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(Millôr Fernandes)
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terça-feira, 23 de julho de 2024

ELEIÇÕES 2024 —Maduro rebate Lula e explica contexto de declaração sobre 'banho de sangue'

Terça, 23 de julho de 2024
Brasileiro pediu 'respeito aos resultado das eleições'; para o venezuelano, extrema direita é responsável por violência

Redação
Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) | 23 de julho de 2024

Maduro havia dito que a derrota do governo poderia levar a uma situação de instabilidade e violência provocada "pelos fascistas"

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rebateu nesta terça-feira (23) as críticas sobre sua fala em relação ao “banho de sangue”. Em discurso de campanha, o chefe do Executivo disse que “quem se assustou, que tome um chá de camomila”. "Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. (...) Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita", afirmou.

Ainda no palco, Maduro explicou que o “banho de sangue” a que ele se referiu seria promovido pela própria direita. "Eu disse que se a extrema direita chegasse ao poder na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue, em 27 e 28 de fevereiro", afirmou o presidente.

A data usada por Nicolás Maduro faz referência ao Caracazo, movimento realizado em 1989 contra as medidas liberais do então presidente Carlos Andrés Perez. Ao todo, organizações sociais e familiares de vítimas contabilizaram 396 mortes a partir dos confrontos daqueles dias. Maduro disse que a história mostrou que esse tipo de atitudes é “um banho de sangue. Foi isso que alertei esses dias”.

Na última quinta-feira (18), durante um ato de campanha, o presidente venezuelano disse que a derrota do governo poderia levar a uma situação de instabilidade e violência provocada "pelos fascistas", afirmando que o país poderia cair em uma “guerra civil” e ocorrer "um banho de sangue" caso o governo saia derrotado.

“O destino da Venezuela, no século 21, depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia num banho de sangue, numa guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantimos o maior sucesso, a maior vitória na história eleitoral do nosso povo”, afirmou em discurso.

No dia seguinte, o presidente do Parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez, justificou a fala de Maduro e afirmou que a possibilidade de conflitos se daria porque a parte mais extremista da oposição perseguiria os chavistas caso chegasse ao poder. Ele ainda garantiu que o governo vai reconhecer o resultado das eleições e vai sair às ruas para defender o resultado “nem que seja com a nossa própria vida”.