Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Uso interno das Forças Armadas é ruim para democracia, diz especialista

Terça, 24 de janeiro de 2017
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo

Para o cientista político João Roberto Martins Filho, da UFscar, atuação militar nos presídios extrapola sua função primordial para “dar uma resposta à sociedade porque o presidente Temer está na berlinda”

Por Anna Beatriz Anjos
Na última semana, a crise dos presídios se ampliou e chegou ao Rio Grande do Norte. A penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, região metropolitana de Natal, está há dez dias tomada pelos presos, e a violência que matou 26 pessoas no presídio transbordou para as ruas da capital, assustando moradores e turistas.


Desde o segundo dia do ano, quando ocorreu o massacre de 56 presos no presídio de Compaj, em Manaus, 136 pessoas foram mortas. Na última quarta-feira (19), o presidente Michel Temer autorizou as Forças Armadas a atuar em inspeções nos presídios brasileiros, quando houver solicitação dos estados. No dia seguinte, liberou tropas para reforçar a segurança nas ruas de Natal.

Para o cientista político João Roberto Martins Filho, porém, há consenso entre estudiosos de que o emprego das Forças Armadas na segurança pública extrapola “sua função primordial”, embora o artigo 142 da Constituição inclua a defesa da “lei e da ordem” entre suas atribuições. Mais do que isso: “Expõe as Forças Armadas a serem utilizadas a torto e a direito por motivações políticas”.

Leia a íntegra da entrevista com o ex-presidente da Associação Brasileira de Estudos de Defesa.