Quarta, 29 de outubro de 2014
Ao todo, 160 policiais civis cumprem 24 mandados de busca e apreensão no DF e em Caldas Novas (GO)
Policiais em frente ao prédio da Caixa Beneficente da Polícia Militar do DF
A Polícia Civil do Distrito Federal realiza na manhã desta quarta-feira
(29) uma operação para investigar um suposto desvio de até R$ 30
milhões da Caixa Beneficente (Cabe) da Polícia Militar, em um esquema de
contratação de empresas fantasmas e superfaturamento de contratos
comandado por coronéis da instituição. A Corregedoria da PM acompanha a
ação...
Por determinação judicial, três militares com a mais alta patente, além
de um tenente-coronel e empresários, estão sendo levados
coercitivamente para o Departamento de Polícia Especializada (DPE), no
Parque da Cidade, para prestar esclarecimentos sobre a conduta deles
frente a administração da associação.
Fontes: Portal G1 DF: Foto: Kenzo Machida/TV Globo
Blog do Sombra
A chamada “Operação Tiradentes” faz menção ao patrono da Polícia
Militar e é resultado de investigações da Delegacia de Repressão ao
Crime Organizado (Deco) e do Ministério Público.
Um dos alvos dos investigadores é a casa do coronel Gilberto Alves de
Carvalho, ex-comandante da PMDF e presidente do Conselho Deliberativo da
Cabe. Segundo o delegado-chefe da Deco, Fábio Souza, na casa de
Gilberto serão recolhidos computadores e documentos para análise das
possíveis fraudes praticadas na associação nos últimos anos.
O inquérito foi aberto em 17 de junho deste ano, após denúncia de
ex-funcionários da associação no MP. Entre irregularidades verificadas
até então está aquisição e venda de produtos de forma irregular, entre
elas, a compra de 199 botas e coturnos em agosto de 2012 pelo valor de
R$ 50.60,87 de uma empresa localizada na 415 Sul. Pelas normas da Cabe, o
produto só poderia ser vendido para associados, porém, 500 pares de
coturno foram adquiridos por uma papelaria na Estrutural utilizando a
matrícula de um policial militar associado.
Ainda pelas regras, há uma limitação de cerca de R$ 500 por policial.
Apesar disso, poucos dias após a venda, o supervisor do mercado
reembolsável da Cabe comprou da mesma loja outros 157 pares de coturno
por R$ 49.349,70. A venda só não foi realizada, segundo apontam as
investigações, em razão da nomeação de interventores determinada pela
Justiça no início deste ano.
Em 6 de junho, um interventor registrou boletim de ocorrência na Deco
para denunciar o suposto esquema de desvio de valores da associação. Ele
constatou que uma empresa de informática que tinha contrato de
prestação de serviços para a Cabe, na realidade, nunca executou os
serviços. No mesmo dia, o contrato desapareceu da sala do interventor,
mas, por precaução, ele havia digitalizado o documento. Nele constava a
assinatura de uma pessoa que não fazia parte do quadro de funcionários. O
dono da empresa de informática localizada em Caldas Novas também
registrou boletim de ocorrência informando a fraude. O interventor ainda
relatou na ocorrência ter sido intimidado por dirigentes da Cabe.
Pelos menos seis contratos estão sendo analisados. Chamou a atenção do
MP e da polícia uma negociação feita em janeiro de 2011 para compra de
40 apartamentos de um empreendimento em Caldas Novas (GO) por R$ 6,5
milhões, sem prestar contas ao conselho fiscal da associação. Os
negócios e o pagamento dos cerca de 300 colaboradores também teriam sido
omitidos da planilha de custos da Cabe.
Ainda conforme a polícia, no curso das investigações foram encontradas
27 notas fiscais sequenciais de vendas para a Cabe no valor de R$ 307
mil para uma empresa de esportes, porém, o sistema da associação
atestava que montante maior foi pago para essa mesma loja, no valor de
R$ 356 mil.
Fonte: Portal G1 DF: Foto: Kenzo Machida/TV Globo — Blog do Sombra