Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Coração de Brasília —Privatização da Rodoviária do Plano Piloto pode prejudicar valor social do espaço, dizem especialistas

Segunda, 21 de outubro de 2024

Rodoviária foi concedida à iniciativa privada por meio de contrato assinado entre o GDF e Consórcio Catedral

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
 
Contrato foi assinado nesta terça-feira (15) e propõe trazer eficiência na gestão e mais serviço à comunidade, segundo GDF - Foto: Valmir Araújo - Brasil de Fato DF

A Rodoviária do Plano Piloto foi concedida à iniciativa privada por meio de um contrato assinado entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Consórcio Catedral, que prevê a gestão do espaço pelos próximos 20 anos. Especialista e movimentos sociais destacam que privatização pode afetar a vida da população, uma vez que a Rodoviária é um espaço democrático e o "coração de Brasília".

Luiz Eduardo Sarmento, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-DF), afirma que uma privatização como essa pode trazer diversos impactos, como prejudicar o espaço mais popular, democrático, e vivo do centro da metrópole da capital do país.

“A rodoviária é o coração do Plano Piloto e tem sido, historicamente, desde a inauguração de Brasília, o espaço mais diverso e mais vivo daqui. É um local em que a população que não consegue viver ou ter um comércio no Plano Piloto, consegue usufruir e estabelecer relações sociais no coração da cidade”.

Ele aponta que, há muitos anos, já se sabe da necessidade de cuidados na Rodoviária, mas a estratégia de privatizar é de "simplesmente abandonar o espaço". "A privatização pode impactar profundamente a vida dessa população, pois, uma vez privatizado, o espaço passa a ser regido por interesses comerciais, e não mais por outros valores, como o social ou o histórico do imóvel. O que prevalece é o lucro que o metro quadrado pode gerar para o concessionário", ressalta o especialista.

:: Tá ruim de ônibus? Vai piorar! Privatização da rodoviária não é a solução ::

O contrato foi assinado no dia 15 de outubro e propõe trazer eficiência na gestão e mais serviço à comunidade, segundo GDF. Agora, o Consórcio Catedral tem um período de 90 dias para a implementação do serviço. Segundo informações, as obras e melhorias começarão assim que os projetos forem aprovados.

Para Pedro Burity, membro do Movimento Passe Livre, com a privatização, a Rodoviária vai se tornar, cada vez mais comercial. Ele destaca que, atualmente, já acontecem diversas concessões, mas cada vez o espaço vai ficando mais “morto”. “Tradicionalmente, a Rodoviária do Plano Piloto é um lugar vivo, com muito história, é um ponto de encontro entre as pessoas. Muita coisa acontece lá”, diz Pedro.

Ônibus: empresa do clã Constantino quer as rotas da antiga Itapemirim

Sergunda, 21 de outubro de 2024

O grupo Comporte oferece uma renda de arrendamento de R$ 1 milhão por mês, mas justiça manteve arrendamento atual à outra empresa, pelo menos até fevereiro de 2025.

Por Chico Sant’Anna, com informações do portal Diário do Transporte

Nos anos 70, viajar de ônibus de Brasília para Belo Horizonte, Rio de Janeiro e alguns destinos do Nordeste era sinônimo de que iria embarcar num ônibus amarelinho. Nas estradas para esses destinos era a Viação Itapemirim que dominava as rodovias. Já para São Paulo, o embarque era pela Real Expresso e a Rápido Federal, ambas do grupo Constantino, hoje dono da Gol e da Pioneira, aqui em Brasília. Décadas depois, o grupo Comporte, do clã Constantino, – o maior do país, com a maior frota de ônibus do Brasil – tenta dominar as linhas da rival, que entrou em Recuperação Judicial, em 2106. Atualmente, linhas da antiga empresa de Cachoeiro do Itapemirim (ES) estão sendo operadas de forma terceirizada pelo grupo Suzantur, de Santo André, São Paulo, mas a pressão da Comporte tem sido forte.

Leia a íntegra

SHOW NESTA QUARTA-FEIRA, 23 DE OUTUBRO, COM BANDA FORMADA SÓ POR MULHERES. ALÉM DA MÚSICA DE EXCELÊNCIA, TRAZ INFORMAÇÕES PREVENTIVAS CONTRA O CÂNCER DE MAMA

 Segunda, 21 de outubro de 2024



MARIAS ROSA CHOQUE : um show musical diferenciado, diverso e animado que reverencia o universo feminino


Duas importantes produtoras da cena cultural de Brasília — Somma Produções e Tita Lyra — dão o pontapé inicial em uma parceria com shows conjuntos valorizando o papel da mulher na música ao tempo que contribuem para a causa social auxiliando a preservação da saúde.


