vasconcelos, o coronel Nelson Werneck Sodré acrescenta “assegurar o exercício da autoridade central em toda extensão da base física brasileira” (“História Militar do Brasil”, 1965). Ou seja, confirmando a tese do gaúcho Luiz Roberto Pecoits Targa (“Gaúchos e Paulistas na Construção do Brasil Moderno”, 2020), apagando as histórias regionais em prol da redutora e homogeneizadora disputa centro-periferia.

Desconhecer o Brasil, analisá-lo sob pressupostos discutíveis, quando não absolutamente falsos, vítimas de preconceitos ideológicos — quem já comprovou que a competitividade é mais eficaz do que a solidariedade para o resultado das instituições? — é tão danoso quanto aceitar a interferência divina para solução de nossos terrestres problemas.

A este propósito, o professor e economista Ricardo Bergamini, assumido liberal econômico, na coluna divulgada no sábado, 28/05/2022, enviada por e-mail, relaciona os cinco “pastores evangélicos” mais ricos do Brasil com fortunas de milhões de dólares estadunidenses, e não por mero acaso, todos neopentecostais, as “igrejas da caixinha”: Edir Macedo, bilionário dono da Igreja Universal do Reino de Deus, Valdemiro Santiago, dos feijões milagrosos, da Igreja Mundial do Poder de Deus, Silas Malafaia, ativista politico, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, R.R. Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, e o casal Estevam e Sônia Hernandes, da Igreja Renascer.

As Forças Armadas, onde a liderança sempre esteve com o Exército, ocupam o Governo Brasileiro, pelos discutíveis votos computados pelas urnas eletrônicas, cujo controle brasileiro é ainda mais duvidoso.

E ainda pretendem aplicar novo golpe para durar mais 15 anos, lembrando os 1000 anos do projeto hitlerista.

Revendo dois golpes no século XX, que as Forças Armadas assumiram, nem sempre com benefício próprio, mas em prejuízo do desenvolvimento da sociedade brasileira, vemos duas falácias. O “mar de lama”, corrupção que jamais ocorreu no Governo Vargas, e foi reconhecido, anos depois, pelo seu veemente opositor, Afonso Arinos de Mello Franco em artigo no “Jornal do Brasil”. E o “comunismo” de João Goulart, verdadeira piada de mau gosto, que só enganou quem dela se aproveitou (de início capitais estrangeiros) ou foi muito ingênuo, tendo na visão setorial o desconhecimento do todo que a cercava.

Mais uma vez, objetivos não nacionais conduzem nossa história. Se tivemos antes identidades nacionais: portuguesas, holandesas, francesas, inglesas e estadunidenses se locupletando de nossas riquezas naturais e do trabalho de nosso povo miscigenado, hoje é um sistema apátrida, conduzido pelas finanças, com forte participação de capitais ilícitos, quem nos dirige.

Desconhecer esta triste realidade é naufragar com nosso País em águas imundas, fétidas, com vírus produzidos em laboratórios para a guerra bacteriológica, a nova dominação no século XXI.

Rio de Janeiro, 29 de maio de 2022.

*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

Vampiros

 Vampiros

No verão de 1725, Petar Blagojevic se levantou de seu ataúde, na aldeia de Kisiljevo, mordeu seus nove vizinhos e bebeu seu sangue. Por ordem do governo da Áustria, que naquela época mandava naquelas bandas, as forças da ordem o mataram definitivamente cravando uma estaca em seu coração.

Petar foi o primeiro vampiro oficialmente reconhecido, e o menos célebre.

O mais exitoso, o conde Drácula, nasceu da pluma de Bram Stoker, em 1897.

Mais de um século depois, Drácula se aposentou. Não estava nem um pouco preocupado com a competição dos vampirinhos e vampirinhas bregas que Hollywood estava fabricando; outras façanhas insuperáveis o angustiavam.

Não teve outra saída a não ser se retirar. Sentia um incurável complexo de inferioridade diante dos poderosos glutões que fundam e afundam bancos, e que chupam o sangue do mundo como se o mundo fosse um pescoço.

Do livro "Os filhos dos Dias", de Eduardo Galeano, L&PM Editores, 2ª edição, página 175.

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sábado, 28 de maio de 2022

Brasil Genivaldo: ONU Direitos Humanos pede apuração de morte durante ação policial em Sergipe

Sábado, 28 de maio de 2022
“A morte de Genivaldo, em si chocante, mais uma vez coloca em questão o respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil”

BRASÍLIA (27 de maio de 2022) – A ONU Direitos Humanos na América do Sul cobrou das autoridades uma “investigação célere e completa” da morte de um homem afrodescendente durante um procedimento policial em Sergipe, no Brasil.

Genivaldo de Jesus dos Santos era um homem negro de 38 anos, com deficiência, que morreu após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal na última quarta-feira (25/05). Segundo testemunhas e vídeos, a vítima foi colocada por agentes policiais no porta-malas de uma viatura, com um dispositivo que soltava uma fumaça branca.

Para Jan Jarab, chefe regional da ONU Direitos Humanos, é fundamental que as investigações iniciadas pela Polícia Federal e o Ministério Público cumpram com as normas internacionais de direitos humanos e que os agentes responsáveis sejam levados à justiça, garantindo reparação aos familiares da vítima.

“A morte de Genivaldo, em si chocante, mais uma vez coloca em questão o respeito aos direitos humanos na atuação das polícias no Brasil”, disse ele, citando casos recentes como o de Vila Cruzeiro (RJ) em que uma operação policial desproporcional vitimou pelo menos 26 pessoas, bem como massacres anteriores no Salgueiro e Jacarezinho, no mesmo estado.

