Terça, 11 de novembro de 2025
HOMENS DA GUERRA, HOMENS DA GRANA, O CLIMA E A ENERGIA
O mundo sofreu grande transformação a partir da década de 1970. As finanças passaram a dominar o poder mundial, submetendo a industrialização e a tecnologia produtiva à especulação financeira. Das consequências desta mudança, a mais danosa para humanidade foram as informações deturpadas, manipuladas, construindo inverdades que se transformaram em crenças, dogmas e leis.
Os poderes dos Estados Nacionais e das ideologias humanitárias foram ambos minados pelas falácias das privatizações e da globalização financeira. A história foi reescrita pelas finanças para que, em 1992, o cientista político conservador Francis Fukuyama obtivesse êxito ao lançar o livro “O Fim da História e o Último Homem”.
Declarou-se, com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o fracasso do ensino, da verdade, da igualdade para o triunfo da riqueza e da mentira. Para tanto, a comunicação foi dominada pelos plutocratas, excluindo a instrução, a valorização do trabalho, e a corrupção fosse amplamente utilizada pela política, pela economia e para dominar a sociedade.A ganância desmedida das finanças ficou evidente no que se denominou de “crise do petróleo” em 1979; o preço do barril de petróleo chegou a tal valor que não houve quem o comprasse. Também tem início a desindustrialização e o desemprego. Este mundo das farsas, da concentração de renda, da miséria ainda não completou meio século e já está desabando.
Os homens da riqueza financeira se aliam aos homens da guerra com pretexto da catástrofe climática para subordinar todo mundo a novos modelos de colonização, a nova escravidão de povos e de pessoas.
A COP30, que ocorre em novembro na cidade de Belém, capital do Estado do Pará, reúne governantes que, efetivamente, nada mandam, pois o próprio local deste evento é dominado pelas cerca de cem mil Organizações Não Governamentais, as ONGs, ainda que muitas sobrevivam com recursos dos tesouros nacionais.
Tradicionalmente, a História da Humanidade é dividida em cinco eras: a Pré-História há cerca de três milhões de anos concluindo com a invenção da escrita por volta de 4000 a.C.; a Idade Antiga, da invenção da escrita até 476 d.C. com a queda do Império Romano do Ocidente; a Idade Média, 476 d.C. até 1453 d.C. com a queda de Constantinopla; a Idade Moderna, de 1453 até 1789, com a Revolução Francesa, período marcado pelo Renascimento, pela Reforma Protestante e pelas Grandes Navegações; e a Idade Contemporânea, de 1789 aos dias atuais.
O Clima da Terra mudou muito ao longo da História. Na Era mais primitiva ocorreram seis grandes glaciações, o Planeta era verdadeira “bola de neve”, onde não havia vida humana. Esta surge após a última glaciação, denominada Würn, no período Pleistoceno, de 2,6 milhões a 11.700 anos atrás. Mas ao longo deste último período muitos seres surgiram e desapareceram ao redor do mundo, mares e terras também foram criados e desaparecidos, e o homo sapiens aparece na África há aproximadamente 300.000 anos e por ondas migratórias vai povoando o mundo. O homem habitou a Ásia antes da Europa, conforme afirma a ciência, pela questão climática. O frio intenso da última glaciação não oferecia condições de habitar a Europa. O Homo sapiens evoluiu na África, durante uma época de mudanças climáticas dramáticas, há cerca de 300 mil e 200 mil anos atrás, de acordo com a Instituição Smithsonian.
O CLIMA E A ENERGIA
A Terra está em período interglacial, que começou há cerca de 20.000 anos. Das grandes farsas deste período financista da história humana está a questão climática centrada no combate aos combustíveis fósseis, com menos de 300 anos de existência. Vale lembrar que o progresso humano por toda Idade Média e pela Era Moderna se deu pela destruição das florestas, pela energia da queima dos combustíveis vegetais. Foi o domínio do fogo que permitiu nossos ancestrais africanos habitarem a Europa.
Esta farsa climática que ganha indevida mediatização deve-se à perda do controle do petróleo, a mais eficiente e menos onerosa produtora de energia, pelos países com histórico de colonizadores do mundo, principalmente as nações europeias.
As finanças acusam o “efeito estufa” devido à geração de energia pela queima de combustíveis fósseis que liberam grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera. Por que não se indaga a respeito do desenvolvimento tecnológico para produção de derivados do petróleo com menos emissão de carbono, por novos filtros, por outros equipamentos e processos? Por que se destroem gasodutos como os Nord Stream 1 e 2 deixando a Alemanha e outros países europeus enfrentarem a desindustrialização e o desemprego? E quem controla as “Contribuições Nacionalmente Determinadas” (NDCs) senão os controladores financeiros do poder mundial?
No século XVIII ocorreu uma pequena era de gelo na Europa, tornando mais úmido o clima no Brasil, já no século XIX, a urbanização e a industrialização levaram a estabilizar e aquecer o clima europeu após aquele período de frio. Atualmente, a temperatura média da Terra gira em torno de 15ºC. Durante o início do Eoceno, a temperatura estava próxima de 21ºC e o mundo era um lugar diferente. Os fatores climáticos são influenciados principalmente pelas órbitas do Sol e pelas aproximações e afastamentos dos Planetas, especialmente da Terra.
