Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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sábado, 6 de maio de 2023

"UMA VERGONHA" —Lula critica silêncio em caso Assange e defende movimento mundial por "liberdade de denunciar"

Sábado, 6 de maio de 2023
Presidente cobrou posicionamento da imprensa e disse que prisão de fundador do Wikileaks ameaça liberdade de expressão

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 06 de Maio de 2023

Perseguido pelo governo norteamericano, Assange denunciou crimes de guerra dos EUA

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu uma "bronca" na imprensa durante entrevista coletiva concedida neste sábado (6) em Londres, onde o petista participou de encontros diplomáticos e compareceu à coroação do rei Charles III.

O presidente cobrou posicionamento da categoria a respeito da perseguição ao jornalista Julian Assange, que segue preso na capital da Inglaterra, vítima de perseguição judicial protagonizada pelos Estados Unidos.

"É um negócio maluco. A gente briga e fala em liberdade de expressão. O cara [Assange] está preso porque denunciou as falcatruas. E a imprensa não se mexe na defesa desse jornalista. Eu sinceramente não consigo entender", afirmou Lula.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Consciência Negra foi parar no banco dos réus

Sexta, 7 de janeiro de 2022

Vice-diretora do CEF 1 da Estrutural – escola que foi militarizada pela programa implantado pelo governador Ibaneis Rocha, e pelo então secretário de Educação, Rafael Parente -, a professora Luciana Martins, não quis comentar a iniciativa da entidade representativa dos oficiais da PM. “Não tenho nem palavras para comentar essa afronta à ação pedagógica – disse ela.

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Chico Sant’Anna

Foi parar na justiça o caso dos cartazes alusivos ao Dia da Consciência Negra feitos por alunos do Centro de Ensino Fundamental nº 1, uma escola pública da Cidade Estrutural. A Associação dos Oficiais da Polícia Militar do DF (ASOF–DF) ingressou com ação na Vara da Fazenda Pública contra o governo do Distrito Federal, pedindo uma reparação da imagem da corporação por danos morais no valor de R$ 50 mil. A escola é uma das primeiras que teve a gestão militarizada pelo governo de Ibaneis Rocha.

A programação organizada pela escola para o dia 20 de Novembro foi variada. Incluiu a produção de ilustrações – tirinhas, cartazes e painéis – representando o dia da Consciência Negra – material que foi exposto em murais espalhados pela escola. Além dos cartazes, a programação incluiu rodas de capoeira, oficinas de penteados afros, painéis fotográficos com fotos dos próprios estudantes negros, homenagens a Zumbi dos Palmares, enfim, atividades que combatessem a discriminação racial e defendessem a igualdade de direitos.

Não é assim que a associação dos oficiais da PM entendeu. Ela afirma que a programação resultou numa “mensagem preconceituosa contra a corporação”. “Vários dos painéis expostos em toda a escola traziam a ilustração de policiais militares abordando pessoas negras, de forma flagrantemente autoritária, coercitiva e punitiva, evidenciando uma imagem distorcida e preconceituosa do trabalho realizado pela polícia, muito diferente do cenário preconceituoso representado naqueles desenhos. […] chamou especial atenção e gera irremediável irresignação e repúdio a ilustração inequívoca de um policial militar fardado, onde, junto à sigla “PM” desenhou-se o símbolo da suástica, representativa do Nazismo Alemão” – descreve a ação que corre na 7º Vara da Fazenda Pública.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Sinjorba e Fenaj condenam mais uma atitude agressiva do bolsonarismo contra a imprensa

Segunda, 13 de dezembro de 2021

Escrito por Sinjorba 12 de dezembro de 2021


No final da tarde deste domingo (12) o Sinjorba e a Fenaj emitiram uma nota na qual condenam a atitude de seguranças e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que agrediram os colegas Chico Lopes/Dario Cerqueira (TV Aratu) e Camila Marinho/Clesriton Santana (TV Bahia), que trabalham cobrindo a visita da comitiva presidencial ao município de Itamaraju, Extremo Sul da Bahia. Veja íntegra do documento.

NOTA

Agressão de seguranças e apoiadores de Bolsonaro a jornalistas na Bahia são a face de um governo autoritário e violento

Em mais um caso de ataque ao trabalho da imprensa, duas equipes de reportagem – TV Aratu e TV Bahia – foram agredidas neste domingo (12) em Itamaraju, Extremo Sul do Estado, por seguranças e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Durante o episódio, mais um que se soma ao rol de fatos idênticos que envolvem este governo autoritário e violento, os colegas Chico Lopes e Dario Cerqueira (Aratu) e Camila Marinho e Clesriton Santana (Bahia) foram atacados para impedir que eles se aproximassem do presidente.

