Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 26 de setembro de 2015

MPT e MTE: Operação flagra más condições de trabalho no Rock in Rio

Sexta, 25 de setembro de 2015
Do MPT
Havia cooperativa que contratava trabalhadores de forma irregular, terceirizados dormindo em alojamentos precários e falhas de segurança 

Rio de Janeiro – O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) flagraram, nesta sexta-feira (25), alojamento irregular de trabalhadores no Rock in Rio 2015. O local ficava na sede administrativa do evento, que foi cedido à empresa de limpeza Garrana para guarda de utensílios. Cerca de 15 empregados terceirizados dormiam sobre papelões, com roupa de cama particular e em meio a materiais de limpeza e restos de comida. Eles também cumpriam jornada de trabalho acima do combinado em contrato, em turnos sucessivos.

As ações de fiscalização realizadas em conjunto pelo MPT-RJ e o MTE no festival tiveram início na última semana. No primeiro fim de semana do evento, foi verificado que a cooperativa contratada para coleta seletiva de resíduos utilizava trabalhadores avulsos para realizar o serviço, mediante o pagamento de diárias.
Segundo procuradores e auditores, a cooperativa Socitex, ao invés de utilizar seus associados, contratou trabalhadores de forma irregular para exercer atividade-fim, agindo como mera intermediadora de mão de obra. Os trabalhadores avulsos recebiam diárias fixas e não participavam das decisões da cooperativa.
Também foram verificadas irregularidades na área de gestão de segurança do trabalho, como falta de luvas para manipulação de resíduos. A fiscalização constatou ainda que muitos dos trabalhadores estavam dobrando os turnos de serviço, sem intervalo e local apropriado para descanso, o que também contraria a legislação trabalhista.
Após reunião da equipe com a organização do evento e a realização de audiência no MPT, a empresa Rock World, que promove o festival, comprometeu-se a contratar todos os trabalhadores da cooperativa de forma direta e regularizar toda situação até o final do evento.
Outras ações - As equipes de procuradores e auditores-fiscais do trabalho continuam em atuação durante os três dias restantes do evento. No último final de semana também foi verificado que trabalhadores ambulantes da rede Bob´s estavam carregando mercadorias de forma irregular, sem meios adequados, além de problemas no acesso de técnicos às torres de iluminação do Palco Mundo.
A equipe constatou ainda que vários terceirizados de limpeza, da empresa Sunset, trabalhavam sem registro em carteira e sem receber vale-transporte. Além disso, os fiscais verificaram a ausência de vestiário adequado, o que obrigou os trabalhadores a vestirem o uniforme no estacionamento do festival.
As empresas serão notificadas pelo MPT e MTE para apresentação de documentos e poderão ser autuadas pelas más condições de trabalho verificadas, além de serem alvo de inquérito e ação civil pública.