A banda MARIAS ROSA CHOQUE estreia na casa Mundo Vivo nesta quarta-feira, dia 23 de outubro com um show  diferenciado e imperdível para os consumidores do melhor da música. O grupo musical é formado exclusivamente por mulheres e promete  espetáculos de alta qualidade.


A guitarrista, violonista e vocalista Dara Alencarassume estes instrumentos de cordas dedilhadas também dando tom com sua voz de rara beleza. Na bateria, quem comanda as baquetas é a multi instrumentista Thaise Mandalla, que também empresta a voz em algumas faixas. Malu Ribeiro domina o baixo elétrico de forma ímpar enquanto Camila Gouveia nos traz os teclados com maestria. Nos vocais, nada mais nada menos que  Isabela Bianor, Leana e Maboh com a participação especial de Márcia Alves.

O repertório foi cuidadosamente garimpado com canções icônicas em homenagem ao universo feminino. As vocalistas — todas de primeiríssimo time — entoam canções que vão desde Chiquinha Gonzaga à Linn da Quebrada, passando por temas compostos ou imortalizados por Marisa Monte, Gal Costa, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Ana Carolina e tantas outras vozes de variadas gerações da vasta música brasileira, destacando a força da interpretação feminina.

E não é só isso: o show tem um objetivo nobre — despertar a atenção das mulheres para importância de se submeterem a exames de diagnóstico do câncer de mama. Em apoio ao movimento internacional Outubro Rosa, produção e artistas falam a mesma língua quanto a contribuir com informações úteis visando a conscientização feminina sobre práticas que possam levar à descoberta precoce da doença.

domingo, 20 de outubro de 2024

STF condena primeiros denunciados por atos de 8/1/2023 que rejeitaram acordo para encerrar ação penal

Domingo, 20 de outubro de 2024
Foto: Andressa Anholete/STF

Prevaleceu o voto do relator das ações penais, ministro Alexandre de Moraes.

Do STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou mais 15 pessoas que participaram dos atos antidemocráticos de 8/1. São os primeiros réus que, mesmo tendo cometido crimes de menor gravidade, rejeitaram o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) proposto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para evitar a continuidade da ação penal. A decisão do Plenário foi tomada na sessão virtual encerrada nesta sexta-feira (18).

Os envolvidos deixam de ser réus primários quando se encerrar a possibilidade de recursos e a decisão se tornar definitiva (trânsito em julgado).

Mapa para livrar o Brasil do Agronegócio

Domingo, 20 de outubro de 2024


Em contraponto ao modelo agrícola hegemônico, Agroecologia ganha corpo e repercussão. Um primeiro esforço de mapeá-la mostra: há imenso potencial, e interesse do governo. Mas faltam políticas públicas capazes de puxar uma virada

Foto: Agroviver/Reprodução
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MAIS
Na próxima quarta-feria (16/10), celebra-se o Dia Mundial da Agricultura e Soberania Alimentar. Outras Palavras publicará, ao longo da semana, textos que propõem, como alternativa à captura da terra pelos rentistas, um novo modelo agrícola, baseado na redistribuição da propriedade fundiária, na produção de alimentos e em tecnologias que dispensem o envenenamento da comida.

O Brasil enfrenta uma das mais severas secas de sua história. No final de setembro de 2024, 58% do território nacional estava em situação de seca, e dentro dessa área, uma parcela significativa sofre com uma escassez hídrica severa. Esta é considerada a maior seca em 73 anos no Pantanal, e a mais grave em 40 anos na Amazônia. Além de prejudicar a biodiversidade, a crise hídrica afeta drasticamente o equilíbrio dos ecossistemas e amplia o risco de incêndios florestais, agravando ainda mais a vulnerabilidade ambiental do país.

Os impactos cada vez mais intensos e devastadores de eventos climáticos extremos, têm evidenciado a urgência de práticas que não só aumentem a resiliência dos ecossistemas, mas que também promovam uma adaptação a longo prazo, tanto ambiental quanto social, nas regiões afetadas. Nesse cenário, fica cada vez mais evidente a conexão entre as práticas do agronegócio e a intensificação dos eventos climáticos extremos, especialmente considerando os impactos deste setor sobre o desmatamento, as alterações no uso do solo para a expansão da fronteira agrícola, o emprego de hidrocarbonetos na síntese de fertilizantes, e a contaminação ambiental gerada pela aplicação indiscriminada de agrotóxicos e pelo acúmulo de resíduos derivados desses processos.

A expansão agrícola intensiva, especialmente nas áreas de monocultura de soja e milho, está ligada ao desmatamento, à degradação dos solos e à redução da vegetação nativa, que são barreiras naturais contra enchentes, intensificando a vulnerabilidade do território a chuvas intensas, levando ao escoamento excessivo de água e ao aumento das inundações.