Segundo noticiou o Correio 24h, um dos seguranças segurou a repórter Camila Marinho pelo pescoço, com a parte interna do antebraço, numa espécie de “mata-leão” e teve a pochete roubada na confusão, que foi recuperada depois. Já o repórter Chico Lopes levou um tapa de outro segurança, quando a equipe do presidente tentou impedir que os jornalistas das duas emissoras erguessem os microfones em direção a Bolsonaro. Um apoiador atacou os microfones das equipes e rasgou a espuma que cobria o da TV Bahia, além de ameaçar desferir um soco em direção aos colegas.

Este comportamento agressivo do presidente e seus apoiadores não é novidade. Se há algo novo é que as ações estão se tornando cada dia mais explícitas e violentas. É da natureza deste governo e do bolsonarismo como corrente política a prática da intimidação e violência contra quem não o apoia da forma cega como faz parte de seus seguidores.

Na raiz da violência do presidente, seguranças e seguidores, está a postura antidemocrática e autoritária que caracteriza esta corrente política e é sua forma de imposição e reconhecimento. Este governo elegeu a imprensa como inimiga porque quer se esconder da sociedade e omitir da população a tragédia que são os três anos da pior gestão presidencial da história democrática do país.

Segundo levantamento feito anualmente pela Fenaj, desde 2019 vem crescendo o número de ocorrências de ataques contra a imprensa, sendo que mais de 40% destes casos estão diretamente ligados ao presidente e seus apoiadores. É evidente que o clima de violência contra jornalistas tem relação íntima com as falas de Bolsonaro e seus filhos, que fazem um discurso a seus seguidores mais radicais indicando parte da imprensa e do jornalismo como inimigos do governo.

O Sinjorba e a Fenaj se solidarizam com os quatro colegas agredidos e exigem que o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicione sobre estas atitudes do governo, que já são fruto de uma Ação do partido Rede Sustentabilidade na corte. As entidades também pedem uma postura mais firme das empresas de comunicação contra as agressões e na condenação das mesmas, inclusive exigindo reparação judicial. Sindicato e Federação também convocam a categoria a uma reação mais coletiva, lembrando que em 2022 teremos eleições e este comportamento violento pode ser recrudescido e trazer trágicas consequências.

Moacy Neves – Presidente do Sinjorba (Sindicato dos Jornalistas da Bahia)

Maria José Braga – Presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas)

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Fonte: site do Sinjorba

terça-feira, 11 de maio de 2021

Abraji repudia ataque de Bolsonaro ao Estadão

Terça, 11 de maio de 2021
Da ABRAJI 
Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo


liberdade de expressão

Abraji repudia ataque de Bolsonaro ao Estadão

Na manhã desta terça-feira (11.mai.2021), o presidente Jair Bolsonaro atacou novamente a imprensa. Diante de apoiadores no Palácio da Alvorada, chamou os jornalistas de O Estado de S.Paulo de “canalhas”.

No dia 8.mai.2021, o repórter Breno Pires revelou um suposto esquema montado pelo presidente no fim de 2020 para aumentar sua base de apoio no Congresso. Segundo a reportagem, Bolsonaro criou um orçamento paralelo de R$ 3 bilhões em emendas parlamentares. A maior parte foi destinada à compra de tratores e equipamentos agrícolas por preços até 259% acima dos valores de referência fixados pelo governo. 

Após as denúncias, o Ministério Público pediu que o Tribunal de Contas da União apure a liberação de verbas a senadores e deputados. Há também uma mobilização de parlamentares para criar a “CPI do Tratoraço”.

A Abraji repudia mais esse ataque à imprensa por parte da maior autoridade da República. Todo gestor público é objeto de escrutínio da sociedade e deve prestar contas de suas atividades à sociedade. Em nome do interesse público, a imprensa assume o papel de fiscalizar a gestão do Estado.

Atacar o mensageiro tem sido uma manobra recorrente do governo Bolsonaro. A imprensa tem o dever de cobrar o manejo do dinheiro público - sobretudo durante a maior pandemia da história recente. Dever esse que é resguardado pela Constituição por meio de seu art 5º, inciso IX, que garante a livre expressão da atividade de comunicação, e por meio do inciso XIV, que garante o acesso à informação.

Diretoria da Abraji, 11 de maio de 2022.

sábado, 14 de novembro de 2020

Relevância dos blogs para a liberdade de expressão na sociedade

 Sábado, 14 de novembro de 2020


Por

Salin Siddartha

É inegável que uma sociedade sem regras mergulha no caos e em práticas políticas que deterioram a democracia, contudo atribuir um peso autoritário às regras, em prejuízo da compreensão do papel que o ser humano exerce nas representações políticas da própria sociedade, é obstaculizar o pleno Estado de Direito. Quando o governante tenta mudar o conceito do que vem a ser o Estado Democrático de Direito para, forçadamente, lhe encaixar uma realidade desconectada com os anseios expressos pela base da sociedade, ele termina por entronizar o Estado como um “senhor onipotente”, deixando o cidadão desprotegido contra os ataques à sua própria liberdade.

