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Há muitos anos, o Quilombo de Pitanga dos Palmares lida com graves conflitos de terras, intensificados pela crescente especulação imobiliária e pela construção de projetos públicos e privados, que ameaçam sua existência.
A comunidade, no entanto, segue firme na luta por justiça e pelos direitos dos quilombolas, impulsionada pelo legado de Mãe Bernadete Pacífico, liderança quilombola e defensora dos direitos humanos que foi assassinada em casa, com 22 tiros, sendo 12 no rosto, onde cuidava dos três netos, em agosto de 2023 - mesmo estando sob proteção do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).
No primeiro aniversário desta trágica perda, sua memória e sua luta se tornaram ainda mais inabaláveis, inspirando as novas gerações na defesa dos territórios quilombolas e contra a violência que ainda ameaça suas comunidades.
De acordo com um estudo da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), estamos presenciando um aumento alarmante de execuções de quilombolas, com 46 assassinatos registrados nos últimos cinco anos.

Celebrando a sua trajetória, foi realizado em agosto de 2024 o 7º Festival de Arte e Cultura Quilombola — Fé, Cultura e Resistência, reunindo sete comunidades quilombolas e lideranças de todo o país, com uma programação rica e intensa.
Jurandir Pacífico, filho de Mãe Bernadete, falou emocionado sobre a continuidade do legado de sua mãe:
“Esse festival retrata a história de luta, resistência e ancestralidade de Mãe Bernadete. Era tudo que ela fazia quando estava aqui entre nós, e eu tô dando continuidade a esse legado tão corajoso e maravilhoso.”
Durante o festival também foi inaugurado o Museu Rústico Mãe Bernadete, um espaço simbólico e de preservação da memória de sua luta, construído com a ajuda da comunidade. O museu também presta homenagem a seu filho, Binho do Quilombo, assassinado em 2017.
Museu Rústico de Mãe Bernadete lembra um santuário, com objetos, roupas, fotos e artigos religiosos
Ester Cezar/ISA

A ministra das Mulheres, Aparecida Gonçalves, exaltou a importância do museu:
“O museu traz a preservação da memória e da história das pessoas que lutam. Ali tem a memória do Binho, tem a memória da Mãe Bernadete e a perspectiva de que a gente não perca essas histórias.”

Mãe Bernadete, Binho do Quilombo, e tantos outros — PRESENTES!
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Ester Cezar
Instituto Socioambiental (ISA)
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