Em 200 dias, governo que queria restaurar a “grandeza” dos EUA, produz o oposto. Washington confronta aliados estratégicos, envolve-se em atoleiros, fracassa frente a inimigos e vê Pequim despontar como alternativa de estabilidade e confiança
OutrasPalavras Geopolítica & Guerra
Por Timothy Hopper Publicado 11/08/2025
Por Timothy Hopper, no Foreign Policy in Focus | Tradução: Antonio Martins
Donald Trump chegou ao poder com o slogan grandioso de “Make America Great Again”, “Tornar os EUA grandes outra vez”, prometendo recolocar o país num ápice inigualável de poder global. Essa promessa, carregada de fervor nacionalista, conquistou o coração de seus apoiadores.
No entanto, ao revisar seus primeiros 200 dias de governo — especialmente o recente ataque às instalações nucleares do Irã — surge uma pergunta fundamental. Esse slogan realmente tornou os EUA maiores ou, na verdade, acabou fortalecendo outros atores geopolíticos, de adversários a aliados? De um Irã mais unido e uma Europa em busca de autonomia a uma China mais legitimada e um Israel mais dependente, as políticas unilaterais e sensacionalistas de Trump têm gerado com frequência o oposto do que pretendiam.