Apesar de as novas tecnologias da informação serem indispensáveis para a manutenção do capitalismo na etapa atual, elas também se constituem como um novo tipo de manifestação política para os ativistas e para a ação coletiva, e as discussões nas redes sociais geram, efetivamente, pressão sobre o sistema. De fato, a Internet tem-se instituído como o meio mais democrático de comunicação social, pois, nela, qualquer pessoa pode expressar sua opinião. É a mídia mais livre que existe, porque permite descentralizar os meios de comunicação de massa tanto em nível local quanto global.

Por outro lado, a imprensa monopolista não consegue audiência suficiente na rede virtual, e a Internet tem colocado em xeque a dominação da chamada grande mídia, seja ela escrita, falada ou televisiva. As empresas informativas passaram a situar-se em um cenário crítico, impulsionando maior reflexão para os aspectos sociais do papel do jornalismo e dos jornalistas na sociedade da informação. O setor está sendo repensado. É que a democratização nos meios de comunicação pode, a médio e longo prazo, dissolver a capacidade de os grandes grupos de comunicação “pautarem” a agenda do Executivo, do Legislativo e, até mesmo, do Judiciário.

No marco da sociedade informacional, os blogs adquiriram relevância, pois a imprensa mudou, e todos os jornais, hoje, precisam de blogs, porque estes atraem leitores. De fato, em suas versões on-line, todos os órgãos da grande imprensa mantêm diversos blogs, seja de opinião, seja dos mais diversos assuntos, como esporte, crônica da alta sociedade, narrativa de ficção, economia, etc. Infelizmente, os poderosos de plantão não costumam ver com bons olhos os blogueiros independentes que exercem o dever de criticar os desmandos e omissões dos governantes. Por isso é que têm ocorrido crescentes ataques à liberdade de expressão nas redes sociais.

As investigações e intimações para que blogueiros deponham na polícia são formas intimidatórias utilizadas por muitos governantes e maus políticos para tentar calar quem não se submete às ameaças ou às seduções dos oligarcas. Também são inúmeros os casos de terrorismo psicológico e de “recados” para tentar amedrontar jornalistas que exercem o dever cotidiano de arautos da sociedade.

Ultimamente, blogueiros que se põem ao lado da defesa dos direitos da população ou de uma determinada categoria profissional correm o risco de ser presos. Ora, não é vendendo-se o sofá da sala que se resolve o problema da infidelidade conjugal no lar. Melhor seria saber separar as coisas: o direito de opinião não pode ser empeçado pelo medo do governante de ser exposto em sua nudez política ante a verdade dos fatos.

É notório que, ao violar-se a liberdade de expressão de um indivíduo, viola-se o direito da sociedade como um todo. Então, não é a liberdade dos blogueiros que se torna cerceada, mas de todo cidadão que, não tendo meios de enunciar sua opinião, têm neles seus porta-vozes.

Cruzeiro-DF, 13 de novembro de 2020

SALIN SIDDARTHA

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Este artigo foi publicado originariamente nesta sexta-feira (13/11) no porbrasília.com.br

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Deduragem: MPF converte notícia de fato em inquérito civil e requisita informações ao Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre relatório de inteligência

Quarta, 9 de setembro de 2020
Medida ocorre após decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal na ADPF 722 sobre relatório elaborado pela Secretaria de Operações Integradas
Arte retangular sobre fundo azul. está escrito mpf em ação ao centro.
Arte: Secom/MPF
O Ministério Público Federal (MPF)por meio do procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Enrico Rodrigues de Freitas, requisitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública informações relativas ao relatório de inteligência elaborado pela Secretaria de Operações Integradas (SOI) que versaria sobre atividades de expressão do pensamento por parte de um grupo de 579 servidores federais e estaduais de segurança identificados como integrantes do “movimento antifascismo”, bem como em face de professores universitários.

domingo, 5 de julho de 2020

A LIBERDADE DE EXPRESSÃO E AS FAKE NEWS

Domingo, 5 de julho de 2020
Por

Aldemario Araujo Castro
Advogado
Mestre em Direito
Procurador da Fazenda Nacional
Brasília, 3 de julho de 2020


“O Senado aprovou nesta terça-feira (30/6) o texto-base do Projeto de Lei 2.630/2020, que tem por objetivo o combate às fake news nas redes sociais. Em votação apertada, houve aprovação pelo placar de 44 votos favoráveis a 32 contrários. (…) O texto contraria os interesses do governo, que alega que o PL afeta a liberdade de expressão” (Site CONJUR).

