Quarta, 31 de maio de 2017
Na manhã desta quarta (31/5), desembargador também libertou Agnelo Queiroz, Fernando Queiroz, Nilson Martorelli e Maruska Lima.
Por Kelly Almeida, Juliana Cavalcante/Rafaela Felicciano/ Metrópoles
Blog do Sombra
Depois de o ex-governador Agnelo Queiroz (PT) e outras três pessoas
terem conseguido a liberdade, na manhã desta quarta-feira (31/5), o
ex-secretário da Copa Cláudio Monteiro também vai deixar a carceragem da
Polícia Civil do DF. A decisão é do desembargador Federal Néviton
Guedes, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.
O magistrado também foi o responsável por soltar Agnelo, o dono da Via
Engenharia, Fernando Queiroz; o ex-presidente da Novacap Nilson
Martorelli, e a ex-presidente da Terracap Maruska Lima. Eles foram
presos pela Polícia Federal no dia 23, na Operação Panatenaico, que
investiga um esquema de corrupção na reforma do Estádio Nacional Mané
Garrincha.
Ainda estão detidos o ex-governador José Roberto Arruda (PR), o
ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) e os acusados de
intermediarem o pagamento de propina, Sérgio Lúcio, Jorge Salomão e
Afrânio Roberto.
Os advogados de todos eles já protocolaram pedido para que o magistrado
estenda a decisão aos que permanecem presos. A assessoria de imprensa
do TRF da 1ª Região informou que o desembargador deve decidir sobre
todos os pedidos ainda nesta quarta (31).
Conluio, superfaturamento e propina
A operação, deflagrada pela Polícia Federal, é decorrência das delações
de ex-executivos da Andrade Gutierrez, que construiu a arena em
consórcio com a Via Engenharia. A Justiça determinou a indisponibilidade
de R$ 155 milhões de 13 envolvidos no esquema.
Os investigados, de acordo com a PF, cometeram crimes de lavagem de
dinheiro, associação criminosa, corrupção ativa e passiva e fraude em
licitação. O pedido de prisão temporária se justifica, segundo a
corporação, para o recolhimento de mais provas que permitam o avanço da
apuração.
De acordo com o MPF, foi constituído um cartel entre várias
empreiteiras para fraudar a licitação e assegurar, de forma antecipada,
que os serviços e as obras fossem executados por consórcio constituído
pela Andrade Gutierrez e Via Engenharia. Como contrapartida, os
vencedores pagaram propina a agentes políticos e públicos, que estão
entre os alvos da operação.
A reconstrução do antigo Mané Garrincha foi estimada inicialmente em R$
690 milhões, mas acabou custando cerca de R$ 1,6 bilhão, o que fez com
que o estádio se tornasse o mais caro entre os 12 que receberam os jogos
da Copa do Mundo de 2014. O dinheiro saiu dos cofres da Terracap,
empresa pública do Governo do Distrito Federal, cujo capital é
constituído da seguinte forma: 51% do GDF e 49% da União.