Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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segunda-feira, 20 de junho de 2016

Meio ambiente: Brasil lidera ranking de mortes de ambientalistas em 2015, diz ONG

Segunda, 20 de junho de 2016
Maiana Diniz - Repórter da Agência Brasil
O Brasil está no topo da lista dos países onde mais ativistas ambientais e da terra foram mortos em 2015, com 50 casos, segundo o levantamento Em terreno perigoso, divulgado hoje (20) pela organização não governamental Global Witness. Em todo o mundo, foram 185 ativistas assassinados no período, segundo a entidade. É o maior número de mortes por ano de ambientalistas já registrado pela entidade e representa aumento de 59% na comparação com 2014.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

MPF divulga nota sobre conflito que matou indígena no Mato Grosso do Sul

Quarta, 15 de junho de 2016
Do MPF
Ministério da Justiça foi acionado para garantir a segurança no local 

A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal lamenta o episódio de violência ocorrido entre fazendeiros e indígenas Guarani Kaiowá da Tekoha Teyi Jusu, no município de Caarapó, no Mato Grosso do Sul, que resultou na morte do agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, além de, pelo menos, cinco indígenas feridos.

Diante da situação, o MPF solicitou ao Ministério da Justiça informações sobre as providências adotadas para resolver o problema e disponibilização de equipe pericial para colher todas as provas disponíveis, afim de subsidiar a investigação criminal dos fatos.

Leia a íntegra da nota aqui

Relembre: Os jagunços cercam os guaranis

Quarta, 15 de junho de 2016
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo

Na última terça-feira (14), um índio guarani-kaiowá foi morto e outros cinco foram feridos por fazendeiros na região de Dourados, no MS [veja aqui]. No ano passado, fomos ao estado para investigar o histórico conflito entre indígenas e latifundiários

Quem está matando os índios no Mato Grosso do Sul? Por que essas mortes se repetem? Para responder a essas perguntas a Pública escalou um repórter experiente que conta aqui suas descobertas no mundo ameaçado dos guarani-kaiowá

 
No final de outubro, eu estava internado num hospital em Porto Alegre quando recebi um whatsApp: precisa-se de repórter para viajar para o Mato Grosso do Sul (MS) a fim de investigar crimes no mundo guarani – foram 138 mortes em 2014, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

A mensagem citava os crimes mais recentes: alguém furou a barriga do cacique Elpídio, de Potrero Guasu, em setembro; jagunços mataram o guerreiro Simeão, em agosto, em Marangatu; uma criança índia sumiu durante uma escaramuça com fazendeiros, em junho, na área indígena Kurusu Amba – nesse caso, a denúncia era do Ministério Público Federal (MPF). 

Notem: era só índio tomando chumbo.

Dei uma busca no Google por “morte do índio Simeão”. Nada nos grandes portais nem nos jornalões – até aí normal. 

Vapt-vupt desconectei o soro, suspendi um exame da artéria hipogástrica e reagendei o nefrologista para novembro: a viagem era urgente porque nunca antes na história daqueles grotões foi tão quente o conflito entre índios guaranis e fazendeiros brancos.

Aluguei um carro, contratei a fotógrafa Cris Loff e toquei para as quebradas onde os ataques ocorreram – reportagem assim tem um pouco daqueles seriados do CSI, e seria bom a gente encontrar as provas na cena do crime.

Já estive no MS várias vezes. Esperava rever os mesmos atores: fazendeiros e seus pistoleiros na ofensiva, índios no modo de sobrevivência. 

Desde 2013 os fazendeiros impedem na marra que a Funai demarque as áreas indígenas, usando pistoleiros nos grotões, parlamentares no Congresso Nacional e a conveniente lerdeza do Judiciário.

Os pistoleiros são os que mais incomodam, mesmo sendo apenas a ponta do iceberg: eles fazem o serviço sujo aqui e ali, botam os funcionários da Funai para correr. Vivem protegidos nas fazendas dos mandantes, com a certeza da impunidade.

No front político, os parlamentares da chamada “bancada ruralista” conseguiram aprovar na Comissão Especial da Câmara Federal a PEC 215, uma proposta de emenda à Constituição que, se aprovada no plenário do Congresso, roubará dos índios direitos que já estão no livrinho.

Da lentidão do Judiciário eis um exemplo atual: a disputada área Marangatu, onde se deu o assassinato de Simeão, foi entregue aos indígenas em 1999, quando ele tinha apenas 8 anos. Mas os fazendeiros recorreram à Justiça e o caso subiu ao STF, de onde nunca mais saiu – Simeão foi morto aos 24 em terra guarani sub judice…

A rigor, os índios têm do seu lado apenas o Cimi. É verdade que existem alguns burocratas bem-intencionados em repartições do governo Dilma, mas estes estão quase imobilizados para não melindrar o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Leia a íntegra