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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 13 de julho de 2023

Que zorra é essa? Não acaba nunca, é? Quem lucra e quem perde com isso? MPDF requisita explicações sobre merenda de baixa qualidade na rede pública

Quinta, 13 de julho de 2023
As irregularidades observadas na alimentação escolar no Distrito Federal são resultado da falta de planejamento estrutural.
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Secretaria também deve prestar informações sobre obstrução das atividades do Conselho de Alimentação Escolar

A Promotoria de Justiça de Defesa da Educação (Proeduc) requisitou informações sobre casos recentes de merenda inadequada oferecida aos alunos da rede pública. Também oficiou a Secretaria de Educação para que explique o não cumprimento da Recomendação 4/2022, que trata da obstrução das atividades do Conselho de Alimentação Escolar (CAE). O documento foi enviado nesta quarta-feira, 12 de julho.

Recentemente, denúncias foram divulgadas pela imprensa a respeito da baixa qualidade nutricional da merenda oferecida na rede pública. Segundo a Proeduc, esses não são problemas pontuais. As irregularidades observadas na alimentação escolar no Distrito Federal são resultado da falta de planejamento estrutural.

A Proeduc destaca que vários fornecedores, inclusive de itens perecíveis, são de outros estados. A secretaria não faz testagem laboratorial dos alimentos nem realiza inspeções próprias nos locais de produção, fabricação, manipulação, armazenagem e distribuição dos ingredientes usados na merenda. São aceitos os laudos produzidos pelos próprios fornecedores.

Também falta apoio às atividades do Conselho de Alimentação Escolar (CAE), que tem, por lei, a atribuição de fiscalizar a aplicação dos recursos da alimentação escolar e zelar pela qualidade dos alimentos adquiridos. O problema foi objeto da Recomendação 4/2022.

No documento, expedido em novembro de 2022, são enumeradas irregularidades como falta de transporte para que os conselheiros possam exercer suas atividades e exclusão do CAE dos procedimentos de licitação e de controle de qualidade dos alimentos. A Proeduc havia dado prazo de 60 dias para que a secretaria apresentasse as medidas tomadas para resolver o problema, mas não teve resposta.

De acordo com as normas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Distrito Federal pode perder recursos federais para a educação se o exercício das atribuições do CAE for intencionalmente obstruído. Os responsáveis também podem ser investigados por ato de improbidade administrativa.