O debate em torno do referido projeto de lei ainda consumirá muita energia no Parlamento, no Judiciário, na imprensa e na sociedade de uma forma geral. Afinal, é preciso criar os devidos óbices institucionais para evitar a montagem de máquinas político-empresariais voltadas para a disseminação em massa de todo tipo de informação falsa, notadamente com escusos objetivos político-eleitorais.

Tudo indica, como já se observa, que as maiores resistências à medida legislativa apontarão uma ofensa inaceitável à liberdade de expressão (ou direito-liberdade de manifestação de pensamento). O raciocínio subjacente considera que esse direito seria ilimitado no seu exercício, uma espécie de vale tudo.

Nessa linha, seria possível recorrer ao texto constitucional e apontar a redação do art. 5o., incisos IV e IX. Afirmam os dispositivos: “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” e “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. O art. 220 da Constituição de 1988 confirma essas definições no campo da comunicação social.

Desenhando, como se diz popularmente, para explicar o ponto nessa inusitada ótica:

                  Universo das falas e escritos possíveis

Ocorre que é lição comezinha de direito constitucional, encontrada na literatura jurídica nacional e internacional, assim como nas decisões judiciais, a afirmação da inexistência de direitos absolutos. É facílimo perceber que um direito, e seu exercício, não pode ser ilimitado justamente pela existência de outros direitos titularizados por outras pessoas naturais ou jurídicas.

Não obstante a ausência de censura ou licença prévia para o exercício do direito-liberdade de expressão, a fala ou escrito de alguém pode ofender, em graus diferentes, proibições postas na ordem jurídica para proteger certos direitos e valores. Observe-se, de início, que o anonimato é vedado pelo Texto Maior. Diz, ainda, a Carta Magna no art. 5o., inciso X: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas”.

Portanto, alguém pode falar ou escrever o que quiser (não existe censura ou licença prévia). Entretanto, pode ser responsabilizado nas esferas administrativa, civil e penal pelos ilícitos cometidos (ofensas a direitos de terceiros contidas na fala ou no escrito).

Mais uma vez desenhando, sem esgotamento das hipóteses de limitações à liberdade de expressão:


Universo das falas e escritos possíveis
CF. Constituição Federal
CP. Código Penal


Os exemplos aludidos apresentam, no Código Penal, os seguintes formatos jurídicos:

a) caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime;

b) difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação;

c) injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro;

d) ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave;

e) incitar, publicamente, a prática de crime.
Não existe nenhuma novidade ou raciocínio elaborado nessas singelas linhas. São cânones elementares do convívio humano civilizado. Mas aí está o núcleo dos problemas. Convivemos com indivíduos, instalados no centro do poder político, que: a) perambulam nas trevas; b) destilam ódios e preconceitos; c) não respeitam a ordem democrática e d) não evoluíram da barbárie.

Nesse triste contexto, as lições básicas do respeito à dignidade humana precisam ser afirmadas e reafirmadas. Os limites impostos para a convivência humana reclamam explicitações (“precisa desenhar?) para obtenção de alguma compreensão, por menor que seja.

