Domingo, 25 de março de 2018
Ato organizado por mães que perderam filhos pela violência do Estado foi motivado por informação de que projéteis da execução do Rio são do mesmo lote usado na chacina de Osasco
Da Ponte
Direitos Humanos, Justiça, Segurança Pública
Fotos:
“O mesmo lote de bala foi usado nos nossos mortos. A gente está fazendo uma singela homenagem pra ela, para o Anderson. A família dela está sofrendo a mesma dor nossa. Estão tão longe e tão perto. Foi como reviver tudo aquilo”, afirma Zilda Maria de Paula, mãe de Fernando Luis, um dos mortos na chacina de Osasco, a maior de São Paulo, ocorrida em agosto de 2015. “Parece uma febre amarela que foi espalhando. Se não cortar agora… já nem sei se é tarde”, critica.
Grupos de mães de Osasco, Barueri e da zona leste de São Paulo se reuniram no vão livre do Masp, neste sábado (24/3), em memória dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no dia 14/3, no Rio de Janeiro. São mulheres que perderam filhos e filhas vítimas da violência policial.

O ato foi motivado pela divulgação de que as balas que mataram Marielle e Anderson eram do lote UZZ-18, o mesmo de onde vieram os projéteis usados na chacina de Osasco, ocorrida em 13 de agosto de 2015, quando 17 pessoas foram executadas. Nos dias anteriores, outras seis pessoas tinham sido mortas em Carapicuíba, Itapevi e Barueri, na mesma região. Em 12 de fevereiro do mesmo ano, quatro pessoas foram assassinadas no Jardim Helena, na Zona Leste da capital. “Quantos morreram, quantos ainda morrerão? A responsabilidade, minha que não é”, critica Zilda.
Confira outras imagens do protesto:


