Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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segunda-feira, 21 de abril de 2025

Líder camponês é morto com tiro na cabeça na mesma cidade em que Dorothy Stang foi assassinada

Segunda, 21 de abril de 2025

Ronilson Santos foi executado na ‘sexta-feira da paixão’, dias após denunciar ação de madeireiros em Anapu (PA)


Brasil de Fato — São Paulo (SP)
21.abr.2025

Liderança comunitária no Pará e defensor de um assentamento rural do Vale do Pacuru contra a investida de madeireiros, Ronilson de Jesus Santos, de 53 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça no quintal de sua casa. A execução aconteceu na última sexta-feira (18) na cidade de Anapu, a mesma onde a missionarária estadunidense Dorothy Stang foi morta vinte anos antes.

Faltava pouco para o almoço e o caçula de seus três filhos saiu para buscar um peixe, o deixando sozinho em casa. Ao voltar, encontrou Ronilson sem vida. Integrante da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf), o agricultor estava à frente do assentamento Virola-Jatobá, um Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) onde vivem 120 famílias.

sexta-feira, 28 de março de 2025

Fazendeiros armados atacam acampamento do MST no extremo-sul da Bahia

Sexta, 28 de março de 2025

Famílias foram surpreendidas com ameaças e disparos de arma de fogo; uma pessoa foi agredida e sofreu lesão


Brasil de Fato — Salvador (Ba)
Na manhã desta sexta-feira (28), um grupo de fazendeiros armados, muitos deles encapuzados, invadiu de forma violenta o Acampamento Lindaura Ferreira Lima, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Guaratinga, extremo-sul da Bahia. Segundo o movimento, as famílias agricultoras foram surpreendidas por diversas caminhonetes na entrada do acampamento. Os homens fizeram disparos de arma de fogo e ameaçaram os acampados, exigindo que abandonassem o local.

Durante o ataque, um morador foi agredido e teve o braço fraturado. O MST denuncia que o grupo invasor segue intimidando a comunidade, e que a ação caracteriza uma tentativa de despejo ilegal, feita sem mandado judicial.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Violência no campo —Agricultor e liderança da luta pela terra é morto a tiros em Vitória do Xingu (PA)

Quinta, 13 de fevereiro de 2025

Ednaldo Palheta da Cunha era presidente da Associação dos Pequenos Agricultores do KM 40
 
crime ocorreu diante do filho do agricultor, de 11 anos — Reprodução/Redes sociais/MAB

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 13 de fevereiro de 2025

O agricultor Ednaldo Palheta da Cunha, liderança de um acampamento em Vitória do Xingu (PA), foi morto a tiros na noite de terça-feira (11). Ele era presidente da Associação dos Pequenos Agricultores do KM 40.

O crime ocorreu diante do filho do agricultor, de 11 anos. Conforme o relato da criança à polícia, obtido pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do qual Ednaldo participava, dois homens de capacete abordaram Ednaldo em uma estrada na zona rural do município e, em seguida, atiraram. A vítima ainda teria tentado fugir, mas morreu no local.

domingo, 4 de agosto de 2024

Violência no campo —Acampamento do MST em Dourados (MS) sofre ataque com tiros e fogo; dezenas de pessoas passaram mal

Domingo, 4 de agosto de 2024
Segundo moradores, fogo foi causado por jagunços que chegaram a atirar em agricultores - Divulgação/MST

Ação ocorreu horas após ataque à Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica e movimento vê retaliação

Cristiane Sampaio
Brasil de Fato / Brasília | 04 de agosto de 2024

Após ataque às comunidades que atuam em uma área retomada na Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica, em Mato Grosso do Sul, uma nova ocorrência alarmou a região. Um incêndio causado, segundo relatos dos moradores, por jagunços que agem a mando de fazendeiros, ocorreu ao redor de um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) localizado nas proximidades do primeiro ataque, em Dourados (MS), onde vivem cerca de 300 famílias de agricultores. O grupo também atirou contra agricultores.

O fogo começou na noite de sábado (3), horas depois do incidente na TI, e veio a público somente neste domingo (4). Lideranças da organização associam a ocorrência às manifestações de solidariedade que o MST costuma fazer junto ao povo da Terra Indígena.