domingo, 3 de maio de 2020

Agressões a jornalistas são resultado da postura de Bolsonaro

Domingo, 3 de maio de 2020


Em pleno Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, jornalistas foram hostilizados e covardemente agredidos por militantes políticos ao realizarem a cobertura de manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Tais acontecimentos evidenciam o risco cada vez maior ao qual o discurso belicoso e ultrajante do presidente da República expõe os repórteres brasileiros.
No começo da tarde de domingo, 03.mai.2020, Dida Sampaio, do Estadão, tentava fotografar o presidente na rampa do Palácio do Planalto, quando manifestantes o derrubaram duas vezes da escada em que ele estava, desferindo chutes e um soco no estômago do jornalista. O repórter Fabio Pupo, da Folha de S. Paulo, foi empurrado ao tentar defender o colega. O motorista do Estadão, Marcos Pereira, levou uma rasteira do mesmo grupo. A equipe do Estadão e o repórter Nivaldo Carboni, do site Poder 360, que também levou um chute, tiveram que deixar o local escoltados pela Polícia Militar. As ameaças não pararam: até quando os profissionais estavam dentro da viatura, apoiadores do presidente batiam no vidro do carro. O Estadão afirma que os repórteres Júlia Lindner e André Borges foram insultados, mas não agredidos fisicamente.
Um dos mais destacados e premiados repórteres fotográficos do país, Orlando Brito, de 70 anos, também foi empurrado pelos manifestantes. Com 54 anos de profissão e passagens por diversos veículos do país, registrando alguns dos mais importantes episódios da política brasileira, inclusive o período da ditadura militar, Brito cobria o ato incentivado por Jair Bolsonaro para o website Os Divergentes. Conforme seu relato, qualquer pessoa com câmera fotográfica e credencial estava sendo ofendida, independentemente do veículo no qual trabalhava.
Outros eventos que mobilizaram jornalistas no fim de semana também produziram casos de hostilidades e agressões contra repórteres no exercício da profissão.
No sábado, 02.mai.2020, durante a cobertura das manifestações contra e a favor do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, em Curitiba, um apoiador de Bolsonaro atacou um repórter cinematográfico da afiliada da TV Record em Curitiba (RICTV). Robson Silva se preparava para fazer uma transmissão ao vivo, quando o homem com bandeira do Brasil partiu para cima dele, tentou acertá-lo no rosto e derrubar a câmera no chão. Outros cinegrafistas presentes em frente à Polícia Federal evitaram a agressão física e, felizmente, ninguém se feriu.
No feriado de primeiro de maio, Dia do Trabalhador, conforme relatos enviados à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), militantes favoráveis a Bolsonaro tentaram agredir equipes de reportagem na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Os apoiadores do presidente tentavam impedir um protesto de enfermeiros por melhores condições de trabalho no combate à pandemia. 
Os novos ataques se somam aos ocorridos no dia 19.abr.2020, quando jornalistas foram alvo de ofensas e agressões por parte de militantes do presidente Bolsonaro em Brasília, São Paulo e Porto Alegre. Nas últimas semanas de março, dois estudos deram dimensão do agravamento da situação dos jornalistas no mundo: a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) mostrou que três em cada quatro jornalistas já enfrentaram intimidação ao apurar notícias sobre a pandemia de covid-19. No ranking da organização Repórteres Sem Fronteiras sobre liberdade de imprensa, o Brasil caiu duas posições em relação a 2019.
Tais agressões são incentivadas pelo comportamento e pelo discurso do presidente Jair Bolsonaro. Seus ataques aos meios de comunicação, teorias conspiratórias e comportamento ofensivo fomentam um clima de hostilidade à imprensa, além de servirem de exemplo e legitimarem o comportamento criminoso de seus apoiadores. É inaceitável que militantes favoráveis ao governo saiam às ruas com objetivo expresso de intimidar os profissionais de imprensa, quando o próprio governo federal definiu o jornalismo como atividade essencial durante a pandemia.
A deterioração da liberdade de imprensa, fomentada por autoridades eleitas e servidores públicos, é um risco grave para a democracia. A Abraji e o Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) cobram das instituições republicanas que protejam o direito da sociedade à informação. Os três poderes, nas três esferas, não podem se mostrar passivos diante da  violência física e simbólica contra os jornalistas, e devem punir agressões e reagir aos discursos antidemocráticos.
Diretoria da Abraji e Observatório da Liberdade de imprensa da OAB, 03 de maio de 2020.


sexta-feira, 24 de abril de 2020

O perigo de publicar

Abril
24


O perigo de publicar
No ano de 2004, o governo da Guatemala rompeu pelo menos essa vez a tradição de impunidade do poder, e reconheceu oficialmente que Myrna Mack havia sido assassinada por ordem da presidência do país.
Myrna havia cometido uma busca proibida. Apesar das ameaças, havia se metido nas selvas e nas montanhas onde perambulavam, exilados em seu próprio país, os indígenas que tinham sobrevivido às matanças militares. E havia recolhido suas vozes.
Em 1989, num congresso de ciência sociais, um antropólogo dos Estados Unidos havia se queixado da pressão das universidades que obrigavam a produzir continuamente:
— Em meu país — disse ele —, se você não publica, morre.
E Myrna disse:
— Em meu país, se você publica, morre.
Ela publicou.
Foi morta a punhaladas.
              Eduardo Galeano, no livro Os filhos dos dias (Um calendário histórico sobre a humanidade), Editora L&PM, 2012, página 138.
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Myrna Mack

sábado, 5 de outubro de 2019

A Liberdade de Imprensa e o Blog Gama Livre

Sábado, 5 de outubro de 2019
Taciano Lemos edita o Gama Livre desde 2009. Diferentemente de muitos
blogs que circulam no ciber espaço, esse não tem rabo preso com ninguém,
nem está sujeito a verbas públicas de propaganda.
Do Blog


A falta de sutileza dos despersonalizados ofensores gratuitos da coragem do Gama Livre não consegue esconder a realidade que avulta em sobra ante a pequenez do discurso ofensor.
Por Salin Siddartha
O Blog Gama Livre e o seu editor, Taciano Lemos, vêm sendo alvos de ataque e ameaças por parte de pessoas que não prezam a liberdade de expressão alheia nem o sagrado respeito ao Estado de direito a que gente de bem deve submeter-se. A agressão à iniciativa do cidadão argumentar e expor pontos de vista próprios deixa a cidadania à margem da atuação cívica, em nome da arrogância do neofascismo que, infelizmente, está pontuando o cotidiano de nossa sociedade. É que os poderosos de plantão não veem com bons olhos os blogueiros independentes que exercem o sagrado dever de criticar os desmandos e omissões dos governantes. E, como a extrema-direita compensa sua incompetência argumentativa, sua falta de legitimidade intelectual que não pode marcar presença no terreno da crítica, seja no campo editorial seja no território das mídias tradicionais, usa a via das redes sociais para palrar vitupérios.