As queimadas de florestas e áreas de pastagem, além de serem crimes ambientais, são alimentadas por longas estiagens. Em setembro de 2024, o Brasil registrou 7.322 focos de incêndio, representando 71,9% das queimadas na América do Sul. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que, ao longo do ano, o país contabilizou mais de 80 mil focos de queimadas, um aumento de 30% em relação à média histórica.

A expansão das fronteiras agrícolas, que destrói biomas como a Amazônia, Cerrado e Pantanal, é um dos principais fatores que agravam a crise. A falta de controle ambiental e práticas criminosas de alguns setores do agronegócio intensificam a devastação, e se beneficiam da devastação de terras para a criação de pastagens e cultivo de monoculturas. As queimadas, agora mais frequentes e intensas, têm provocado crises ambientais e de saúde pública, com impactos diretos no regime de chuvas.

Lula cancela ida ao Brics na Rússia após sofrer acidente doméstico

Domingo, 20 de outubro de 2024

Equipe médica recomendou que presidente evite viagem longa

Agência Brasil

Publicado em 20/10/2024
São Paulo
Brasília (DF), 28/08/2024 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de cerimônia de comemoração dos 25 anos do Ministério da Defesa. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


© Marcelo Camargo/Agência Brasil

Foto Marcelo Camargo / Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou sua ida à Kazan, na Rússia, para participar da 16ª Cúpula de líderes do Brics. O presidente sofreu uma queda nesse sábado (19) em que bateu a cabeça, levando cinco pontos. A avaliação da equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, de Brasília, que atendeu o presidente recomendou, por precaução, evitar viagens de longa distância.

Conforme o boletim médico do hospital, o acidente não foi grave e o presidente “pode exercer suas demais atividades”. Lula sofreu um “ferimento corto-contuso em região occipital”.

Aos cuidados dos médicos Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio, o presidente foi orientado “a evitar viagens aéreas de longa distância, podendo exercer suas demais atividades”. O presidente segue sob acompanhamento da equipe médica.

O embarque para a Rússia seria hoje (20), às 17h. Sua participação será agora feita por videoconferência, informou a Presidência da República.

Brics

Será o primeiro encontro com os novos países-membros do bloco desde a admissão da Arábia Saudita, Egito, Irã, Etiópia e Emirados Árabes. A cúpula vai de 22 a 24 de outubro.

Apesar de não ter uma pauta específica, o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, disse que o tema principal do encontro deve ser a criação de um modelo de adesão aos Brics por parte dos chamados “países parceiros”. Uma categoria de participação sem as mesmas prerrogativas dos países-membros, com direitos plenos.

“É nisso que é consumido o nosso trabalho neste semestre, quais são os critérios para essa modalidade, e há uma expectativa de que, aprovada essa modalidade, possa ser feito um anúncio dos países que seriam convidados para integrar essa categoria", disse Saboia.

Entre os outros temas que deverão ser abordados no encontro estão a crise do Oriente Médio, operação política e financeira dentro do bloco, além da análise dos relatórios do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) - comandado pela ex-presidente Dilma Rousseff -, do Conselho Empresarial do Brics e da Aliança Empresarial das Mulheres.

O governo russo informou que 32 países confirmaram presença no evento, com a presença de 24 líderes de Estado. Dos dez países-membros do bloco, oito contarão com seus representantes máximos, com a exceção agora do presidente do Brasil e da Arábia Saudita, que enviará seu ministro de Relações Exteriores.

No encontro, deve ser anunciada também uma declaração cujo teor é o fortalecimento do multilateralismo para um “desenvolvimento global justo e seguro”.

A partir do próximo ano, o Brasil assumirá a presidência do Brics, que tem comando rotativo pro tempore com mandatos de um ano.

Novo herói da pátria, André Rebouças deixou legado antirracista

Domingo, 20 de outubro de 2024

Engenheiro negro foi um nome importante do abolicionismo brasileiro

Rafael Cardoso - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 19/10/2024 pela Agência Brasil — Brasília
© Fernando Frazão/Agência Brasil

Quando se pensa em engenharia, uma obra de qualidade é aquela estruturalmente forte e estável, capaz de resistir aos efeitos do tempo. Esse critério bastaria para qualificar o engenheiro negro André Rebouças (1838-1898) como um dos nomes mais importantes do país.
Busto dos irmãos André e Antônio Rebouças, na Praça José Mariano Filho, na Lagoa, esculpido por Edgar Duvivier. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Mas a obra dele vai além de pontes, docas, estradas de ferro e sistemas hídricos. Ele se destacou como um intelectual crítico, abolicionista, que viajou pelo mundo colhendo experiências em sociedades segregadas e projetou um Brasil onde todos pudessem ser iguais, sem distinções raciais.

