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(Millôr Fernandes)

domingo, 1 de maio de 2022

‘Passaporte da vacina’: 77% defendem nas escolas

Domingo, 1º de maio de 2022



Mesmo sem obrigatoriedade, pelo menos 70% continuam a usar máscaras em supermercados e ônibus.

29 De Abril De 2022


Mesmo com a redução dos casos de Covid-19, o brasileiro defende o “passaporte da vacina” no retorno às aulas presenciais. Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto FSB Pesquisa, 77% da população é a favor de escolas e faculdades exigirem dos alunos o comprovante de vacinação. O comportamento cauteloso também é observado na adoção das máscaras: independentemente da obrigatoriedade, pelo menos 70% dos entrevistados disseram que continuariam a frequentar supermercados e a viajar de avião ou ônibus com o item de proteção.

“A população reconhece que a vacinação foi um fator determinante para o enfrentamento da crise sanitária e o Brasil é um dos países que se destaca pelo alto índice de cobertura vacinal. Estamos em um cenário de menor gravidade da pandemia, propício ao retorno das atividades econômicas a um ritmo próximo da normalidade, com retomada do emprego. Manter os cuidados é importante para que evitemos uma nova onda, por todos seus impactos na sociedade”, destaca o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade. É a sexta edição da pesquisa realizada pela CNI em parceria com o Instituto FSB Pesquisa sobre o comportamento da população na pandemia. Entre 1º e 5 de abril, foram entrevistadas 2.015 pessoas com 16 anos ou mais em todos as UFs.

O apoio à exigência do comprovante de vacinação no retorno às aulas presenciais é acompanhado de um percentual alto da população que também é favorável a vacinação infantil (79%). E o índice permanece o mesmo entre quem tem filhos ou não. Entre os pais de crianças entre cinco e 17 anos, 70% já vacinaram todos os seus filhos contra 18% que ainda não vacinaram nenhum deles. A maioria da população (61%) também defende a adoção do “passaporte de vacina” em outros estabelecimentos, além de escolas e faculdades. E os próprios estabelecimentos aderiram mais à medida: 27% da população teve de apresentar o comprovante de vacinação para entrar em algum lugar nos últimos três meses. Esse índice foi de 18% em novembro de 2021.

“Esse resultado reflete a confiança da população na vacina. As pessoas se sentem mais seguras em relação à Covid-19 quando estão próximas de quem já se vacinou”, pontua o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

No Brasil, houve uma maciça adesão à vacinação (95% da população acima de 16 anos disse que já tomou pelo menos uma dose) e a maioria (82%) pretende tomar a dose de reforço e completar o esquema vacinal. Ainda assim, de acordo com a pesquisa, para 33% da população o medo de conviver com pessoas não vacinadas é grande ou muito grande.

Quando questionado sobre o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras, o brasileiro parece ainda não estar preparado para deixar o item de proteção em casa. A maioria dos entrevistados afirmou que manteria o uso de máscaras em supermercados (73%), viagens de ônibus ou avião (70%), no comércio de rua (64%), nos shoppings (61%) e no trabalho (59%). O índice cai, mas fica acima de 40%, em atividades como cinemas, bares, restaurantes, shows e academias.

Mas muitos deixaram de usar máscaras em ambientes abertos ou até mesmo abandonaram o hábito. Nos últimos seis meses, o número de pessoas que usam máscaras em lugares abertos e fechados caiu quase pela metade – passou de 55% em novembro de 2021 para 29% em abril deste ano – enquanto aumentou os adeptos apenas em lugares fechados (de 40% para 53%). Já 17% disseram que não estão usando mais máscaras contra 4% em novembro de 2021.

Além do impacto no dia a dia diante das restrições de convívio social, os dados mostram como a pandemia esteve muito próxima. Do total de entrevistados, 61% conhecem alguém que morreu de Covid-19 e 35% afirmaram que já tiveram a doença, sendo que 5% foram contaminados nos últimos três meses. Apesar disso, o brasileiro reconhece a melhoria dos índices de Covid-19. O número de pessoas que avaliam a crise sanitária como grave ou muito grave passou de 89% em abril de 2021, quando os casos e óbitos estavam em alta, para 40% em abril deste ano.

Já nos EUA, o principal conselheiro médico da Casa Branca, Anthony Fauci, disse que seu país está saindo da “fase pandêmica” e entraram na “fase de controle”.

Fauci disse ao The Washington Post na quarta-feira que o país entrou no estágio de controle, já que a pandemia está causando níveis muito mais baixos de hospitalizações e mortes do que durante o surto de inverno da variante Ômicron.

Mas mais tarde ele esclareceu à Rádio Pública Nacional da América (NPR, na sigla em inglês) que acha que o país passou do “componente agudo da fase de pandemia”.

“Estamos agora em transição – ainda não lá, mas em transição – para uma endemicidade, em que o nível de infecção é baixo o suficiente para que as pessoas comecem a aprender a viver com o vírus, ainda se protegendo pela vacinação, pela disponibilidade de antivirais, por meio de testes”, disse Fauci.

Ele disse que entrar em uma nova fase não significa que toda a pandemia acabou.

“O mundo ainda está em uma pandemia. Não há dúvida sobre isso. Ninguém entenda mal isso. Ainda estamos passando por uma pandemia”, disse Fauci.



Com informações da Agência Xinhua