“Eles não mencionaram diretamente alguma ligação disso com a nossa relação com a terra indígena, mas a gente sabe que tem a ver com isso porque o MST está junto de todas as ações que os indígenas fazem e vice-versa. E ontem à tarde teve o ataque lá ao local deles, que fica perto do acampamento, para quem vem de carro”, afirma a liderança ouvida pela reportagem, que prefere não ser identificada por temer perseguições.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

VIOLÊNCIA NO CAMPO —Jovem liderança Pataxó Hã-hã-hãe é assassinado no sul da Bahia

Sexta, 22 de dezembro de 2023
Cacique Lucas Pataxó Hã-hã-hãe foi vítima de uma emboscada na noite de ontem (21) em Pau Brasil (BA)

Brasil de Fato Bahia
Da Redação
Salvador | 22 de dezembro de 2023

Cacique Lucas Pataxó Hã-hã-hãe era uma jovem liderança na Aldeia de Caramuru Catarina Paraguassu - REDE

O jovem cacique Lucas Pataxó Hã-hã-hãe, de apenas 31 anos, foi assassinado na noite de ontem (21), quando retornava da cidade de Pau Brasil, no extremo sul da Bahia, para a aldeia Caramuru Catarina Paraguassu.

De acordo com informações do Movimento Unido dos Povos e Organizações da Bahia (Mupoiba) e da polícia civil, dois homens em uma moto atiraram contra cacique Lucas, que estava em sua moto, com o filho na garupa.

domingo, 3 de setembro de 2023

VIOLÊNCIA NO CAMPO —Três pessoas são baleadas em comunidade tradicional no norte da Bahia; Comissão Pastoral da Terra denuncia tentativa de grilagem

Domingo, 3 de setembro de 2023

As famílias camponesas da região ocupam tradicionalmente o território há mais de 150 anos e são considerados povos de Fundo e Fecho de Pasto - ©Andressa Zumpano / CPT

A entidade já havia alertado sobre a presença de homens armados na região de Campo Alegre de Lourdes (BA)

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 03 de Setembro de 2023

Um ataque a tiros feriu três moradores de comunidades tradicionais do território de Angico dos Dias, em Campo Alegre de Lourdes (BA), no último sábado (02). Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), duas vítimas são moradoras da região, e a outra é um agente da CPT da Diocese de Juazeiro (BA).

Segundo a entidade, um dos atingidos pelos disparos passou por cirurgia neste domingo (3) e segue em recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As outras duas pessoas já receberam alta.

As comunidades atribuem o atentado a um grileiro da região. A Polícia Civil investiga se os crimes estão ligados a conflito de terra.


Ainda na quarta-feira (30), o Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre de Lourdes publicou uma carta denunciando uma tentativa de grilagem de terras na região.

No texto, a entidade afirma que “há seis dias, os/as trabalhadores/as rurais estão convivendo com pessoas estranhas em seu território, seguranças particulares armados e ameaças constantes".

A área onde teria ocorrido a invasão fica na divisa com os municípios de Caracol e Guaribas (PI), a cerca de 700 metros da PI-470 e próxima ao Parque Nacional Serra das Confusões.

Foto de uma das vítimas dentro do hospital/ CPT

De acordo com dados levantados pela Comissão Pastoral da Terra, mais de 70% do território tradicional das comunidades de Angico dos Dias é ameaçado por processos de grilagem.

As famílias camponesas da região ocupam tradicionalmente o território há mais de 150 anos e são considerados povos de Fundo e Fecho de Pasto.


Esse modo de vida é exclusivo da Caatinga e se caracteriza pelo uso comunitário da terra e a tradição secular de criar os animais soltos. São contabilizadas mais de mil comunidades tradicionais, todas na região Norte e Oeste da Bahia.

As comunidades têm, também, como característica o uso comunitário da terra por meio da agricultura familiar e mantendo tradições herdadas dos seus antepassados, a exemplo das manifestações culturais e religiosas.

Edição: Geisa Marques

domingo, 23 de abril de 2023

27 ANOS —"Carajás não foi ato isolado", afirma fotógrafo que registrou as consequências do massacre

Domingo, 23 de abril de 2023

Massacre de Eldorado do Carajás completou 27 anos e segue como símbolo de impunidade no campo - João Roberto Ripper

Com um olhar poético e investigativo o fotógrafo João Roberto Ripper registrou diferentes violações de direitos humanos

Rádio Brasil de Fato
Anelize Moreira 22 de Abril de 2023

Para mim marcou muito, foi o início de uma coisa que infelizmente hoje é chamada de 'necropolítica'

No dia 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores rurais sem terra foram assassinados pela Polícia Militar do Pará no episódio que ficou conhecido como Massacre de Eldorado dos Carajás. Mais duas pessoas perderam a vida por conta da ação policial, totalizando 21 mortes e dezenas de pessoas feridas. As que sobreviveram trazem na memória as imagens do terror daquele dia.

Imagem na memória

As famílias do então Acampamento Formosa deram início a uma grande marcha rumo à Belém para reivindicar a desapropriação da Fazenda Macaxeira. Os manifestantes foram surpreendidos por um ônibus cheio de policiais que para liberar a estrada ocupada pela marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), começaram a atirar contra os manifestantes.


“Lembro bem quando consegui sair da margem do asfalto e chegar até uma casa onde estavam muitos companheiros, já tinha um amigo de infância também adolescente com um tiro no olho e tinha uma repórter lá. Quando eu vi que soldados estavam se aproximando, eu corri para o mato e não consegui avisar minha mãe e os meus irmãos. A partir do momento que a notícia saiu do perímetro da curva do S, a chacina ganhou uma dimensão internacional”, relata Batista do Nascimento da Silva, que tinha 15 anos à época do Massacre de Eldorado dos Carajás e participava da marcha.


O sobrevivente do massacre é hoje militante sem-terra, e diz que a primeira imagem que tem na memória deste dia é a morte dos sonhos daqueles que estavam ali. Batista continua na luta para dar continuidade aos que foram assassinados.

“Eram centenas de mulheres, crianças e homens que tinham um sonho em comum, que era ter a posse de terra para trabalhar, produzir, ter sustento e dignidade. E tu perceber que o Estado na condição de quem tem o dever de garantir essa acessibilidade promovendo uma chacina, ceifando vidas interrompendo esses sonhos de homens e mulheres que ali estavam naquele dia”, diz Silva, sobrevivente do massacre. Dos 155 policiais envolvidos na operação, apenas dois foram condenados.

Batista conversou com o Brasil de Fato em 2022, enquanto estava à caminho da chamada "Curva do S", para as atividades que marcaram os 26 anos do massacre. Na "Curva do s" as famílias sobreviventes que hoje vivem no assentamento 17 de abril participam de um ato ecumênico no exato local da brutalidade, na BR-155.


Imagem na fotografia

Alguns fragmentos dessa memória de Batista estão eternizados pelas lentes do fotógrafo João Roberto Ripper, já conhecido na época pela sua atuação nos direitos humanos. Ele foi ao velório dos sem-terra e registrou o desalento das famílias sobreviventes. As fotos mais famosas são dele e do colega Sebastião Salgado. Ripper ressalta que assim que soube do massacre pediu dinheiro emprestado e foi até o Pará, para denunciar com a fotografia a violência da polícia contra os sem terra.


“Foi muito difícil para mim. Lá tinha vários fotógrafos, Salgado, eu, e o Nelson Mancini que foi chamado pela Comissão de Direitos Humanos para refazer a autópsia, porque a autópsia que tinha sido feita antes foi toda maquiada. Fiz as fotos de todos os corpos. E aquilo foi muito doloroso, me emocionei. Naquele momento entendi, porque alguns estavam machucados, e me explicaram que é como se você fosse baleado, já estava para morrer, mas vai lá e ratifica a morte”, lembra o fotógrafo.

Ação da PM do Pará matou 21 sem terra; dos 155 policiais envolvidos só dois oficiais foram condenados / João Roberto Ripper

Denúncias e anúncios

Com quase 50 anos de fotografia, Ripper tem uma trajetória marcada por registros de violências e desigualdades sociais, mas também voltada para a beleza das histórias de pessoas como ele mesmo nomeia “esquecidas” nos interiores do país.

“Para mim marcou muito, foi o início de uma coisa que infelizmente hoje a gente vive com uma intensidade brutal no país, que tem como política a necropolítica, que é ‘vamos matar aqueles que não interessam a nós’, nós, os poderosos, os ricos. Então esse massacre acaba sendo um marco que se espalha por outros massacres, como o que acontece no Rio de Janeiro contra os negros”.