Enquanto a industrialização dominou o poder no mundo, observou-se além do desenvolvimento tecnológico e o aumento da instrução, a criação de empregos e evolução dos salários, a ampliação do consumo e redução da miséria, pela simples necessidade da industrialização exigir compradores, consumidores para lucrar e se expandir.
Neste primeiro quartel do século XXI o mundo está mais pobre. O jornal Monitor Mercantil na terça-feira, 11/11/2025, publica reportagem com título “Mais da metade dos autônomos e empreendedores querem CLT”, com dados da pesquisa Vox Populi, realizada entre maio e junho deste ano, por todo Brasil, encomendada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais Centrais Sindicais. 49,1% dos entrevistados desejam carteira assinada, 53,4% ainda se iludem com a propaganda neoliberal.
Faz-nos lembrar do presidente francês Charles de Gaulle, em 23/4/1960, dizendo: “Em nossos tempos não pode haver uma verdadeira paz sem desenvolvimento. Nos países em desenvolvimento vivem dois bilhões de pessoas. Creio que a grande tarefa do mundo – acima e além de todas as teorias, doutrinas e governos – é ajudá-las a saírem da miséria”.
O que vêm fazendo os “empregos verdes” no Brasil? Responde o Monitor Mercantil na mesma página do artigo anteriormente citado. O Estudo “Empregos Verdes 2025” evidencia um quadro de precarização. “A taxa de informalidade entre os trabalhadores de ocupações e setores verdes é de 73,7%, quase o dobro da média nacional (38%). Mesmo nos empregos formalizados, 48,9% não possuem vínculo regular", quase a metade. E na matéria “Empregos “verdes” no Brasil: precarização e informalidade”, o Monitor Mercantil transcreve as palavras da Secretária do Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim: “Para nós, emprego só pode ser “verde” se cumprir a agenda do trabalho decente... e criar uma política robusta de valorização do salário mínimo”.
No mesmo dia 11/11/2025, o jornal O Globo publica texto de Fernando Gabeira, que já foi do Partido Verde, onde se lê: “como simples observador, constato que a taxação dos mais ricos é uma aspiração internacional. Mas o uso desse dinheiro hipotético não é consensual. Em Nova York, manifestantes querem taxar os ricos para financiar o programa de Zohran Mamdani: congelar aluguéis, transporte grátis e creche para todos. O Brasil lançou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre. É uma ideia que já existia e previa não só proteger a Floresta Amazônica, mas também as do Congo e da Indonésia. É uma grande iniciativa, e todos torcemos para que vá adiante. Grandes iniciativas recebem muito apoio, mas nem sempre o dinheiro que merecem”.
ESTADO COLONIAL OU NAÇÃO SOBERANA?
José Walter Bautista Vidal publicou em 1987 seu livro “De Estado Servil A Nação Soberana”, atendendo ao senador Teotônio Vilela, desejoso de construir uma proposta de Projeto Nacional. Trinta anos depois, Jessé Souza escreve “O Engodo do Combate À Corrupção” onde registra: “quem rouba da verdade e centena de vezes mais, sem exagero retórico, é o mercado e seus donos. O Estado e a política são meros “paus mandados” dos donos do mercado, como todos puderam ver e ouvir no episódio das malas com Aécio e Temer. Mas esse roubo é tornado invisível por uma sociedade imbecilizada por ideias que dizem que tudo que vem do mercado é virtude, como empreendedorismo, honestidade e trabalho duro; e tudo que vem do Estado, desde que se queira usar uma pequena parte dos recursos para a imensa maioria despossuída, é corrupção. Simples assim. É assim que os donos do mundo imbecilizam e moralizam a opressão que exercem”. “O crime sem perdão é diminuir a distância social entre pobres e ricos”.
E para manter o modelo colonial, que no Brasil, nos 442 anos de existência de um Estado ainda perdura, com os pequenos intervalos dos governos de Getúlio Vargas, Costa e Silva, Emílio Médici e Ernesto Geisel, todos qualificados como ditadores, senão torturadores e assassinos. Enquanto Fernando Henrique Cardoso, com seu liberalismo vira-lata, em oito anos de governo, não somente roubou e destruiu o Estado Nacional Brasileiro, como levou à miséria e morte pelo desemprego e miseráveis empregos parcelas imensas da população do Brasil. O doutor e professor FHC na área educacional assemelha-se ao capitão JMB, nenhuma escola foi criada, para qualquer série e nível de ensino público.
A COP30 fortalece o Estado Servil, na expressão de Bautista Vidal, ou o Estado Colonial brasileiro. Uma sociedade do espetáculo, da democracia eletrônica, onde o anti-estatismo faz da marginalidade um poder, com disputas de poder onde só penaliza a pobreza pois os donos do tráfico não moram nas favelas, nos bairros pobres, e se residem no Brasil é onde estão os banqueiros, os ricos nacionais e estrangeiros.
*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado, membro do Conselho Editorial do Pátria Latina.
.jpeg)
