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(Millôr Fernandes)

sábado, 27 de maio de 2017

Eleições 2018: Pré-candidatos queimam-se na brasa dos escândalos

Sábado, 27 de maio de 2017
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna


 
A evolução da crônica policial judiciária tem representado para Brasília uma peneira prévia dos nomes que tentam alçar o poder local.

Por Chico Sant’Anna
Quem pensava que as eleições de 2018 seriam um filé, já percebe que vai ser um osso duro de roer. Antes mesmos da operação Panatenaico, que levou presos os ex-governadores José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, o ex-vice Tadeu Filippelli e que aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal para saber se faz o mesmo com o ex-governador tampão, Rogério Rosso, vários atores políticos, que se consideravam na linha de frente para a sucessão do Buriti, já tinham sido queimados pelas delações dos irmãos Friboi. Se não vejamos:

 

PSDB
O PSDB, hoje o partido com mais filiados no DF, trabalha Izalci Lucas. Izalci, que está inserido na dívida ativa de União pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional no valor de R$ 458 mil, tinha no presidente nacional de seu partido, Aécio Neves um grande reforço. Aécio, como se sabe, venceu o segundo turno das eleições em Brasília contra Dilma Roussef. Mas foi afastado do parlamento e do PSDB em decorrência das gravações de que havia pedido propina de R$ 2 milhões aos irmãos Friboi. Com o líder máximo mergulhado nos escândalos de corrupção, os Tucanos perdem a máscara que tentam construir de paladinos da ética. Vale lembrar, que outro presidente do PSDB, o ex-senador Eduardo Azeredo, foi condenado a 20 anos e dez meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no escândalo Mensalão Mineiro.

 

PMDB
Outro forte candidato era Tadeu Filippelli (PMDB), tido por muitos como herdeiro do rorizismo e que pensava ter a caçula do clã, Liliane Roriz (PTB) como sua vice. Por decisão do TRE-DF, ela já está inelegível por 12 anos. Para Filippelli esta semana deve ter sido daquelas em que jogam água na brasa do churrasco. Todos os sonhos viraram fumaça. Num dia, seu padrinho, Michel Temer, cai nas páginas do noticiário policial e noutro, ele mesmo é levado pra cadeia sob a acusação de receber propinas das obras do Estádio Mané Garrincha. O esquema teria desviado R$ 900 milhões da obra, segundo a Polícia Federal. Dependendo do desfecho desse caso, em vez de se instalar no Buriti, o fará na Papuda.