Ripper mergulhou no trabalho escravo Brasil afora, testemunhou indígenas serem expulsos de suas terras, e outras situações de violência. Ele se afastou das redes sociais, pois começou a ser ameaçado pela publicação de trabalhos, como foi o caso de Carajás. Ele recebeu mensagens de ódio, ataques às vítimas de uma violência brutal e a criminalização do massacre.

Com um olhar poético e investigativo o fotógrafo João Roberto Ripper registrou diferentes violações de direitos humanos e foi reconhecido por diversos prêmios nacionais e internacionais / Ana Mendes

Democratização na fotografia

Para ele, o fotógrafo é testemunha dos fatos e deve usar a fotografia para denunciar as violações. Ressalta que se a grande mídia não está fazendo o seu papel e apenas servindo ao poder, ele defende que é preciso formar comunicadores e fotógrafos populares.

As apanhadoras de flores sempre-vivas em Minas Gerais / João Roberto Ripper

“A fotografia brasileira é predominantemente masculina, é o homem, se exclui mulheres, negros, indígenas, LGBTQIA+... E assim foi na história do mundo. Então hoje eu luto para trazer todas essas pessoas. Por exemplo, formamos fotógrafos na favela em projeto na Maré, em mais de 60 pessoas hoje que vivem da fotografia e estão fazendo trabalhos de denúncia de direitos humanos. Mas temos que formar também em todos os cantos fotógrafos populares”.

Ripper já realizou diversas exposições e foi reconhecido pelo seu trabalho com diversos prêmios. Ele comenta que tirar fotos do celular é uma técnica que pode ser aprimorada e levada a sério. “O celular é um elemento de democratização da fotografia, se a gente colocar cada vez mais pessoas trocando experiências e técnicas. É claro, continuar fotografando com as câmeras, mas entender que dá para fazer muita coisa importante pelo celular”.

Edição: Douglas Matos e Daniel Lamir

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Justiça suspende atividades de empresa que atua como milícia em fazendas no Pará

Quarta, 16 de outubro de 2019
Apesar de já possuírem títulos de uso das suas terras – no caso dos assentados da Comunidade Flor do Brasil e do projeto de assentamento Diamante –, ou de o uso da área já estar em fase de autorização pela União – caso da comunidade do Lago dos Macacos –, as famílias vinham sendo intimidadas e expulsas com violência.

Do MPF
Também foram suspensas as atividades de demarcação e expansão de limites das áreas de imóveis rurais dos contratantes da empresa
Texto: 'Violência no campo' escrito sobre fundo cor vinho.
Arte: Ascom/MPF/PA
Assinada nessa terça-feira (15) pelo juiz federal Heitor Moura Gomes, a decisão também suspende as atividades de demarcação e expansão das fazendas, e o contrato da empresa Marca com os demais réus da ação, os fazendeiros Marcos Antônio Fachetti, Marcos Antônio Fachetti Filho e Rafael Bemerguy Sefer, filho do ex-deputado estadual Luiz Sefer.A Justiça Federal suspendeu as atividades da empresa de vigilância e segurança Marca no entorno da região do Lago dos Macacos, do projeto de assentamento Diamante e da Associação Flor do Brasil, entre os municípios de Marabá e Itupiranga, no sudeste do Pará. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a empresa vem atuando como milícia armada contratada por fazendeiros para ameaçar e expulsar moradores de área ribeirinha que pertence à União.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

MPF vai acompanhar as investigações do assassinato de Carlos Cabral em Rio Maria (PA)

Quarta, 12 de junho de 2019
Do MPF
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais foi morto a tiros ontem (11), na cidade que tem um histórico sangrento de lideranças mortas por conflitos agrários
Arte: Ascom/MPF-PA
Arte: Ascom/MPF-PA
O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento para acompanhar as investigações sobre o assassinato a tiros do sindicalista Carlos Cabral Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rio Maria, no sudeste do Pará. 

