Quarta, 30 de outubro de 2013
Para representantes das categorias da Polícia Federal, decreto prevendo autorização de gastos com diárias significa antecipação “indireta” de grandes operações. Delegados, agentes e técnicos defendem revogação da medida
Por Eduardo Militão
Congresso em Foco
O processo de eleição para comandar a
Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) expôs uma grave
crítica interna dos integrantes da corporação às rédeas curtas impostas
pelo governo Dilma Rousseff nos gastos com diárias e passagens em todos
os ministérios. Delegados, agentes e peritos temem que operações
policiais estejam sendo monitoradas, ainda que indiretamente, pelo
Ministério da Justiça, por meio de um decreto presidencial que exige o
aval de José Eduardo Cardozo para serem concedidas diárias para viagens.
Até o vice-corregedor da corporação, delegado Fernando
Segóvia, que encabeçou uma chapa para disputar o comando da associação
de delegados, criticou a medida. Na proposta para convencer seus
colegas, ele prometeu “reivindicar o fim do monitoramento das operações
da Polícia Federal pelo ministro da Justiça” por meio do decreto. O
objetivo era impedir o uso da regra na PF. Na eleição, que aconteceu no
início deste mês, Segóvia perdeu a disputa para Marcos Leôncio Ribeiro,
reeleito para a presidência da ADPF por mais dois anos. Leia a íntegra