Quinta, 19 de maio de 2016
Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil
O ministro Teori Zavaski, relator dos processos da
Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou hoje
(19) que o pedido de investigação contra o ex-ministro da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência da República Edinho Silva seja
analisado pela Justiça Federal do Distrito Federal.
Edinho Silva,
tesoureiro da campanha à reeleição da presidente afastada Dilma
Rousseff, foi acusado pelo ex-senador Delcídio do Amaral de participar
de um esquema de caixa dois envolvendo o repasse de empresas
farmacêuticas a campanhas políticas.
Segundo o procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, com base na delação premiada de Delcído,
Edinho cometeu os crimes de corrupção e lavagem de ativos. Delcídio do
Amaral disse que pediu recursos a Edinho para pagar dívidas da campanha
eleitoral de 2014 com as empresas FSB e BlackNinja, no valor total de R$
1 milhão.
Prerrogativa de foro
Em
despacho publicado hoje (19), Zavaski lembrou que Edinho não tem mais
prerrogativa de foro por ter deixado de ser ministro de Estado. O
ministro do STF afirmou ainda que, apesar de as acusações contra ele
terem surgido em meio às investigações da Lava Jato, elas não têm
relação com o esquema de desvio de recursos da Petrobras.
“Como
visto, tais fatos não têm relação de pertinência imediata com as demais
investigações relacionadas às fraudes no âmbito da Petrobras, pois dizem
respeito a suposta tentativa de repasse de propina ao ex-senador
Delcídio do Amaral, agora colaborador, em operação que teria sido
intermediada pelo então ministro da Secretaria de Comunicação Social,
responsável pela indicação do laboratório farmacêutico EMS como fonte
financiadora”, diz trecho do despacho.
“Chama atenção, ainda, o
ambiente de disputa entre partidos políticos para indicação de nomes a
cargos de direção nas agências reguladoras ligadas à área da saúde,
conforme explicitado”, acrescentou Zavaski.