O crime aconteceu ontem (11) e o acompanhamento do MPF se iniciou com pedidos de informações às Polícia Civil e Militar em Rio Maria, à Delegacia de Conflitos Agrários em Marabá, ao Ministério Público do Estado do Pará, à Delegacia da Polícia Federal em Redenção, ao Sindicato que a vítima presidia e à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB), ao qual era filiado.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Com falas de ameaçados de morte, Ato Denúncia pede fim da violência no campo

Quarta, 4 de maio de 2017
Paulo Victor Chagas - da Agência Brasil
Criticando o Estado como “agente ativo” no fomento à violência no campo e classificando a lista de propostas legislativas que afetam os direitos humanos como “longa, enfadonha e trágica”, pelo menos 21 entidades e movimentos da sociedade civil se reuniram nessa terça-feira (23) em Brasília para um Ato Denúncia. O aumento no número de assassinatos, atos violentos e projetos de lei contrários à política da reforma agrária fez com que o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, fizesse um evento em que fossem debatidas ações emergenciais.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Violência no campo: PFDC divulga nota sobre morte do trabalhador rural Ronair José de Lima

Sexta, 5 de agosto de 2016
Do MPF
Liderança na luta pelo direito à terra, Ronair foi assassinado em emboscada no Complexo Divino Pai Eterno, município de São Félix do Xingu, no Pará
Violência no campo: PFDC divulga nota sobre morte do trabalhador rural Ronair José de Lima
Arquivo ANPR/Fotos públicas 
 
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal, lançou nota pública de pesar pela morte do trabalhador rural e presidente da Associação Terra Nossa, Ronair José de Lima – assassinado nessa quinta-feira, 4 de agosto, por arma de fogo, em emboscada no Complexo Divino Pai Eterno, município de São Félix do Xingu, no Pará.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

MPF divulga nota sobre conflito que matou indígena no Mato Grosso do Sul

Quarta, 15 de junho de 2016
Do MPF
Ministério da Justiça foi acionado para garantir a segurança no local 

A Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal lamenta o episódio de violência ocorrido entre fazendeiros e indígenas Guarani Kaiowá da Tekoha Teyi Jusu, no município de Caarapó, no Mato Grosso do Sul, que resultou na morte do agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, além de, pelo menos, cinco indígenas feridos.

Diante da situação, o MPF solicitou ao Ministério da Justiça informações sobre as providências adotadas para resolver o problema e disponibilização de equipe pericial para colher todas as provas disponíveis, afim de subsidiar a investigação criminal dos fatos.

Leia a íntegra da nota aqui

domingo, 8 de maio de 2016

Carta Aberta das Mães Sem Terra

Domingo, 8 de maio de 2016
"Todas temos origem humilde. Muitas de nós gostaríamos de ter podido sentar nos bancos de escola e assim entender melhor o mundo em que vivemos. Não nos foi dado esse direito. Em nosso país leis são justiça para os ricos e punição para os pobres. Parecem não ter alma. Parecem não ter carne. Preocupação social. Sabem os senhores, quantas crianças estão em nosso meio? Sabem o que fazíamos antes de conseguirmos abrigo e sonhos aqui embaixo de lonas pretas? Sabem da fome? Sabem do choro de nossas crianças, frente às ameaças de violência? Sabem da dor de ver os nossos filhos pisoteados, feridos à bala, mortos, como as mães de nossos companheiros de Eldorado de Carajás? Sabem os senhores o que é dor? Devem saber. Devem saber do riso e da fartura. Devem saber do dormir sem choro de criança com fome. Com a humildade que temos, mas com a coragem que aprendemos, nós lhe dizemos: não recuaremos um passo da decisão de lutar pela terra. A justiça pra nós é aquela que reparte o pão, que reparte a riqueza, que só pode ser reconhecida como o fruto do trabalho, da vida. Após 500 anos de escravidão e opressão de exclusão e ignorância, de pobreza e miséria, chegou o tempo de repartir, chegou o tempo da nossa justiça, que pra muitos pode não ser legal, mas que não há um jurista no mundo que nos diga que não seja legítima. Não queremos enfrentar armas, animais e homens. Nem homens, animais e armas. Mas nós os enfrentaremos. E voltaremos de novo. E cem vezes. E duzentas vezes. Porque os corpos podem ser destruídos pela violência da polícia. Mas os sonhos nem a mais potente arma poderá destruir. Nós somos aquelas que parimos mais que filhos. Parimos os homens do futuro. Nossos filhos serão educados sobre nossas terras libertas ou aqui, debaixo de nossas lonas pretas. Aprenderão a ler, a escrever, coisa que muitos dos nossos não podem fazer. Viverão para entender das leis. Para mudá-las. Para fazê-las de novo, a partir das necessidades do nosso povo." Carta Aberta das Mães Sem Terraganhar dinheiro
"Todas temos origem humilde. Muitas de nós gostaríamos de ter podido sentar nos bancos de escola e assim entender melhor o mundo em que vivemos. Não nos foi dado esse direito.

