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(Millôr Fernandes)
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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Investigação aberta —Executado há um mês em massacre de Tremembé, 'Valdirzão' seria guardião de sementes de assentamento do MST

Segunda, 10 de fevereiro de 2025

Além de Gleison Barbosa, o ataque matou Valdir Nascimento, liderança que impulsionou coleta de sementes agroflorestais

Valdirzão colhendo jerivá na sua agrofloresta, no assentamento do MST em Tremembé - Comunidade Olga Benário

Gabriela Moncau
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 10 de fevereiro de 2025

Sem maiores avanços na investigação, nesta segunda-feira (10) completa um mês do ataque de pistoleiros contra o Assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé (SP). Além dos seis feridos a tiros, o atentado tirou a vida de Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e de Valdir do Nascimento de Jesus, de 52: Guegué e Valdirzão, como eram conhecidos.

Liderança histórica do MST no Vale do Paraíba e coordenador do assentamento, Valdirzão era também um dos protagonistas da transformação da comunidade em um núcleo de coleta de sementes agroflorestais. Ele tinha sido designado como guardião da Casa de Sementes, ainda em processo de construção dentro do seu lote.

O plano foi interrompido em 10 de janeiro, quando cerca de 25 homens armados, nos cálculos do movimento, abriram fogo contra 15 assentados que faziam uma vigília para impedir a invasão irregular de um lote vazio.

Trinta dias depois, o caso pouco avançou para além da prisão de “Nero do Piseiro”, como é conhecido Antônio Martins dos Santos Filho, que teria confessado participação no massacre. Outro suspeito, Ítalo Rodrigues da Silva, que foi quem bateu boca e ameaçou Valdir dizendo que tomaria posse do terreno, está foragido desde 12 de janeiro. Na última quinta (30), a Polícia Civil cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em São José dos Campos e Taubaté e apreendeu celulares e um carro.

CRIME —Um mês após massacre em Tremembé, investigação prendeu uma pessoa e ainda não identificou mandante

Segunda, 10 de fevereiro de 2025

Ataque armado ao Assentamento Olga Benário resultou em duas mortes e seis feridos

Oito trabalhadores sem-terra foram alvejados durante ataque armado ao assentamento Olga Benário no dia 10 de janeiro - Gabriela Moncau

Leonardo Fernandes
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 10 de fevereiro de 2025

O ataque armado contra o assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé (SP), completa um mês nesta segunda-feira (10). O crime deixou duas pessoas mortas e seis feridas, uma delas em estado grave.

Gilmar Mauro, integrante da direção nacional do MST, conta que a comunidade ficou abalada após o crime, e que foi preciso um esforço coletivo para garantir o mínimo de segurança às famílias. "Nós estamos acompanhando a par e passo, e fazendo um revezamento de pessoas para ajudar no processo interno e garantir algum grau de segurança. Evidentemente não é 'aquela' segurança, mas isso ajudou muitíssimo a que as famílias permanecessem lá. Esse processo tem sido feito desde que aconteceu o episódio do ataque", relata.

O dirigente conta que, desde o ataque armado, o assentamento iniciou um debate sobre a reformulação do espaço, com vistas a garantir uma maior integração da comunidade e o aumento da segurança no local. "Nós estamos em um debate para pensar um projeto para o assentamento. Isso envolve repensar a construção das casas, pensar um projeto de agrovila, novas construções que permita um grau de segurança maior para as famílias. Mas isso a gente vai fazer em comum acordo com a comunidade", diz.