O currículo credenciou André Rebouças a ser reconhecido oficialmente nesta semana como um "herói da pátria", o que lhe garantirá um espaço no livro que reúne as principais personalidades do país.

Historiadores ouvidos pela reportagem da Agência Brasil celebraram a inclusão de Rebouças no documento. Em primeiro lugar, por entenderem que o engenheiro precisa ser mais conhecido no Brasil. Em segundo, por um resgate e revisão de sua memória, alvo de críticas por ter apoiado Dom Pedro II.

“Embora seja um reconhecimento tardio, essa inclusão no livro de heróis vem corrigir a imagem de André Rebouças como um monarquista que desistiu do país e fez um autoexílio, ao sair junto com a família imperial no fim do Segundo Reinado. Ele sai por entender que a República nasce de um movimento revanchista, de uma elite escravocrata, que não aceitou o fim da escravidão sem indenização no Brasil. E a gente teve desdobramentos muito ruins para a projeção dessa figura histórica. Tenho certeza que ajuda, em parte a corrigir isso. Existe ainda todo um trabalho a ser feito de recuperação dessa memória”, avalia Antonio Carlos Higino da Silva, historiador e autor dos livros André Rebouças no Divã de Frantz Fanon.

sábado, 19 de outubro de 2024

Festival Dragon Boat de volta às águas do Paranoá

Sábado, 19 de outubro de 2024

Quinze equipes de mulheres sobreviventes do câncer de mama, que representam o Brasil, Chile, Argentina, Colômbia e Canadá participarão aqui em Brasília do Festival internacional de canoagem modalidade Dragon Boat.

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Por Márcia Turcato. Fotos de Roberto Peixoto

Brasília mais uma vez será sede do Festival Dragon Boat para Mulheres Sobreviventes do Câncer de Mama, de 24 a 27 de outubro, das 08h às 22h, no clube Ascade. Este é um movimento internacional de mulheres, conhecido como Remadoras Rosa, que praticam a canoagem, a troca de experiências de vida e o acolhimento. Além das provas de canoagem, o Festival terá diversas atividades, como palestras, práticas de bem-estar e passeios. A primeira edição do Festival foi em outubro de 2022.

O Festival Dragon Boat terá a participação de 350 mulheres remadoras. Ao todo, são 15 equipes inscritas que representam o Brasil, Chile, Argentina, Colômbia e Canadá. Com os técnicos e pessoal de apoio, o evento envolverá mais de 1.300 pessoas. A primeira equipe de mulheres sobreviventes do câncer de mama, formada no mundo, também estará no Festival, é a Abreast In A Boat, do Canadá, que em tradução livre significa “lado a lado em um barco”. Em 2025, a equipe pioneira do Canadá vai celebrar 30 anos de atividades.

LANÇAMENTO DE DISCO —Helô Uehara lança seu primeiro álbum: “Iaô de Oxum é a realização de um sonho”

Sábado, 19 de outubro de 2024

EP [Extended Play] reúne sete faixas autorais que passeiam por ritmos como samba de terreiro, maracatu, coco, rumba e sons afroindígenas

Redação BdF - PB
João Pessoa - PB | 19 de outubro de 2024

Reprodução - Foto: Thayse Gomes

“Ela encanta as estrelas por amor a Oxalá / Sob o manto de Ayacô vive a espera de Oxalá / Abre portal transcende, suspende / Até Oxalamin revelar/ Águas suspensas cheias de encanto, pureza e leveza, Iyá Iyá" - trecho de 'Iaô de Oxum / Citação: Oriki Oxum'

Paraibana de alma e coração, a cantautora Helô Uehara lançou no último dia 12 de outubro seu primeiro álbum, intitulado Iaô de Oxum, nas plataformas de streaming. O EP reúne sete faixas autorais que passeiam por ritmos como samba de terreiro, maracatu, coco, rumba e a musicalidade afro-indígena, trazendo uma profunda conexão com a ancestralidade e o sagrado.


Reprodução / Foto: Thayse Gomes

Para Helô, o álbum é renascimento e a realização de um sonho que reflete sua jornada de autoconhecimento como mulher e Iyalorixá Omolokô. “Este álbum é uma grande conquista, ele vem de um lugar de autoconhecimento e das minhas vivências enquanto mulher do Axé. Um pouco do meu sagrado está presente em cada canção”, afirma a artista.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Como os Brics podem desafiar o dólar

Sexta, 18 de outubro de 2024

Sistema monetário comandado pelos EUA tornou-se obsoleto e disfuncional; além de injusto, é claro. Mas substituí-lo exige determinação e criatividade políticas. Quais os obstáculos. Como superá-los. Por que a transição é imprescindível


OUTRASPalavras                                   Eurocentrismo em Xeque
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Publicado 18/10/2024 às 18:00 - Atualizado 18/10/2024 às 18:19

Os BRICS vêm discutindo há algum tempo a possibilidade de construir arranjos alternativos ao dólar norte-americano e ao sistema de pagamentos ocidentais. A atual ordem — mais correto seria dizer desordem — monetária e financeira internacional, dominada pelos Estados Unidos e seus aliados, se mostra crescentemente disfuncional e insegura. O sistema foi transformado em arma geopolítica para aplicação de sanções, punições e confiscos.

