Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

MESMO FATO SEPARADO POR 76 ANOS AINDA VALE CASSAÇÃO?

Terça, 27 de fevereiro de 2024
Pedro Augusto Pinho

MESMO FATO SEPARADO POR 76 ANOS AINDA VALE CASSAÇÃO?

 

“Qual seria a posição dos comunistas brasileiros caso o país entrasse em guerra contra a União Soviética?”. Prestes, sem vacilar, respondeu: “Faríamos como o povo da Resistência Francesa e o povo italiano, que se ergueram contra Pétain e Mussolini. Combateríamos uma guerra imperialista contra a União Soviética e empunharíamos armas para fazer resistência em nossa Pátria, contra um governo desses, retrógrado, que quisesse a volta do fascismo. Se algum governo cometesse esse crime, nós, comunistas, lutaríamos pela transformação da guerra imperialista em guerra de libertação nacional” (Augusto C. Buonicore, “70 anos da cassação dos mandatos do Partido Comunista do Brasil”, em Congresso em Foco, 21/02/2018).


Esta pergunta capciosa demonstrou que o Brasil não era a democracia que se pretendia com Gaspar Dutra, apenas um governo subordinado a interesses ideológicos distintos de Luiz Carlos Prestes e com o qual não poderia conviver.


São estes os 108 parlamentares, com seus partidos e Estados, que agem ideologicamente ou por mero oportunismo político ao pedirem impeachment do Presidente Lula: Abilio - PL – MT; Adilson Barroso PL – SP; Adriana Ventura Novo – SP; Afonso Hamm PP – RS; Alberto Fraga PL – DF; Alfredo Gaspar União Brasil – AL; Amália Barros PL – MT; André Fernandes PL – CE; André Ferreira PL – PE; Any Ortiz Cidadania – RS; Bia Kicis PL – DF; Bibo Nunes PL-RS; Capitão Alberto Neto PL-AM; Capitão Alden PL-BA; Capitão Augusto PL-SP; Carla Zambelli PL-SP; Carlos Jordy PL-RJ; Carol de Toni PL – SC; Cel Chrisóstomo PL – RO; Chris Tonietto PL – RJ; Clarissa Tercio PP-PE; Coronel Assis União Brasil – MT; Coronel Fernanda PL-MT; Coronel Telhada PP-SP; Coronel Ulysses União Brasil – AC; Covatti Filho PP – RS; Cristiane Lopes União Brasil – RO; Daniel Freitas PL – SC; Daniela Reinehr PL – SC; Dayany Bittencourt União Brasil – CE; Delegado Caveira PL-PA; Delegado Éder Mauro PL-PA; Delegado Fabio Costa PP- AL; Delegado Palumbo MDB-SP; Domingos Sávio PL-MG; Dr. Luiz Ovando PP-MS; Dr. Fernando Maximo União Brasil – RO; Dr. Frederico PRD-MG; Dr. Jaziel PL – CE; Dr. Zacharias Calil União Brasil – GO; Eduardo Bolsonaro PL – SP; Eli Borges PL-TO; Eros Biondini PL-MG; Evair Vieira de Melo PP-ES; Fernando Rodolfo PL-PE; Filipe Barros PL – PR; Filipe Martins PL-TO; General Girão PL-RN; General Pazuello PL-RJ; Geovania de Sá PSDB – SC; Gilberto Silva PL – PB; Gilson Marques Novo – SC; Gilvan da Federal PL – ES; Giovani Cherini PL – RS; Gustavo Gayer PL-GO; Hélio Lopes PL-RJ; Jefferson Campos PL-SP; José Medeiros PL-MT; Julia Zanatta PL-SC; Junio Amaral PL-MG; Kim Kataguiri - União Brasil – SP; Lincoln Portela PL—MG; Lucas Redecker PSDB – RS; Luciano Galego PL-MA; Luiz Lima PL-RJ; Luiz Philippe PL-SP; Magda Mofatto PRD-GO; Marcel Van Hattem Novo – RS; Marcelo Álvaro Antônio PL-MG; Marcelo Moraes PL-RS; Marcio Alvino PL-SP; Marco Feliciano PL-SP; Marcos Pollon PL-MS; Mariana Carvalho Republicanos – RO; Mario Frias PL – SP; Maurício Marcon Podemos – RS; Maurício Souza PL-MG; Meira PL-PE; Messias Donato Republicanos – ES; Miguel Lombardi PL-SP; Nelsinho Padovani PL-PE; Nicoletti União Brasil – RR; Nikolas Ferreira PL-MG; Osmar Terra MDB-RS; Pastor Eurico PL-PE; Paulo Bilynskyj PL-SP; Pedro Lupion PP-PR; Pedro Westphalen PP-RS; Professor Alcides PL-GO; Ramagem PL-RJ; Reinhold Stephanes Jr PSD-PR; Ricardo Salles PL-SP; Roberta Roma PL-BA; Roberto Duarte Republicanos – AC; Roberto Monteiro PL-RJ; Rodolfo Nogueira PL-MS; Rodrigo Valadares União Brasil – SE; Rosana Valle PL-SP; Rosangela Moro União Brasil - SP; Sanderson PL – RS; Sgt Fahur PSD-PR; Sgt Gonçalves PL-RN; Silvia Waiãpi PL-AP; Silvio Antonio PL-MA; Thiago Flores MDB-RO; Zé Trovão PL-SC; Zé Vitor PL-MG; e Zucco PL-RS.