Em nosso país leis são justiça para os ricos e punição para os pobres. Parecem não ter alma. Parecem não ter carne. Preocupação social.

Sabem os senhores, quantas crianças estão em nosso meio?

Sabem o que fazíamos antes de conseguirmos abrigo e sonhos aqui embaixo de lonas pretas? Sabem da fome? Sabem do choro de nossas crianças, frente às ameaças de violência? Sabem da dor de ver os nossos filhos pisoteados, feridos à bala, mortos, como as mães de nossos companheiros de Eldorado de Carajás? Sabem os senhores o que é dor?

Devem saber. Devem saber do riso e da fartura. Devem saber do dormir sem choro de criança com fome.

Com a humildade que temos, mas com a coragem que aprendemos, nós lhe dizemos: não recuaremos um passo da decisão de lutar pela terra.

A justiça pra nós é aquela que reparte o pão, que reparte a riqueza, que só pode ser reconhecida como o fruto do trabalho, da vida.

Após 500 anos de escravidão e opressão de exclusão e ignorância, de pobreza e miséria, chegou o tempo de repartir, chegou o tempo da nossa justiça, que pra muitos pode não ser legal, mas que não há um jurista no mundo que nos diga que não seja legítima.


Não queremos enfrentar armas, animais e homens. Nem homens, animais e armas. Mas nós os enfrentaremos. E voltaremos de novo.

E cem vezes. E duzentas vezes. Porque os corpos podem ser destruídos pela violência da polícia. Mas os sonhos nem a mais potente arma poderá destruir.

Nós somos aquelas que parimos mais que filhos. Parimos os homens do futuro. Nossos filhos serão educados sobre nossas terras libertas ou aqui, debaixo de nossas lonas pretas. Aprenderão a ler, a escrever, coisa que muitos dos nossos não podem fazer.

Viverão para entender das leis. Para mudá-las. Para fazê-las de novo, a partir das necessidades do nosso povo."


Fonte: WhatsApp
"Todas temos origem humilde. Muitas de nós gostaríamos de ter podido sentar nos bancos de escola e assim entender melhor o mundo em que vivemos. Não nos foi dado esse direito. Em nosso país leis são justiça para os ricos e punição para os pobres. Parecem não ter alma. Parecem não ter carne. Preocupação social. Sabem os senhores, quantas crianças estão em nosso meio? Sabem o que fazíamos antes de conseguirmos abrigo e sonhos aqui embaixo de lonas pretas? Sabem da fome? Sabem do choro de nossas crianças, frente às ameaças de violência? Sabem da dor de ver os nossos filhos pisoteados, feridos à bala, mortos, como as mães de nossos companheiros de Eldorado de Carajás? Sabem os senhores o que é dor? Devem saber. Devem saber do riso e da fartura. Devem saber do dormir sem choro de criança com fome. Com a humildade que temos, mas com a coragem que aprendemos, nós lhe dizemos: não recuaremos um passo da decisão de lutar pela terra. A justiça pra nós é aquela que reparte o pão, que reparte a riqueza, que só pode ser reconhecida como o fruto do trabalho, da vida. Após 500 anos de escravidão e opressão de exclusão e ignorância, de pobreza e miséria, chegou o tempo de repartir, chegou o tempo da nossa justiça, que pra muitos pode não ser legal, mas que não há um jurista no mundo que nos diga que não seja legítima. Não queremos enfrentar armas, animais e homens. Nem homens, animais e armas. Mas nós os enfrentaremos. E voltaremos de novo. E cem vezes. E duzentas vezes. Porque os corpos podem ser destruídos pela violência da polícia. Mas os sonhos nem a mais potente arma poderá destruir. Nós somos aquelas que parimos mais que filhos. Parimos os homens do futuro. Nossos filhos serão educados sobre nossas terras libertas ou aqui, debaixo de nossas lonas pretas. Aprenderão a ler, a escrever, coisa que muitos dos nossos não podem fazer. Viverão para entender das leis. Para mudá-las. Para fazê-las de novo, a partir das necessidades do nosso povo." Carta Aberta das Mães Sem Terraganhar dinheiro

