Terça, 6 de julho de 2021
Sob Bolsonaro, modelo de fiscalização que freou devastação da floresta foi substituído pela "força bruta" dos militares
No governo de Jair Bolsonaro (sem partido), as Forças Armadas ganharam protagonismo inédito na política de combate ao desmatamento na Floresta Amazônica.
Desde 2019, foram realizadas duas operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ambientais, chamadas Verde Brasil 1 e 2. A última, que durou quase um ano, terminou em abril, mas a presença militar foi prorrogada em localidades mais devastadas até, pelo menos, 31 de agosto.
Os dados demonstram que a estratégia fracassou, mas o governo federal tem persistido no erro. Nas palavras do ambientalista Marcio Astrini, o esforço militar não passa de uma “cortina de fumaça”. “O exército está sendo usado em prol do Bolsonaro e não em prol da floresta. Ele usa as Forças Armadas para dar uma resposta que não tem efetividade, mas serve para compor a narrativa de que ele está agindo contra o desmatamento”.
Em 2019, a devastação na Amazônia teve o maior aumento proporcional do século: 34%. Em 2020, a área desmatada superou os 10 mil km2, maior número desde 2008. Em dois anos de governo Bolsonaro, a floresta perdeu 21 mil km2, o equivalente a todo o estado de Sergipe. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).