Constata-se enorme mistura de interesses e apoios, unidos apenas pelo oportunismo de sair das sombras onde vivem.


Porém eles cometem um crime: a defesa de interesse de País estrangeiro contra o Brasil.


MASSACRE DOS PALESTINOS NA POLÍTICA DE ISRAEL


Quando Lula compara a ação de Benjamin Netanyahu à de Adolf Hitler não está cometendo qualquer erro ou desvirtuamento histórico. Hitler matou ciganos, homossexuais, deficientes físicos e mentais em grande quantidade. Porém, para chamar atenção e galvanizar apoios políticos e recursos, era mais eficaz colocar seu foco numa etnia. E qual melhor do que a etnia que fora perseguida pela Igreja Católica, por governos europeus e das bordas do Mar Mediterrâneo, em passado que ainda estava na memória popular.


Veja que o Vaticano apoiou discretamente o nazismo, o mesmo ocorrendo com aristocratas ingleses, suecos e dinamarqueses; até mesmo industriais estadunidenses.


É a estratégia de Netanyahu. Galvanizar, aproveitando a “guerra contra o terror”, lançada em 2001 contra os muçulmanos por George Walker Bush, para conseguir suportes midiáticos e financeiros.


Se alguma restrição se pode fazer ao Lula não será pelas palavras, mas por ter caído no “conto do Benjamin”. Em algumas análises já se lê que o Hamas teria recebido “incentivos” de Netanyahu para o ataque de 7 de outubro de 2023.


Qual é o “conto do Benjamin”? Ser o único a ter direitos especiais por sofrer o holocausto. Mas o que é o holocausto senão o que sofreram astecas, maias e incas nas mãos dos conquistadores espanhóis após 1492? Só porque não se chamam os rei Fernando V, de Aragão, e a rainha Isabel I, de Castela, de genocidas, não significa que não houve o holocausto dos primitivos povos americanos, dizimados em 90% da população. O que ocorreu com o povo armênio, no período de 1915 a 1923, imposto pelo governo turco otomano, pode ter a justa qualificação de holocausto. Assim como as etnias e idiomas extintos pela ação “colonizadora” da Grã-Bretanha, na África e na Ásia, desde Jorge III (1760 a 1820) até a rainha Vitória (1837 a 1901).


Um governo impopular, mantido pelo radicalismo, só pode se aproveitar do que existe de mais radical, a guerra, para se manter. É o que faz Benjamin Netanyahu.


E alguns pobres de espírito, buscando espaço na mídia que não conseguem por falta de atos patrióticos, cometem o crime de defender país estrangeiro em agressão ao Brasil. Pois o Netanyahu, falando como Primeiro-ministro de Israel, e Lula, como Presidente brasileiro, são seus países que estão vocalizando suas políticas.


É a oportunidade de melhorar o nível do Congresso, promover a substituição desta centena de deputados.

 

Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.