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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Hospital de Base e o servidor: um caso de amor que Rollemberg não vai acabar

Quinta, 23 de novembro de 2017

Hospital de Base e o servidor: um caso de amor que Rollemberg não vai acabar

23/11/2017 / Por SindSaúde DF // Imagens: Peter Neylon
 
De vários pontos de Brasília é possível enxergar sua estrutura retangular e simbólica para a história da saúde do Distrito Federal. De fora, conseguimos ver cada tijolo e cimento sustentando sua estrutura, mas somente por dentro podemos ver que é de coração, sangue e anos de trabalho à fio que o hospital existe. E resiste.


O Hospital de Base é mais que um hospital. Está, de certa forma, paginada em algum capítulo da vida de quem vive na capital federal. Dentro dele transita, dia e noite, o seu principal sustento: o servidor.

Seria até clichê dizer que entre o servidor e o Hospital de Base existe um “caso de amor”. Ok, que seja clichê, então. Mas é esse clichê que faz o servidor, às vezes sem qualquer condição mínima, se valendo de um último suspiro de força física, manter a vida do próximo que acabou de chegar acidentado, sabe lá de onde.

Foi esse amor que fez 81% dos servidores do Hospital de Base optarem por permanecer lá, quando tresloucadamente, o governador Rodrigo Rollemberg e seu secretário, Humberto Fonseca, decidiram institucionalizar o Base.

Aos servidores, o governo deu a opção de escolher se mudar para outras unidades. Ele só não contava com o “caso de amor” entre essa categoria de combatentes e o Hospital de Base. Ficam os servidores, fica uma história. E acima disso, fica a relação entre o servidor e o paciente.

São inúmeras histórias. Vigilantes, servidores de limpeza, técnicos, enfermeiros, médicos, que conhecem o paciente pelo nome. Aliás, mais do que isso. Conhecem a vida do paciente. Foi por essa razão que o SindSaúde fez, e continuará a frente, da campanha do “Eu Fico”, por acreditar na história e no futuro do Hospital de Base.

Sobre os pedidos para a transferência, é bom frisar, que o principal fator para isso foi o terrorismo feito pelo secretário Humberto e o governador Rollemberg aos servidores. Mesmo assim, o SindSaúde acha um número de 735 pouco, num universo de 3,7 mil servidores.

É por acreditar na história e no futuro do Hospital de Base, construído com suor e sangue, que estaremos na luta para preservar o HBDF para o uso da população, sem discriminação ou exclusão.

Enquanto a categoria briga pela população, nossos poderes brigam entre si. O ringue da vez é no Tribunal de Contas, onde as promotorias de Saúde (1ª e 2ª) provocaram a Corte, acerca dos atos administrativos da gestão que institucionaliza o HBDF. De um lado, Jairo Bisol defendendo esse novo modelo e do outro, Marisa Isar, defendendo o Hospital de Base como 100% público.

Maria Isar ajuizou inúmeras ações com questionamentos. Bisol, por sua vez, entrou com pedido de conflito de atribuições na Câmara de Coordenação e Revisão do MPDFT, setor responsável por mediar contendas dentro na instituição. A decisão do órgão foi favorável a Bisol, que recebeu carta branca para fiscalizar o caso sozinho.

Por mais que o desgovernador Rollemberg queira entregar o nosso HBDF para seus “padrinhos”, o SindSaúde vai batalhar para que nossa referência em hospital seja totalmente público e de qualidade como tem sido desde seu nascimento.