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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 29 de março de 2021

MPDF fará acompanhamento de níveis de poluição do Rio Melchior

Segunda, 29 de março de 2021

Em visita ao aterro sanitário, representantes do MPDFT verificaram as condições de tratamento e descarte de chorume

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A 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema) realizou visita ao aterro sanitário de Samambaia na última sexta-feira, 26 de março. Os objetivos da vistoria eram acompanhar o funcionamento do local e avaliar questões ambientais relacionadas ao tratamento do lixo, o armazenamento de chorume nas bacias de contenção e o nível de poluição do Rio Melchior.

Engenheiros ambientais que atuam no local explicaram que a estrutura do aterro passou por melhorias após os problemas verificados no armazenamento do chorume. Foram construídas quatro novas bacias de contenção, totalizando 12 pontos. Além disso, o líquido resultado da decomposição de resíduos orgânicos agora passa por tratamento que segue padrões internacionais antes de seguir para o curso do Rio Melchior.

Devido à sensibilidade ecológica da área, a Prodema continuará atenta. “Apesar das medidas apresentadas para evitar a contaminação do rio, que passa muito próximo ao local, a Promotoria acompanhará de perto a qualidade da água e o nível de poluição no Melchior”, destaca o promotor de Justiça Milton de Carlos Júnior.

A 3ª Prodema também informou que outras medidas serão tomadas para fiscalizar a quantidade e a qualidade de resíduos dispensados no rio. “A qualidade das águas do Rio Melchior é alvo de atenção especial da Prodema. O MPDFT está atento para cumprir a sua missão de cuidar do equilíbrio ecológico da região. Estamos preparando outras medidas fiscalizatórias para proteger o rio”, afirmou o promotor de Justiça.

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Outro problema observado durante a visita é a quantidade elevada de material reciclável que ainda é descartado sem a separação adequada. Segundo informações do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), o aterro recebe grande quantidade de materiais que poderiam ser reciclados: 16,6% de plástico, 7,2% de papel, 5,4% de vidro e 1,1% de metal.

A quantidade de lixo orgânico que o aterro recebe também poderia ser menor se a cultura de aproveitamento dos resíduos fosse diferente. Em países como Japão e Israel, o volume de matéria orgânica dispensada no lixo é muito inferior aos níveis brasileiros. A quantidade de chorume produzido no aterro seria inferior se menos matéria orgânica fosse descartada.

De todo o lixo produzido no Distrito Federal, apenas 4% são destinados para a coleta seletiva. Desse total, 41% é efetivamente reciclado. De acordo com o SLU, a vida útil do aterro, inicialmente prevista para 13 anos, já foi reduzida para pouco mais de 10 anos.

O impacto do descarte de vidro é particularmente preocupante porque é um dos itens de maior peso e volume. O material poderia ser 100% reaproveitado, mas ainda não há usinas para sua reciclagem na cidade. A Prodema busca alternativas para reduzir a quantidade de vidro que vai para o aterro e a possibilidade de reciclagem do material. Enquanto isso, a população pode descartar o material de maneira correta e sustentável em pontos de entrega voluntária (PEVs).

Eu faço a minha parte

Em junho de 2020, o MPDFT, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério Público de Contas (MPC-DF), lançou a campanha “Coleta seletiva: Eu faço a minha parte”. O objetivo é orientar a população sobre os benefícios dessa prática para toda a sociedade, tanto do ponto de vista ambiental como socioeconômico.


Fonte: MPDF

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