Nas últimas semanas, estive em Moscou e participei de três debates sobre essa temática, em eventos precursores da cúpula dos líderes dos BRICS, que ocorrerá em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro. Tento fazer aqui um resumo das conclusões a que cheguei.

O desafio para os BRICS é, antes de tudo, político. Os americanos sempre foram apegados ao que De Gaulle, nos anos 1960, chamava de “privilégio exorbitante” dos Estados Unidos – entendido, em resumo, como a capacidade de pagar suas contas e dívidas simplesmente emitindo moeda. Os EUA não hesitam em acionar os aliados e clientes que possuem em outros países para minar iniciativas desse tipo.

China, Rússia e Irã não são provavelmente muito vulneráveis a esse tipo de pressão. Mas o mesmo não pode ser dito de outros países dos BRICS. Até Beijing pode hesitar em comprar essa briga com Washington.

O desafio também é técnico. Construir um sistema monetário e financeiro alternativo requer trabalho árduo e especializado, bem como negociações prolongadas e difíceis. Somos capazes de realizar isso? Acredito que sim. Mas será que fizemos progresso desde que o assunto ganhou as manchetes? Algum progresso foi feito, mas menos do que se poderia esperar.

Sob a presidência russa dos BRICS, em 2024, houve tentativas parcialmente bem-sucedidas de avançar. Por exemplo, foi criado um grupo de especialistas independentes, do qual faço parte, que discutiu a reforma do sistema monetário internacional e a possibilidade de uma moeda dos BRICS. O conhecido economista americano Jeffrey Sachs é parte desse grupo. Mais importante do que isso: a Rússia preparou uma proposta detalhada para um sistema alternativo de pagamentos transfronteiriços baseado em moedas nacionais — um passo importante na direção de um novo arranjo monetário e financeiro internacional.

Até agora, no entanto, poucos avanços foram feitos no que diz respeito à questão mais fundamental, que seria criação de uma nova moeda como alternativa ao dólar. E mesmo a discussão da proposta russa de um novo sistema de pagamentos ainda é incipiente. O Brasil exercerá a próxima presidência dos BRICS em 2025 e terá a oportunidade de coordenar a discussão, aprofundar a proposta da Rússia e preparar novos passos.

Limites às transações em moedas nacionais e sistemas de pagamento alternativos

O sistema de pagamentos SWIFT, controlado pelos EUA e aliados, é usado sistematicamente como instrumento para punir e ameaçar países e entidades vistas como hostis ou pouco amigáveis. Bancos desses países são sumariamente excluídos do sistema, como aconteceu com a Rússia. Mesmo outros países podem sofrer sanções secundárias, quando procuram transacionar com países ou entidades sancionadas. Por isso, o progresso feito durante a presidência russa na elaboração de alternativas ao SWIFT é, sem dúvida, uma iniciativa muito bem-vinda, que avança na direção de nos livrar da dependência excessiva das moedas e dos sistemas de pagamento ocidentais. Também vêm avançando as transações bilaterais em moedas nacionais entre os BRICS e entre os BRICS e outros países. Crescem, além disso, os swaps bilaterais em moedas nacionais entre bancos centrais, primordialmente com o banco central da China.

COMIDA PARA TODOS —"DF tem tudo para ser capital da alimentação agroecológica, mas falta vontade política", afirma membro do Consea-DF

Sexta, 19 de outubro de 2024

128 mil pessoas vivem em insegurança alimentar grave no DF, segundo pesquisa do IBGE

"A gente quer acabar com a fome, mas não com alimentos vazios e ultraprocessados. Tem que ser um alimento de verdade", afirma Barbosa - Foto: Periferia Viva

Bianca Feifel
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 18 de outubro de 2024

Apesar de ter um índice de segurança alimentar acima da média nacional e forte produção agrícola, o Distrito Federal ainda abriga 128 mil pessoas com fome, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril deste ano.

Para entender os principais desafios que o DF enfrenta para garantir alimentação saudável e de qualidade para todas as pessoas, o Brasil de Fato DF conversou com Abilio Vinicius Barbosa, membro do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do DF (Consea-DF). Barbosa é engenheiro agrônomo, atua na World Wide Fund for Nature (WWF Brasil) e compõe a Comissão de Agroecologia e Produção Orgânica do DF.

