Terça, 30 de janeiro de 2024
A batalha continua: os Yanomami e Ye’kwana seguem resistindo contra o garimpo ilegal e outras atividades predatórias que trazem doenças e violência para o território.
Novo relatório da Hutukara Associação Yanomami (HAY) aponta que um ano após o governo federal declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) na Terra Indígena Yanomami o garimpo persiste no território e promove um estrangulamento dos serviços de saúde.
Lançado nesta sexta-feira (26/01), o documento, que recebeu apoio técnico do Instituto Socioambiental (ISA) e do Greenpeace Brasil, tem endosso também da Associação Wanassedume Ye’kwana (Seduume) e da Urihi Associação Yanomami.
De acordo com o novo relatório, o garimpo desacelerou em 2023, mas ainda teve a sua área ampliada em 7%. A área total devastada acumula 5.432 hectares e impacta 21 das 37 regiões existentes. O ano teve registro de 308 mortes de Yanomami e Ye’kwana sem que servidores da saúde conseguissem atender comunidades vulneráveis por medo dos garimpeiros ilegais.
O líder Yanomami e presidente da Hutukara, Davi Kopenawa, pediu para que o governo federal reforce as ações de saúde em toda a Terra Indígena Yanomami, em um trabalho coordenado que garanta a assistência para todos os Yanomami e Ye’kwana.
“Já completou um ano. Agora em 2024, vamos começar de novo? Eu queria conversar com o Exército e com os militares porque eles estão lá para proteger a floresta nacional, a floresta Amazônica, mas não estão protegendo”, disse.
Faça sua voz ser ouvida e junte-se aos Yanomami e Ye’kwana na defesa de suas vidas, direitos e territórios.
Discussão sobre o avanço da malária e da desnutrição em crianças durante o XIV Encontro de Mulheres Yanomami, em novembro de 2023.

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Marcos Wesley
Instituto Socioambiental (ISA)
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