Sábado, 26 de setembro de 2020
Deutsche Bank e outros grandes bancos participaram de transações escusas num total de US$ 2 trilhões. Não é hora de indiferença: afinal, trata-se do nosso dinheiro, recorda editora-chefe da DW, Manuela Kasper-Claridge.
DW — Deutsche Welle
Estou furiosa. Em que sociedade estamos mesmo vivendo, se tantos simplesmente dão de ombros ao ficar sabendo dos 2 trilhões de dólares de origem incerta movimentados por diversos bancos?
"Origem incerta" quer dizer que possivelmente criminosos, entre os quais mafiosos e oligarcas duvidosos, lavaram seu dinheiro sujo através das instituições financeiras. Graças à reportagem investigativa de mais de 400 jornalistas, vieram a público 2.100 relatórios de atividades suspeitas (SARs, na sigla em inglês) dos bancos. E até agora só temos uma visão parcial das redes pelas quais o dinheiro fluiu.
Mas onde está a indignação pública? A reivindicação da renúncia dos diretores? Em vez disso, o que se vê é muita indiferença e resignação, no espírito de "não se pode fazer nada".
Diversos grandes bancos participaram dos negócios escusos, entre eles o Deutsche Bank, mas também o HSBC e o JP Morgan – nos quais, aliás, numerosos pequenos assalariados mantêm suas contas. Os bancos fizeram vista grossa, consciente ou inconscientemente, aparentemente relaxaram os controles.