Quinta, 13 de junho de 2024
82% da dívida pública não advém de investimentos em prol da população, mas de juros sobre juros pagos aos grandes grupos financeiros internacionais
Texto publicado originalmente pela AEPET —Associação dos Engenheiros da Petrobrás— em 13/06/2024
Somente em 2024, o Brasil vai pagar aproximadamente R$ 740 bilhões com o serviço da dívida pública. Do estoque dessa dívida, que já supera os R$ 7 trilhões, 82% não advém de investimentos em prol da população, mas de juros sobre juros. A estrutura da dívida pública, que também consome boa parte dos lucros e dividendos que o governo recebe de estatais como a Petrobrás, desvia anualmente cerca de 7% do PIB para uma elite financeira, nacional e estrangeira, determinando a reprimarização da economia brasileira.
Para o economista e professor da PUC São Paulo, Ladislau Dowbor, tal realidade constitui um monumental “dreno financeiro”, ao qual o país se mantém submetido seja qual for o governo de plantão e beneficia principalmente grandes grupos financeiros internacionais.
Dowbor, que é consultor internacional em planejamento do desenvolvimento, defende nesta entrevista ao AEPET TV que a sociedade seja informada e mobilizada para enfrentar esta nova forma de colonialismo, ancorada no discurso falso moralista da austeridade e combate à inflação.
“Toda bandidagem precisa de uma narrativa”, resume Dowbor.
Assista à entrevista completa
Dowbor: Dreno financeiro leva riqueza dos brasileiros e reprimariza economia