De acordo com o conselheiro, o DF tem tudo para ser a capital da alimentação agroecológica do país, mas falta vontade política.

A expansão de cozinhas solidárias e restaurantes comunitários é uma das prioridades do Plano Distrital de Segurança Alimentar, atualmente em construção. Barbosa aponta que há uma desarticulação entre as secretarias do GDF que impede a eficácia de programas de combate à insegurança alimentar no DF, como o Cartão Prato Cheio e a Cesta Emergencial.

Confira a entrevista completa de Abilio Vinicius Barbosa ao Brasil de Fato DF

Brasil de Fato DF — Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril deste ano com base nos dados do último trimestre de 2023, embora 76,5,% dos domicílios particulares do DF estejam em segurança alimentar, índice acima da média nacional, 47 mil domicílios, ou 128 mil pessoas, ainda convivem com a insegurança alimentar grave. O que esses dados mostram sobre a situação alimentar do DF? É possível dizer que há bolsões de pobreza, em que a fome prevalece, evidenciando a desigualdade social da capital do país?

Abílio Vinicius Barbosa — Quando da construção da cidade, Brasília é pensada para um número de população em torno de 600 mil pessoas. E hoje são 3 milhões. A cidade cresceu muito e a população mais pobre ficou apertada do Plano Piloto, a parte mais central da cidade. Há toda uma precariedade para conseguir trabalho e chegar ao lugar onde está a maior quantidade de empregos, que é no Plano. Há metrô, por exemplo, pra parte sul, mas não há metrô para parte norte.

A dificuldade de transporte é muito grande. O custo de vida é um dos maiores do Brasil, está entre os cinco maiores. Acaba sobrando pouco dinheiro para se alimentar. Muitas pessoas desempregadas, subempregadas. É a maior taxa de desemprego do Centro-Oeste. O número de [pessoas em] insegurança alimentar também é o maior do Centro-Oeste.

A capital do Brasil revela duas faces: uma renda alta — a média de renda é bastante superior à média Nacional — mas muito concentrada. Temos uma das maiores favelas do Brasil na região do Sol Nascente. O contraste entre a opulência e a insegurança alimentar, a fome, a miséria é muito nítido aqui.

Quais são os principais desafios do DF para garantir segurança alimentar e nutricional para a população?

A gente tem desafios e oportunidades. O Distrito Federal é essencialmente agrícola, é uma região agrícola muito forte e muito pujante, que inclusive exporta alimentos para fora. Exporta grãos, maracujá, pimentão. Mas, ao mesmo tempo, depende também de alimentos oriundos de fora.

Em Defesa do Parque das Garças. Debate com arquitetos e ambientalistas, música, terapias alternativas, deversões infantis, trilhas, vivências. Participe! Será neste domingo (20/10)



Resistência —Parque das Garças completa 22 anos em meio a tentativa de empreendimento do GDF

Sexta, 18 de outubro de 2024

Programação será dividida em atividades culturais, recreativas e de debates - Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Neste domingo (20), moradores e ativistas em defesa do parque vão se reunir no local para celebrar a história do parque

Rafaela Ferreira
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 18 de outubro de 2024

Em meio a aprovação de empreendimento que ameaça áreas verdes, o Parque das Garças, localizado na Ponta da Península do Lago Norte, completa 22 anos em outubro. Neste domingo (20), a partir das 9h, moradores e ativistas em defesa do parque vão se reunir no local para celebrar a história do espaço e marcar a resistência contra iniciativas que buscam alterar seu uso.

No dia 25 de setembro deste ano, o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal (Conplan) aprovou um projeto urbanístico do Governo do Distrito Federal (GDF) que prevê o parcelamento do solo para construção de unidades imobiliárias, lotes comerciais e estacionamento em uma área do parque. Para os moradores da região, o projeto também poderá causar um forte impacto ambiental ao Parque, além de fomentar a especulação imobiliária.


De acordo com Dorivaldo Sena, coordenador do Movimento de Defesa do Parque das Garças e representante do Lago Norte no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), domingo será um dia de festa, para comemorar a existência do parque. "O aniversário vai ser uma festa da resistência em defesa do parque. O parque nasceu da mobilização popular, da organização da comunidade"

No domingo, a programação será dividida em atividades culturais, recreativas e de debates. Das 10h às 11h, ambientalistas e arquitetos estarão presentes para, junto a comunidade, discutir sobre os contrapontos do projeto de empreendimento do GDF. O evento também vai seguir com música, terapias alternativas, diversões infantis, trilhas e vivências.