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Anistia critica omissão do Estado na morte de líder rural no Maranhão

Terça, 29 de dezembro de 2015
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
A Anistia Internacional classificou como “falha sistêmica do Estado brasileiro” a morte do líder rural Antônio Izídio Pereira”, no Maranhão. Desaparecido desde o dia 20 deste mês, ele foi encontrado morto no dia 24 de dezembro.
A organização diz, em nota divulgada hoje (29), que, um dia antes do seu desaparecimento, Antônio Izídio havia dito que denunciaria o desmatamento, em Vergel, região a 50 quilômetros da cidade de Codó, no interior do Maranhão, onde residia. A localidade, segundo a Anistia, é habitada por pequenos agricultores que sofrem pressão de grileiros. “Antônio Izídio era uma das lideranças comunitárias que vinham denunciando a ação de madeireiros e grileiros nos últimos anos na região, sofrendo ameaças de morte e intimidações por conta disso”.
A Anistia informa ainda que não houve instauração de inquérito policial sobre o caso e que a morte não está sendo investigada. “O registro de óbito não foi feito e não foi realizada qualquer perícia sobre o corpo, que foi enterrado em uma “cova rasa” envolto em uma rede e um saco plástico”, diz a nota.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Comissão Pastoral da Terra (CPT) considera reforma agrária do governo Dilma a pior dos últimos 20 anos

Quinta, 8 de janeiro de 2015
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil

A diminuição de desapropriações de terra, da quantidade de famílias assentadas e de novas demarcações de terras de indígenas e quilombolas levou a Comissão Pastoral da Terra (CPT) a classificar os números da reforma agrária no primeiro governo da presidenta Dilma Rousseff como “os piores dos últimos 20 anos”.
A afirmação consta de balanço divulgado hoje (7) pela comissão, dois dias após a nova ministra da Agricultura, Katia Abreu, ter dito que não existem mais latifúndios no país e negado a necessidade de uma reforma agrária ampla.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Massacre de Felisburgo: começa hoje mais uma tentativa de julgamento

Quinta, 10 de outubro de 2013
Da Agência Brasil
Quatro acusados do Massacre de Felisburgo (MG) começam a ser julgados agora de manhã no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. São eles o fazendeiro acusado de ser o mandante do crime, Adriano Chafik, e mais três réus. Esta é a quarta tentativa de julgar os acusados, já que manobras da defesa impediram as outras sessões - duas delas só neste ano.

O crime ocorreu em 20 de novembro de 2004, no acampamento Terra Prometida, na Fazenda Nova Alegria, em Felisburgo (MG), a 736 quilômetros de Belo Horizonte. Cinco trabalhadores rurais sem terra foram assassinados a tiros e pelo menos 20 pessoas ficaram feridas. Morreram os agricultores Iraguiar Ferreira da Silva, de 23 anos; Miguel Jorge dos Santos (56); Francisco Nascimento Rocha (72); Juvenal Jorge da Silva (65) e Joaquim José dos Santos (48).

Chafik Luedy e os três réus respondem pelos crimes de formação de quadrilha, homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio. As penas, caso sejam condenados, podem chegar a 30 anos de prisão.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

“Prefiro me arriscar do que ficar com a escolta”

Quarta, 25 de setembro de 2013
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo

        Por Elaíze Farias                       

Líder extrativista ameaçado de morte no sul do Amazonas denuncia despreparo e abuso dos policiais enviados pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos para protegê-lo