A LIBERDADE DE IMPRENSA E O BLOG GAMA LIVRE

Sábado, 5 de outubro de 2019

Salin Siddartha
O Blog Gama Livre e o seu proprietário, Taciano Lemos, vêm sendo alvos de ataque e ameaças por parte de pessoas que não prezam a liberdade de expressão alheia nem o sagrado respeito ao Estado de direito a que gente de bem deve submeter-se. A agressão à iniciativa do cidadão argumentar e expor pontos de vista próprios deixa a cidadania à margem da atuação cívica, em nome da arrogância do neofascismo que, infelizmente, está pontuando o cotidiano de nossa sociedade. É que os poderosos de plantão não veem com bons olhos os blogueiros independentes que exercem o sagrado dever de criticar os desmandos e omissões dos governantes. E, como a extrema-direita compensa sua incompetência argumentativa, sua falta de legitimidade intelectual que não pode marcar presença no terreno da crítica, seja no campo editorial seja no território das mídias tradicionais, usa a via das redes sociais para palrar vitupérios.

Para quem não negocia a dignidade, é preferível morrer a viver humilhado, e o acoitamento na covardia não se coaduna com o espírito combativo dos defensores das causas libertárias, e, nos tempos quando os soldados não são patriotas, os patriotas têm de ser soldados. É o caso de Taciano Lemos, um honesto militante da verdade que denuncia as violações, os erros, a falta de compostura, as mentiras e os atentados à honra nacional que o governo ultradireitista encastelado no Planalto e seus asseclas perpetram todos os dias. E, por essa razão, ele vem pagando o alto preço que lhe cobra a plebe ignara defensora da ideologia oficial.

A insignificância pensante dos despreparados fanáticos do bolsonarismo quer a população brasileira comportando-se como “carneirinha”, e os blogueiros brasileiros que se põem ao lado da defesa dos direitos da população correm risco de sofrer o cumprimento das ameaças que lhes assacam os medíocres que, sem capacidade de concatenar um raciocínio, partem para o insulto pessoal, brandindo o terrorismo psicológico típico das formas intimidatórias.

Há um ditado chinês que diz que “não consegue o elefante esconder-se atrás de um arbusto”. Assim também a falta de sutileza dos despersonalizados ofensores gratuitos da coragem do Gama Livre não conseguem esconder a realidade que avulta em sobra ante a pequenez do discurso ofensor: no foco, fita-se fácil o contorno desgrenhado da tropa de Bolsonaro e a fórmula fácil de reduzir a meros grunhidos e palavras de baixo calão o que deveria ser um discurso concatenado. Mas Taciano e o seu Blog provam que o Brasil não está morto, que é possível resistir às milícias bandas por mais fortes que elas possam parecer. E Taciano Lemos resiste! E nós também resistimos junto com ele, em apoio mútuo.

Hoje, sexta-feira, 4 de outubro, à noite, haverá Ato Cultural em Apoio ao Blog Gama Livre e à Liberdade de Imprensa. Dependendo da hora em que você esteja lendo este artigo, pode ser que o evento já tenha acontecido. Não importa. O fundamental é sentir-se parte do corpo que reage ao insulto do neofascismo à normalidade democrática do nosso país.

Os soturnos corvos que voam na escuridão política do Brasil tentam calar a voz de quem não se submete às ameaças ou às seduções dos oligarcas. Também são inúmeros os “recados” para tentar amedrontar jornalistas que exercem seu dever diuturno de arautos da sociedade, contudo o direito de opinião não pode ser empeçado pelo medo do governante de ser exposto em sua nudez política ante a verdade dos fatos. Entrementes, não olvidaremos de prestar atenção aos sinais sutis ou ostensivos provindos de possível covardia ameaçadora à liberdade de formar e informar à população.

Sabemos que os bolsomimions são maus ouvintes e péssimos leitores: não gostam de escutar os outros falarem nem ler o que se escreve. Todavia, por maior que seja a ameaça ou o atentado, os seres humanos continuam agindo para mudar a injusta situação em que se vive, atuando em diversas frentes, desde a periferia das grandes cidades de nossa pátria, noticiando, lutando, apurando os fatos, recuperando a verdade, advogando, nos movimentos populares, criando e mudando o que tem de ser mudado, fazendo o enfrentamento em defesa do socioambientalismo, da economia sustentável, como ribeirinhos, indígenas e quilombolas, numa onda avassaladora coberta de heroísmo e heróis anônimos inspirados na implacabilidade da História.

