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(Millôr Fernandes)
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domingo, 24 de julho de 2022

HISTÓRIA E PODER —Bolívar, presente: nascido há 239 anos, libertador segue influenciando a política da Venezuela

Domingo, 23 de julho de 2022
Conjunto de ideias de Bolívar é parte fundamental do projeto chavista


Ideias do líder da independência do país no século 19 são reivindicadas pelo projeto bolivariano iniciado por Chávez

Lucas Estanislau
Caracas (Venezuela) | 24 de Julho de 2022

A figura de Simón Bolívar está presente diariamente no cotidiano da Venezuela. Pelas ruas da capital, Caracas, o que não faltam são praças, estátuas, monumentos, instituições públicas, quadros e murais que carregam o nome ou o rosto do libertador. Neste domingo (24), as homenagens ao herói da independência venezuelana ficam ainda mais recorrentes, com eventos culturais e políticos para celebrar o 239º aniversário do líder criollo — como eram chamados os descendentes de espanhóis nas Américas.

A esmagadora presença de referências a Bolívar se justificaria apenas pelo fato de ele ter liderado o processo de libertação da Venezuela e de outros cinco países vizinhos da dominação colonial espanhola. Entretanto, desde 1999, as ideias e feitos do venezuelano adquiriram um caráter político ainda mais radical e um sentido de atualidade que segue vigente ao serem incorporados no projeto de governo do ex-presidente Hugo Chávez.

Ao ser eleito pela primeira vez, o ex-militar começou a cumprir diversas promessas de campanha e iniciou um profundo processo de mudanças, que denominou Revolução Bolivariana. O adjetivo, que é uma referência explícita ao pensamento de Simón Bolívar, chegou inclusive a ser incorporado ao nome oficial do país, quando a Assembleia Constituinte de 1999 aprovou por unanimidade a criação da República Bolivariana da Venezuela.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o historiador venezuelano Alejandro Torres explica que a própria promessa de uma nova Constituição feita por Chávez durante sua primeira campanha presidencial já respondia à decisão do ex-presidente em seguir os exemplos de Bolívar, uma vez que o líder independentista era um adepto do constitucionalismo.

“A revolução se caracteriza como bolivariana porque recorre a uma doutrina presente no processo de independência da Venezuela que é o constitucionalismo, a forma de nos organizarmos através de assembleias constituintes”, afirma o especialista.