Sexta, 12 de setembro de 2025
Jurista chama peça de “atrocidade jurídica” e liderança do MST afirma que burguesia “já abandonou a extrema direita”
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Brasil de Fato
O ex-procurador de Justiça Roberto Tardelli e o economista João Pedro Stedile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), avaliaram no podcast Três por Quatro, da Rádio Brasil de Fato, o voto do ministro Luiz Fux no julgamento da tentativa de golpe. Tardelli classificou a manifestação, que foi a única a favor da absolvição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como tecnicamente falha e politicamente incendiária, enquanto Stedile disse não ver um ambiente para a aprovação da anistia no Congresso.
Para Tardelli, a guinada de Fux destoa de sua trajetória no Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele era um talvez o mais punitivista dos ministros do Supremo. (…) Este homem ontem acordou abolicionista”, compara. O jurista apontou erros conceituais. “Quando ele diz que não há indício, não há uma tentativa, ele comete um erro conceitual de direito. (…) Há o crime de empreitada, em que o crime em si já é a conspiração. Não há tentativa de conspiração, a conspiração é o crime. (…) Ele comete uma atrocidade jurídica”, pontua.
Ele também criticou a mudança de posição de Fux ao votar pela incompetência do Supremo para julgar o caso da tentativa de golpe de Estado. “Na questão da incompetência do Supremo, ele votou pela competência suprema quando do recebimento da denúncia. […] Em bom ‘juridiquês’, nós chamamos isso de preclusão prejudicada”, fala.