É notável que, ao violar-se a liberdade de expressão de uma pessoa, viola-se o direito da sociedade como um todo. Então, não é a liberdade do blogueiro Taciano Lemos que se torna cerceada, mas a de todo brasileiro que, não tendo meios de declarar sua opinião, tem no Blog Gama Livre seu porta-voz. Não se pode transformar em cego, surdo e mudo aquele que enxerga e ouve bem a realidade e não tem receio de externar sua perplexidade ante a falta de seriedade de quem está no exercício do poder. Por isso, é bom que saibam os transgressores da verdade que estão arriscando-se muito ao ofender um verdadeiro herói – sim, herói, mas não indefeso, e, mesmo que o fosse, indefeso e desprovido de honra não são sinônimos.

Diversas situações históricas foram capazes de inspirar heroísmo no Brasil. Hoje, não tenho dúvidas ao afirmar que, tal qual o idiota que ergue uma grande pedra com as próprias mãos acima da cabeça para depois deixá-la cair sobre seus próprios pés, assim também o bolsonarismo tece em fios de arbítrio a roupa do heroísmo que cobrirá de honra pessoas como Taciano Lemos e blogs como o Gama Livre.

MEXEU COM UM! MEXEU COM TODOS!
Cruzeiro-DF, 4 de setembro de 2019
SALIN SIDDARTHA

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

É permitido filmar uma ação policial?

Quinta, 10 de dezembro de 2019
Do Blog 

Chico Sant'Anna e a InfoCom


O avanço da criminalidade urbana e o incremento das novas tecnologias tem provocado um novo fenômeno social que é a possibilidade, cada vez maior, de documentar em vídeo ações policias. Possibilidade que se apresenta não só aos profissionais de imprensa, repórteres=cinematográficos, mas também ao cidadão comum, que vem se transformando em testemunhas oculares do mundo do crime. Afinal,é permitido filmar uma ação policial? A resposta você acompanha no artigo do advogado criminalista,Felipe Rocha de Medeiros.

sábado, 27 de outubro de 2018

PGR vai ao Supremo garantir direito de expressão nas universidades

Sábado, 27 de outubro de 2018



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PGR vai ao Supremo garantir direito de expressão nas universidades

Por Agência Brasil
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, anunciou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma liminar para “restabelecer a liberdade de expressão e de reunião de estudantes e de professores no ambiente das universidades públicas brasileiras”. O anúncio foi feito na abertura da sessão extraordinária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta sexta-feira (26). A medida tem como base as notícias de que várias universidades públicas em todo o país estariam sofrendo censura à livre manifestação do pensamento.
Dodge, que também é procuradora-geral Eleitoral, apresentará ao Supremo uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF).  Segundo a PGR, este  tipo de ação busca reparar lesão a princípio fundamental da Constituição que tenha sido provocada por ato do Poder Público. Na avaliação da procuradora-geral, “há indícios claros de que houve ofensa à liberdade de expressão, de reunião e de cátedra, que garante a autonomia universitária e o debate nesse ambiente”. “Estou requerendo ao STF providências para assegurar a plena vigência da Constituição Federal no país, sobretudo nesse momento de eleições”, afirmou.
A questão está preocupando também os ministros do Supremo Tribunal Federal. Mais cedo, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, anunciou que a Justiça Eleitoral vai investigar a conduta dos juízes que autorizaram ações policiais e de fiscais em universidades públicas para apurar suposta realização de propagandas eleitorais irregulares. A polêmica ganhou evidência a partir de decisão da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro, que ordenou a retirada de uma bandeira antifascismo da fachada da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

TSE vai investigar decisões de juízes sobre fiscalização em universidades; ministra Rosa Weber defende a liberdade de manifestação de pensamento

Sexta, 26 de outubro de 2018
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por André Richter - Repórter da Agência Brasil
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, anunciou há pouco que a Justiça Eleitoral vai investigar a conduta dos juízes que autorizaram ações policiais e de fiscais em universidades públicas para apurar suposta realização de propagandas eleitorais irregulares.

No início da sessão do TSE desta tarde, última antes do segundo turno das eleições, a ministra defendeu liberdade de manifestação de pensamento nas universidades e disse que eventuais excessos devem ser investigados.