Histórico

É preciso denunciar a cooptação da Defesa nacional

Sexta, 18 de outubro de 2024

É preciso denunciar a cooptação da Defesa nacional

“O mundo caminha para a guerra generalizada e o Brasil não será poupado. Os generais não podem contraditar a política externa brasileira”. (Manuel Domingos Neto, autor de O que fazer com o militar: anotações para uma nova defesa nacional. Gabinete de Leitura, 2023)



Os anseios por uma política externa própria, então simplesmente voltada a proteger da preeminência europeia (França e destacadamente o império britânico) o país ainda em formação, remontam ao Segundo Império, e o ponto de referência é D. Pedro defendendo, nos idos de 1862, a “necessidade de uma política própria”.

Mas, já nos pródromos da independência, o espírito de autodeterminação aparece em correspondência de José Bonifácio, isso em julho de 1822. Dirigindo-se ao cônsul estadunidense, o Patriarca diria: “(...) o Brasil é uma Nação e como tal ocupará seu posto sem ter que esperar ou solicitar o reconhecimento das demais Potências. A elas se enviarão agentes diplomáticos ou Ministros. As que nos recebam nessa base e nos tratem de Nação a Nação continuarão sendo admitidas nos nossos portos e favorecidas em seu comércio. As que se neguem serão excluídas dele”.

O caráter geral da política nos dois impérios será a autodefesa. O primeiro, quando ainda ardiam as chagas abertas pela prepotência inglesa, procurava escapar ao cerco das potências coloniais europeias e, ao mesmo tempo, preservar a integridade territorial (a grande obra da Regência), a unidade política e, por óbvio, a Monarquia. No segundo, preservar a unidade política. Demoraria, pois, a aliança com os EUA republicanos, que Joaquim Nabuco (A intervenção estrangeira durante a revolta de 1893, editado em 1896) reclamava e Rio Branco levará a cabo em sua longa carreira de dez anos como chanceler. O futuro embaixador em Washington (1905-1910) enxergava os EUA como modelo a ser seguido e defendia uma política de alinhamento estratégico (a partir da Guerra Fria, veremos, os militares passaram a entender “alinhamento estratégico” como sinônimo de “alinhamento automático”). Reinava naqueles anos a Doutrina Monroe, e, na sequência das preocupações do século anterior, procurava-se, mais uma vez, fugir da coerção europeia. Desta feita, o escudo seriam os EUA, como antes, no processo da independência, havia sido o império britânico, com os custos conhecidos.

A partir daí conta-se a crescente influência do Grande Irmão do Norte, relegando a segundo plano, primeiramente, os resquícios da influência francesa, para, enfim, substituir o império inglês como força dominante, política e econômica. As relações estreitas entre economias e forças armadas assimétricas, todavia, implicariam a dependência política do lado mais fraco.

É da regra.

Essa é a primeira fase da república agrária, que se instalara sob o consórcio de paulistas e mineiros. Não podia haver contradições entre as duas economias, já então tão díspares, e dependíamos das importações norte-americanas de café, responsáveis por cerca de 70% da balança comercial brasileira. Alguma contradição surgiria no pós-1930, mais acentuadamente no Estado Novo, quando o Brasil inicia seu retardado processo de modernização, no esforço por amenizar as penas de uma inserção atrasada no capitalismo, e então cogita de projetos de infraestrutura e industrialização.

Surgem então no cenário comercial internacional novos atores, econômicos e militares, como Alemanha e Itália. É desse tempo a contundência da II Guerra Mundial e a presença brasileira no conflito, mediada pelas negociações de Getúlio Vargas com Franklin Roosevelt, de que resultou o financiamento de Volta Redonda, e, com a siderurgia, as possibilidades – enfim! – de alguma industrialização. O quadro muda com a queda do regime do Estado Novo, em 1945, inevitável após a politização de nossas tropas, formadas, profissional e ideologicamente, pelos valores e interesses estratégicos dos EUA.

A Força Expedicionária Brasileira é treinada, equipada e transportada pelos EUA, que ainda lhe forneceram armamentos, uniformes e veículos, embalagens das táticas e doutrinas militares. Em 1946, em plena Guerra Fria (cujos princípios e objetivos norteariam a política ocidental até a debacle da URSS, que se prorroga hoje por outros meios), e para atender às estratégias da grande potência, é fundada a Escola das Américas, dedicada à formação de oficiais latino-americanos.

Data desse entrecho a Doutrina de Segurança Nacional, formulada pelo Pentágono, mediante a qual as forças armadas do continente, nelas as do Estado brasileiro, se despem das missões de segurança nacional para se dedicarem à repressão interna. Em 1947 o Brasil adere ao Tratado de Assistência Recíproca (TAR), pacto de defesa mútua do continente a que se deve o virtual controle dos EUA sobre as forças armadas dos países aderentes. Talvez possamos dizer que o fecho dessa política de verdadeiro garrote político-estratégico chega em 1949, com a criação da Escola Superior de Guerra (ESG), inspirada no National War College, com o declarado objetivo de formar civis e militares em temas de defesa. Seu principal instrutor foi o general Walter Bedell Smith, diretor da CIA. O primeiro comandante foi o general Cordeiro de Farias, sucedido pelo general Odylio Denys.

