Quarta, 21 de novembro de 2018
Do Brasília, por Chico Sant'Anna
Por Chico Sant’Anna
Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios, de 2015, aponta que dos residentes no Plano Piloto, 67,79% declararam-se brancos.
“A Terra é azul” disse, em 1961, o russo Yuri Gagarin, primeiro astronauta a ir para o espaço. Se olhasse hoje para o Plano Piloto, Gagarin repetiria com o mesmo espanto: o Plano Piloto é azul. Na verdade, branco. É o que retrata o Mapa Racial do Distrito Federal, elaborado a partir dos dados do Censo do IBGE de 2010. No mapa, cada cidadão representa um ponto e a cor desse ponto é definida em função da raça auto-declarada pelos cidadãos moradores na Capital Federal. O local desse ponto é a residência de cada indivíduo.
No chamado grande Plano Piloto, que inclui os bairros do Lago Sul, Norte, Sudoeste, Cruzeiro, Octogonal e as vilas Planalto e da Telebrasília, se verifica a maior concentração de pontos azuis, ou seja, de cidadãos brancos do Distrito Federal. Somente nas duas vilas citadas, que foram acampamentos de construtoras nos primórdios da capital, a densidade branca não é tão elevada. Existe presença significativa de pessoas que se identificaram como pardas. O mesmo acontece no bairro do Cruzeiro Novo e Velho e no Setor Militar Urbano