O COMANDO QUE ESTÁ CAÇANDO ‘ESQUERDISTAS’ NAS UNIVERSIDADES JÁ PERSEGUIU 181 PROFESSORES

Sexta, 26 de outubro de 2018

Por
The Intecept Brasil
Juliana Sayuri
26 de Outubro de 2018

A DENÚNCIA PARTIU de um membro do Movimento Brasil Livre, o MBL. Luís Felipe Nunes, da Paraíba, se indignou com o evento “UFCG contra o fascismo e pela democracia”, previsto para acontecer ontem na Universidade Federal de Campina Grande. “Apesar do nome bonito, está claro que se trata de um evento pró-PT”, ele postou no Facebook, ao contar que havia feito a denúncia ao Tribunal Regional Eleitoral de seu estado.
[Clique na imagem abaixo para melhor visualizá-la]
Esse é o manifesto que a polícia foi ordenada a apreender.  
Reprodução

Segundo os professores da universidade, os policiais revistaram o espaço da Adufcg “minuciosamente” a portas fechadas e apreenderam, além do manifesto, também cinco HDs externos usados pelos profissionais.Deu certo. Em uma decisão assinada pelo juiz eleitoral Horácio Ferreira de Melo Júnior, a justiça expediu um mandado de busca e apreensão para a polícia apreender materiais pró Fernando Haddad na Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande. Mais especificamente, Júnior pediu que os policiais entrassem na universidade pública para apreender os panfletos chamados “manifesto em defesa da democracia e da universidade pública”, assinados pelo sindicato dos professores.

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Jornal Folha de São Paulo aciona TSE e pede que PF investigue ameaças a profissionais; jornalistas da Folha foram ameaçados em redes sociais e telefones

Quarta, 24 de outubro de 2018
Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil 
O jornal Folha de S. Paulo informou hoje (24) que entrou com representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) solicitando que a Polícia Federal (PF) investigue ameaças a profissionais do veículo. Após a publicação de reportagens investigativas sobre a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), a autora da matéria, jornalista Patrícia Campos Mello, recebeu centenas de intimidações e ofensas sobretudo via redes sociais. Outros dois jornalistas que participaram da apuração da reportagem também vêm sofrendo ataques, acrescentou o jornal em comunicado. O diretor do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, foi alvo de ameaças por redes sociais e em sua casa.

domingo, 21 de outubro de 2018

Abraji registra mais de 130 casos de violência contra jornalistas em contexto político-eleitoral

Domingo, 21 de outubro de 2018

Da
Abraji
Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
liberdade de expressão
Casos de agressões a profissionais da comunicação em contexto político, partidário e eleitoral já somam 137 ao longo de 2018, conforme levantamento da Abraji. Foram 75 ataques por meios digitais (com 64 profissionais afetados) e outros 62 casos físicos (com 60 atingidos).

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Crítica política postada em Facebook contra deputado federal não gera danos morais; Alberto Fraga perde na Justiça

Quarta, 13 de junho de 2018
""Deputado ou Miliciano? E Deputado que age como Bandido tem que ser tratado igual Bandido? "Você com uma arma na mão é um bicho feroz. Sem ela anda rebolando e até muda de voz", postou o blogueiro.

Do TJDF
A 1ª Turma Cível do TJDFT manteve sentença de 1ª Instância que negou ação do deputado federal Alberto Fraga contra internauta que postou críticas a sua atuação política. De acordo com o colegiado, “a indenização por danos morais se impõe quando o direito à expressão transborda dolosamente os limites impostos pela proteção constitucional à imagem e à honra, devendo ser ponderado que os parlamentares são pessoas públicas e que suas atuações, em virtude do cargo que ocupam, são passíveis de repulsão, desaceitação e críticas, logo não é qualquer ofensa que terá o condão de configurar o ato ilícito gerador de condenação em compensação pecuniária”.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Raquel Dodge defende liberdade de expressão e proteção a jornalistas

Quarta, 9 de maio de 2018
Do MPF
Procuradora-geral da República participou de audiência para discutir alternativas de enfrentamento à violência contra comunicadores

Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR
Foto: Antonio Augusto/Secom/PGR
Raquel Dodge explicou que, há anos, acompanha os relatórios da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e que, tão logo assumiu o cargo, pediu que o assunto fosse incluído entre as prioridades do CNMP. Em seguida, contextualizou a questão sob a ótica da legislação nacional que, de forma geral, assegura a liberdade de expressão. Para ela, no entanto, é preciso considerar não apenas o conteúdo repressivo mas também o protetivo das normas . “Faço uma comparação desse tema com a questão da violência doméstica, área em que o país conta com uma lei que abrange o aspecto da proteção das vítimas”, afirmou, referindo-se à Lei Maria da Penha. No caso dos comunicadores, a avaliação da PGR é que este aspecto pode ser melhorado.A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a criação de um marco regulatório mais protetivo a comunicadores que sofrem ameaças ou são vítimas de violência em decorrência da atividade profissional no Brasil. O posicionamento foi externalizado durante audiência pública promovida pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), nesta segunda-feira (8), em Brasília. O evento reuniu jornalistas e radialistas, além de representantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH/OEA), Ministério de Direitos Humanos e Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O objetivo foi o fortalecimento da agenda de enfrentamento à violência contra estes profissionais. Da parte do Ministério Público, além de Raquel Dodge, participaram da audiência, um representante da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), a procuradora da República Ana Carolina Roman, e a secretária de Direitos Humanos do CNMP, Ivana Farina.