Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 23 de março de 2021

Melchior: um rio em agonia pede socorro

Terça, 23 de março de 2021

Toda essa riqueza é sabotada pela grande latrina em que ele foi transformado. Estudos apontam que nem toda água que sai da Estação de Tratamento de Esgoto Melchior é 100% tratada, sem contar os despejos clandestinos de esgoto e os chamados acidentes.


Do Blog Brasília por Chico Sant'Anna
Por Chico Sant’Anna

Na semana em que se comemora o dia Mundial das Águas, um rio agoniza e pede socorro na Capital Federal. Com pouco mais de 60 anos de existência, Brasília caminha para ter seu próprio Tietê. Um rio morto, cheio de poluição, com água imprestável para o consumo humano e suspeita para ser utilizada na agricultura. Estamos falando do Rio Melchior, que demarca a divisão geográfica entres as regiões administrativas de Ceilândia e Samambaia e é um dos afluentes do Rio Descoberto.

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Provavelmente, desconhecido da maioria dos três milhões de habitantes do Distrito Federal, o rio segue rumo a Goiás, ja no leito do Descoberto, essas águas contaminadas por esgoto, chorume e sabe se lá mais o que é utilizada na produção de alimentos que abastecem o brasiliense e também a população goiana.

O Melchior é um belo Rio, em seus 25 km há corredeiras e cachoeiras. Poderia ter seu uso potencializado para o lazer e turismo, ainda mais por que está próximo a aglomerados urbanos. Foto de Alzirenio Carvalho

Também conhecido como Rio Belchior, o leito desse rio se transformou, desde 1965, num grande escoadouro de esgoto de Taguatinga e, posteriormente, de Ceilândia e Samambaia, o que piorou ainda mais a qualidade da água, anos após ano. Hoje, rejeitos de Águas Claras e Vicente Pires também são encaminhados ao Melchior que em breve irá passar a receber ainda o esgoto das quadras de 1 a 5 do Park Way e, quiçá, das Arniqueiras.