“Fiquei doente e deprimido, quase tive um infarto. Para mim chega: pedi a suspensão da escolta”. Antônio Vasconcelos, de 59 anos, é pastor evangélico e principal liderança da unidade de conservação Reserva Extrativista do rio Ituxi, localizada no município de Lábrea, no sul do Amazonas. Único amazonense com direito à escolta do Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos, está cansado da “falta de preparo” das guarnições destacadas para lhe proteger a mando da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH). Por ter sofrido “agressão verbal e autoritarismo”, diz Antônio, ele prefere “se arriscar” a ter que continuar com a escolta. O pedido de suspensão da proteção policial foi enviado no último dia 23 de agosto para a Secretaria. Na carta, Antônio reclama de estar longe da sua comunidade, sem condições financeiras e afirma “Eu não possuo mais condições emocionais para estar nessa situação”

Hoje, o pastor sente-se abatido, deprimido e doente: meses atrás precisou se internar em um hospital em Porto Velho (RO) por causa do estresse. No início de setembro, esteve em Manaus para firmar uma parceria com o Ibama. Veio sozinho, pois a escolta só lhe acompanha dentro do limite de Lábrea, e conversou longamente com a Pública.

Até dois anos atrás, Antônio Vasconcelos era alvo permanente de fazendeiros que ocupam irregularmente imensas extensões de terras públicas em Lábrea, município localizado na região conhecida como Arco do Desmatamento. No dia 23 de novembro de 2011, eles haviam decidido que chegara a vez do pastor “tombar” – o mesmo que ser assassinado, no vocabulário local. Naquele dia, segundo relatos, dois pistoleiros estavam perto da sua casa, em um hotel da cidade, aguardando o momento certo para disparar contra ele.

Os pistoleiros só não contavam com a coincidência da data. Também no dia 23 de novembro, um grupo de 13 policiais da Força Nacional de Segurança Pública chegava à cidade para iniciar a escolta do pastor. A guarnição chegara subitamente; Vasconcelos só havia sido informado que eles chegariam a qualquer momento. “Os policiais bateram na minha porta e anunciaram o início da escolta. Me explicaram como seria e depois foram se hospedar em um hotel”. E os pistoleiros? “Fugiram”. Ele conta que soube da presença de seus possíveis assassinos por uma camareira do hotel. “Ela ouviu a conversa deles. Quando viram que os policiais chegaram, um deles pegou o celular e ligou para alguém, dizendo ‘sujou, sujou, tem um monte de polícia aqui. Não dá mais para fazer o trabalho’. Decidiram ir embora”.
Criando uma reserva e fugindo das balas

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Justiça do Pará condena mandante do assassinato de Dorothy Stang a 30 anos de prisão

Sexta, 20 de setembro de 2013
Da Agência Brasil
A Justiça do Pará condenou, no fim desta noite de hoje (19), o fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, a 30 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, pela morte da missionária Dorothy Stang, na qualidade de coautor e mandante do crime. O julgamento, o quarto realizado após recursos dos advogados, durou mais de 14 horas. A sentença foi lida pelo juiz Raimundo Moisés Alves Flexa.

Dorothy Stang foi morta a tiros no município de Anapu, no sudoeste paraense, em 12 de fevereiro de 2005. De acordo com o Ministério Público, ela foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram disputadas por fazendeiros e madeireiros da região.

sábado, 31 de agosto de 2013

Justiça Federal condena três réus por participação na Chacina de Unaí

Sábado, 31 de agosto de 2013
Kelly Oliveira, repórter da Agência Brasil
A Justiça Federal em Minas Gerais condenou na madrugada de hoje (31) três réus acusados de participação no assassinato de três auditores fiscais do Trabalho e de um motorista do Ministério do Trabalho. O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2004, na cidade de Unaí (MG), e ficou conhecido como Chacina de Unaí. No total, oito pessoas são acusadas de cometer os crimes.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Corpo de trabalhador rural é encontrado em fazenda que tem entre os acionistas o banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity

Sexta, 23 de agosto de 2013
Alex Rodrigues Repórter Agência Brasil
Brasília – A Polícia Civil do Pará localizou ontem (22) na Fazenda Lagoa do Triunfo, em São Félix do Xingu, sul do estado, o corpo do trabalhador rural Welbert Cabral Costa, 26 anos, desaparecido desde 24 de julho. Segundo organizações civis de defesa dos direitos humanos como a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Comissão Estadual de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o tratorista foi morto por seguranças da propriedade, na qual trabalhava, ao cobrar R$ 18 mil de direitos trabalhistas.