Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Quem dá autonomia . . . também retira

Segunda, 29 de setembro de 2014
Deve ter causado susto e preocupação maior a todos quando a presidente Dilma declarou ontem (28/9) ao vivo no debate da Record: "Eu dei autonomia à Polícia Federal para prender o senhor Paulo Roberto Costa".
Afinal, quem dá também toma. Se ela deu, caso isso seja verdade, autonomia à PF para prender Paulo Roberto Costa,  diretor da Petrobras durante os governos de Lula e dela próprio, e denunciante do roubo de bilhões e bilhões de reais da Petrobras, muitos desses bilhões para pagar propina a parlamentares (olha o mensalão), pode, muito bem, ter retirado essa “autonomia” da PF para realizar outras operações contra criminosos do colarinho branco, vermelho, verde, preto, azul, laranja, cor de burro quando foge etc.
Se ela ‘deu’ a tal da autonomia, pode ter retirado outras autonomias. Mas uma coisa é clara. Se a presidente não mentiu, ela usurpou uma autonomia de investigação conferida pela Constituição brasileira no seu artigo 144, onde estão descritas as atribuições da polícia federal.
O artigo 144, em seu parágrafo 1º, assinala que:
“A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:
I-apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo dispuser em lei.
Vou tentar acreditar que a presidente apenas mentiu. Ou cometeu um equívoco.