Segundo informações da sociedade civil, em 2020 quase 80 por cento das vítimas de operações policiais no país eram afrodescendentes. “A letalidade policial contra populações negras no Brasil é extrema e tão comum que parece naturalizada”, comentou neste cenário Jan Jarab, lembrando que o caso de Genivaldo dos Santos ocorreu dois anos após a morte de George Floyd nos Estados Unidos, caso que desencadeou uma onda de protestos e atenção ao racismo sistêmico e policial em todo o mundo.

“A violência policial desproporcionada não vai parar até as autoridades tomarem ações definitivas para combatê-la, como a perseguição e punição efetiva de qualquer violação de direitos humanos cometida por agentes estatais, para evitar a impunidade”, disse o chefe para América do Sul.

“Também é urgente promover mudanças estruturais nas políticas e procedimentos policiais com base nos direitos humanos, bem como examinar se as leis, políticas e procedimentos fornecem diretrizes claras e restringem o uso da força pelos agentes da lei, conforme as normas internacionais”, ele completou.

Por fim, Jarab defendeu a necessidade de mais formação em direitos humanos para as polícias no Brasil, inclusive no combate dos estereótipos negativos contra as pessoas afrodescendentes, bem como na abordagem humana de pessoas com problemas de saúde mental.

Me engana que eu gosto; Gasolina a R$ 4 é possível? Sim, é possível. Veja como

Sábado, 28 de maio de 2022


👆👆👆👆A direção da Petrobrás está divulgando matéria enganosa para tentar ludibriar a opinião pública brasileira. Para isto utiliza-se de uma imagem👆👆👆👆 com a composição do preço médio da gasolina pago pelos brasileiros nas bombas👆👆👆👆

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Me engana que eu gosto



Publicado originalmente no site da AEPET em 27/05/2022

Escrito por Claudio da Costa Oliveira

"Vamos agora apresentar uma correta solução para o problema"

A direção da Petrobrás está divulgando matéria enganosa para tentar ludibriar a opinião pública brasileira. Para isto utiliza-se de uma imagem com a composição do preço médio da gasolina pago pelos brasileiros nas bombas, como mostramos a seguir:


Reparem que a imagem mostra que do preço total da gasolina nas bombas (R$ 7,28) apenas R$ 2,81 (38%) ficam com a Petrobrás. Não temos como contestar os números e vamos assumir que estão corretos.

Em primeiro lugar queremos questionar o fato de nesta propaganda enganosa estarem usando como referência os preços da gasolina e não do diesel, que é o combustível de maior consumo no Brasil. A imagem a seguir, que tem como fonte a própria Petrobrás, mostra a composição do preço do diesel:

O gráfico abaixo detalha os quatro componentes do preço do diesel cobrado na bomba.

Vejam que do preço total nas bombas (R$ 7,07) R$ 4,43 (63%) ficam com a Petrobrás.

Mas vamos deixar isto de lado e continuar analisando os números da propaganda enganosa.

Como a direção da Petrobrás informa, do preço da gasolina na bomba somente R$ 2,81 (38%) ficam com a empresa. "Esquecem" de dizer que como na composição da gasolina C existe 27% de etanol, o valor de R$ 2,81 corresponde a apenas 730 ml e não a 1 litro. Portanto o que a Petrobrás cobra por 1 litro de gasolina A em suas refinarias é R$ 3,85 (2,81/0,73).

Considerando que o preço de produção de 1 litro de gasolina nas refinarias da Petrobrás está em torno de R$1,25, a companhia está vendendo o produto, com base no Preço de Paridade de Importação – PPI, com uma margem de mais de 200% (3,85/1,25-1). Tal margem de lucro não existe em nenhuma empresa petroleira de atuação internacional.

MAS O QUE FAZ A PETROBRÁS ALCANÇAR TAMANHA MARGEM DE LUCRO?

Isto acontece porque a companhia goza de diversas isenções e renúncias fiscais concedidas no passado, pelo governo brasileiro e o congresso nacional, quando era tratada e se comportava como empresa estatal, atuando na defesa da economia brasileira e seu povo.

Hoje praticando o Preço de Paridade de Importação – PPI, tais isenções e renúncias fiscais tem de ser revogadas imediatamente e a empresa taxada da mesma forma que suas congêneres internacionais.

Os recursos assim gerados tem, obrigatoriamente, de ser utilizados para compensar ações de redução nos preços de combustíveis, como vamos propor a seguir

VAMOS AGORA APRESENTAR UMA CORRETA SOLUÇÃO DO PROBLEMA

Oswiecim

Maio

28

Oswiecim

No dia de hoje do ano de 2006, o papa Bento, sumo pontífice da Igreja católica, passeou entre os jardins da cidade que se chama, em língua polonesa, Oswiecim.

A certa altura do passeio, a paisagem mudou.

Em língua alemã, a cidade de Oswiecim se chama Auschwitz.

E em Auschwitz, o papa falou. Na fábrica de morte mais famosa do mundo, perguntou:

— E Deus, onde estava?

E ninguém informou a ele que Deus nunca havia mudado de endereço.

E perguntou:

— Por que Deus ficou calado?

E ninguém explicou que quem havia se calado era a Igreja, a sua Igreja, que falava em nome de Deus.

(Eduardo Galeano, no livro Os Filhos dos Dias,
2ª Edição, 2012, pág. 174, L&PM Editores)


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Judeus eram mantidos para trabalhos forçados. Antes mesmo da execução, muitos morriam de fome ou de doenças contagiosas dentro dos campos de concentração. - Muzeum Auschwitz-Birkenau