Quarta, 24 de setembro de 2014
Elaine Patricia Cruz - Repórter da
Agência Brasil
A candidata
à Presidência da República Luciana Genro (PSOL) lançou na tarde de hoje (23),
em um hotel da área central de São Paulo, seu programa de governo. O programa,
segundo a candidata, não é socialista, como seu partido defende, “mas de
transição” e defende mudanças estruturais no país. “São reformas radicais
porque vão à raiz dos problemas que afligem o povo brasileiro como a reforma
agrária e a reforma urbana e os direitos civis da comunidade LGBT [Lésbicas,
Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros], das mulheres e dos
negros”, disse.
Uma dessas
mudanças estruturais, explicou Luciana, refere-se à economia. “Nossa proposta é
de ruptura com esse modelo econômico voltado aos interesses do capital. Por
isso, nossa política econômica é a eliminação dessa lógica de esforço produtivo
para pagar os juros da dívida”, disse.
A proposta
é defender uma auditoria, sem estabelecer uma política de meta de superávit
primário para pagar a dívida pública, suspendendo temporariamente o pagamento
para bancos e especuladores, sem que isso signifique calote. “Não é calote
porque vem acompanhada da auditoria da dívida. Calote é o que o governo tem
dado no povo brasileiro porque promete que vai melhorar a vida e está sempre
piorando. Em relação à dívida, faremos uma auditoria e, a partir de sua
instalação, vamos suspender o pagamento para os bancos e especuladores,
preservando os fundos de pensão e pequenos poupadores”, disse.
Indagada se
isso não seria encarado como calote pela comunidade internacional, a candidata
respondeu que “certamente os especuladores não vão gostar e vão embora, mas
irão com Deus porque não precisamos de especuladores no Brasil”. Já sobre os
investidores produtivos, ela disse que “eles poderão continuar investindo o
Brasil, desde que respeitem as regras que o governo vai impor”.
O programa
que foi lançado hoje pela candidata foi dividido em três eixos: política
econômica e modelo de desenvolvimento; sistema político e democracia e mais e
melhores direitos. Dentro destes eixos, discute individualmente 20 itens, tais
como economia, educação, trabalho, emprego e renda, saúde, direitos humanos,
segurança pública, reforma agrária, cultura e esporte e atividade física.
Luciana
defende, por exemplo, as revisões da Lei da Anistia e das privatizações, o
cancelamento das licenças de rádio e TV de senadores e deputados, o casamento
igualitário, a legalização da maconha, a reforma política, a legalização do
aborto, a tarifa zero no transporte público e o transporte público 24 horas e a
desmilitarização da polícia.