Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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quinta-feira, 27 de maio de 2021

O projeto bolsonarista de desconstrução do Brasil

Quinta, 27 de maio de 2021

Até o final do ano, a “gripezinha” deverá consumir meio milhão de vidas brasileiras. O desemprego, até dezembro, é calculado em cifras avassaladoras. É inestimável o prejuízo decorrente da devastação ambiental em curso. Não se sabe quando a indústria manufatureira se recuperará. O Banco Central, temente da inflação, eleva a taxa Selic. A fome é o espectro que ronda a vida de milhões de brasileiros. Nada obstante, a estreita capa dos privilegiados permanece tranquila, como a personagem do conhecido poema de Bertolt Brecht (Intertexto), porque tem onde morar, pode trabalhar e garantir o sustento individual e familiar.

O general intendente (da ativa) impressiona a CPI do Senado pela insuperável capacidade de mentir, deixando atordoados mesmo parlamentares calejados. A Câmara dos Deputados curva-se ao mando do jagunço alagoano, espécime temporã do bagaço da cana, da lavoura estropiada lavrada pelos boias-frias, representante da usina falida pendurada nos empréstimos levantados no Banco Brasil para jamais serem pagos, pois para isso a oligarquia elege seus deputados. O STF, humilhado com a nomeação do primeiro Nunes Marques (outro ocupará a vaga do ministro Marco Aurélio, que se aposenta em junho), silencia quando a PF investiga a conduta do ministro Dias Toffoli, suspeito de prevaricação. O ministro do meio ambiente é acusado de traficar madeira da Amazônia, e o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis é objeto de inquérito pela Polícia Federal, por contrabando de madeira da floresta amazônica sob seus cuidados. O “Posto Ipiranga” faliu, por falta de combustível. Falta-lhe tudo, seja competência, caráter ou credibilidade. Logo mais será um estorvo. No Rio de Janeiro, o ainda presidente comanda uma choldra de motoqueiros e milicianos; o capitão paraquedista, em doce vilegiatura às custas do erário, promove comício eleitoral fora de época, ataca as instituições amesquinhadas e mente sobre a peste. Mente deslavadamente, com desfaçatez que faz corar as pedras do calçadão de Copacabana.