A política externa independente, que vinha dos presidentes Jânio Quadros e João Goulart, formulada por Afonso Arinos e San Tiago Dantas, é jogada na lata do lixo pelo regime militar, e transita da “interdependência”, proclamada pelo primeiro ditador, marechal Castello Branco (discurso no Itamaraty), para a subserviência mais abjeta a que se presta o embaixador enviado a Washington (julho de 1964), o general Juraci Magalhães, a quem a história deve esta pérola de desfaçatez: “O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil” (v. jornais da época e Nelson Werneck Sodré). O general-embaixador permaneceria no cargo até 1965, quando, quando, em reconhecimento dos bons serviços prestados, é chamado de volta ao país e nomeado ministro da Relações Exteriores, cargo que exerce até 1966.

História e biografias conhecidas que ajudam a desenhar o pano de fundo dos dias presentes.

Como lecionava o Conselheiro Acácio, as consequências viriam depois, e entre elas se contam a resistência larvar à autonomia nacional. Daí o combate (elemento unificador da direita) a qualquer projeto de política externa independente, vista como puro antiamericanismo, ou urdidura de um comunismo que só se preserva na mente de espertalhões e golpistas. Essa falsa compreensão da realidade foi um dos estratagemas da direita para unir a cúpula da caserna no golpe contra o presidente João Goulart. Por aí também se explica o golpe de 2016 e o apoio de militares de alto coturno à aventura protofascista liderada pelo capitão Bolsonaro, como também a intentona de janeiro de 2023. E explica os dias de hoje, quando José Múcio Monteiro Filho pode ser ministro da defesa contestando a política externa do presidente Lula – que se orgulha, com todo o direito, de haver retomado, desde seu primeiro governo, a tradição progressista de políticas externas independentes, revigorada agora, neste terceiro mandato.

O ainda ministro faz-se porta-voz do atraso secular que nos governa, a aliança de uma burguesia financeira vinculada ao capital internacional, de um lado, de outro a dependência ideológica das cúpulas militares, que pensam o país a partir da visão que lhes transmite o mainstream, que fala a partir de Washington. O que se pode chamar de cisma viceja na ausência do debate político, a que se nega o governo de origem popular, talvez pela dificuldade de apresentar, com cabeça, tronco e membros, seu projeto político. Afinal, que país estamos empenhados em construir? O mínimo de discussão se encerra nos temas ditados pelo grande capital.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Dia Nacional da Vacinação alerta para importância de prevenir doenças

 Quinta, 17 de outubro de 2024

Programa Nacional de Imunizações oferece 31 vacinas

Agência Brasil

Tâmara Freire - repórter da Rádio Nacional
Publicado em 17/10/2024 - 19:00
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 13/04/2024 – População participa do dia D de vacinação contra a gripe, na Praça Afonso Pena, na Tijuca, zona norte da capital fluminense. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
© Tomaz Silva/Agência Brasil


O Brasil tem um dos maiores sistemas de vacinação pública do mundo. Mas seria impossível aplicar mais de 300 milhões de doses de vacina por ano sem um batalhão treinado para esse trabalho. São cerca de 193 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem que atuam em mais de 38 mil salas de vacina em todo o país. E muitas vezes fora delas, indo até onde a população está. Nesta quinta-feira (17), quando se celebra o Dia Nacional da Vacinação, profissionais alertam que toda oportunidade de orientar a população tem que ser aproveitada.

Um desses profissionais é a enfermeira Viviane de Almeida, que trabalha aplicando vacinas há 16 anos e hoje atua no Super Centro Carioca de Vacinação, no Rio de Janeiro. Quando ainda era técnica de enfermagem, ela trabalhou em uma campanha de vacinação contra a gripe e nunca mais quis saber de outra coisa.

"Um olhar completamente diferenciado, de evitar que a gente adoeça por doenças que são passíveis de prevenção através da vacinação. É isso que me fez apaixonar na verdade", conta Viviane.

Calendário de Vacinação

O Programa Nacional de Imunizações oferece 31 vacinas e constantemente esse rol é atualizado. Só este ano, por exemplo, a vacina contra a covid-19 se tornou parte do calendário básico, a vacina contra a dengue começou a ser aplicada nos adolescentes, e a gotinha contra a pólio foi aposentada, dando lugar ao reforço injetável e o esquema contra o HPV se tornou de dose única. Ou seja, para trabalhar em sala de vacina é preciso entender de imunização, e se atualizar constantemente. Inclusive para informar a população.