Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo

Sábao, 31 de dezembro de 2011
 Por Ivan de Carvalho
Estão, muitos, desconfiados pelo mistério que o fim do calendário maia em 21 de dezembro de 2012 oferece.

Mas pode não significar algo de relevância. Quem sabe os maias, mestres na astronomia e outros saberes, perderam a paciência de ficar contando o tempo – o que já passara, o que estava passando e o que ainda não havia passado, mas só passaria bem depois. Afinal, teriam percebido que, não acabassem eles, o mundo ou o tempo, teriam de permanecer nessa monótona tarefa indefinidamente.

Então os maias puseram fim ao seu agora famoso calendário. E sumiram, porque – é uma hipótese bem razoável – saíram a procurar outra coisa para fazer e nessa busca misturaram-se a outros povos, perderam ou, por espírito de fraternidade, renunciaram a sua identidade como povo e assim não foram mais achados por nossos historiadores e arqueólogos.

Mas espalhou-se a outra hipótese, muito estimulada pelo filme 2012, uma espécie de Dilúvio bíblico tecnologicamente reformulado. E chegaram os mais apressados à conclusão de que o fim do calendário maia é o sinônimo para o fim do mundo. Mais ajuizados, outros concluíram que o fim do calendário significa o fim de uma Era, não do mundo.

Há uma hipótese que pode abrigar não somente o fim do calendário maia – estudado por especialistas em coisas esotéricas, das quais a academia científica não entende nada – como outros avisos. Em livros sagrados de várias, digamos, religiões, a exemplo do bramanismo, da teosofia, livros entre os quais destaco especialmente a Bíblia judaico-cristã, por ser detalhada e estar à disposição de qualquer leitor.

A mesma hipótese pode ainda abrigar avisos de profetas ou videntes “modernos” do calibre de Nostradamus, Edgar Cayce, Jacob Lorbner, Giorgio Bongiovanni, as duas revelações e o “segredo” de Fátima – mas cujo conteúdo o papa até hoje achou por bem manter oculto, apesar de revelar uma mínima fração dele e deixar circularem intensos e graves rumores quanto ao restante.

Esse grande conjunto de profecias mais ou menos antigas e até recentes aponta, todo ele, para a iminência de um processo de crise total, devido a causas diretamente provocadas pelo homem (a exemplo de guerras, incluindo guerra nuclear) e causas naturais, telúricas e astronômicas.

A “grande tribulação” de que falou Jesus, avisando, entre outras coisas, que “se aqueles dias” não fossem abreviados, “nenhuma carne sobreviveria”, mas ressalvando que tais dias “serão abreviados”. A impressão que tenho aí é a de que falava de uma guerra nuclear. Até porque, lá no Antigo Testamento, Isaías já reforçava por antecipação: “No grande e terrível dia do Senhor, todos os ímpios queimarão como palha”. Mas Jesus afirmou também que “as potestades celestes serão abaladas”, podendo-se entender que “as forças celestes” serão abaladas e isso acarretará ao planeta gravíssimas consequências. Ao final, no entanto, há um recomeço, em um mundo mudado e muito melhor. A Fénix.

Não sei a razão das Igrejas, na sua quase totalidade, evitarem abordar esses assuntos seriamente com seus fiéis, durante os cultos. Mas se formos dar algum crédito ao calendário maia e a sinais preditos (especialmente na Bíblia) e que estão aí a cada dia mais notórios, elas deveriam abordar intensamente essa temática apocalíptica, sim. Ela é absolutamente atual.

Apenas tendo o cuidado de avisar que não há data marcada, mas que já estamos no processo, que, como processo, é gradual e ainda não chegou às suas fases mais agudas.

Faço votos para que, em 2012, o bom senso, a paz e o amor prevaleçam sobre a crise econômica global, os imensos riscos envolvidos na luta pelo poder no mundo árabe e pelo assédio deste contra o Estado de Israel. E prevaleçam também sobre muitas outras coisas ruins que estão aí, umas expostas, outras ocultas.
 
 Feliz 2012.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia deste sábado.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.