Sábado, 3 de junho de 2017
MP compartilha com o Cade provas sobre fraude na licitação dos ônibus
     Por Helena Mader-Ed Alves/CB/D.A Press/Correio Braziliense
Blog do Sombra 
                
 O procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Bessa, 
visitou a mansão de Willer Tomaz, no Lago Sul, poucos dias antes de o 
advogado ser preso na Operação Patmos. Willer, detido preventivamente 
desde o último dia 18, é acusado de pagar propina ao procurador da 
República Ângelo Goulart Vilella, em troca de informações sigilosas de 
investigações do Ministério Público Federal. Bessa confirmou à coluna a 
visita ao advogado e explicou que a reunião com Willer ocorreu para 
“falar da participação do MPDFT em um programa institucional na rádio”. 
Ele fez menção à Rádio JK — a emissora pertence ao ex-vice-governador 
Paulo Octávio, mas é arrendada por Willer e seu sócio, Anderson Carlos 
Silva. Segundo Bessa, a visita foi oficial. “Até um dia antes de ser 
preso, era simplesmente um advogado bem sucedido e bem relacionado”, 
afirmou Bessa.
 MP compartilha com o Cade provas sobre fraude na licitação dos ônibus
 A Justiça autorizou o Ministério Público do Distrito Federal a 
compartilhar provas da investigação de fraude na licitação do transporte
 público com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica. O Cade 
também apura a suposta formação de cartel entre empresas vencedoras da 
concorrência pública, realizada em 2012. Em maio, o juiz Paulo Marques 
da Silva, da 2ª Vara Criminal de Brasília, determinou que o MP “adote as
 providências necessárias ao compartilhamento, sob sua responsabilidade,
 observando o sigilo necessário”. O magistrado lembrou que o advogado 
Sacha Reck, um dos réus, recorreu sem sucesso ao STJ, alegando conflito 
de competência. Ele queria ser julgado na comarca de Guarapuava, Paraná,
 onde é réu em outra ação penal por fraude a licitações de ônibus 
naquele estado. O interrogatório de Sacha Reck no TJDFT está marcado 
para 3 de agosto.
 Consultorias governamentais
 A Logit, empresa ligada a Sacha Reck e que foi citada na delação 
premiada da Andrade Gutierrez, ainda mantém negócios com o GDF. Entre 
2016 e 2017, a firma recebeu R$ 3,4 milhões do governo local Atualmente,
 a empresa de consultoria tem contrato com o governo para 
desenvolvimento do Plano de Desenvolvimento do Transporte Público sobre 
Trilhos do DF e para a realização da Pesquisa de Mobilidade Urbana do 
DF. A licitação que ensejou essa contratação foi realizada em 2014, na 
gestão passada, e o contrato, assinado em 2015.
 
 
 
